Escândalo no quarto. Caitlin Crews

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Escândalo no quarto - Caitlin Crews MINISERIE SABRINA

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do que devia ter estado, porque ela tinha a certeza de que não conseguira mexer-se. Além disso, tinha a cabeça inclinada de uma forma que fazia com que tudo se mexesse por dentro… até ficar perigosamente imóvel.

      – Uma rapariga loira e linda entra no bosque com pouco mais do que uma capa vermelha e resplandecente…

      A sua voz era insinuante, como um feitiço que fazia com que voltasse a pensar em contos de fadas e não tinha a sua incredulidade em consideração. Era grave, cheia de matizes e com um sotaque leve que fazia com que o sangue bulisse, assim como outros cantos mais recônditos.

      – O que achas que poderia acontecer? – acrescentou ele.

      Então, baixou essa cabeça espantosamente masculina e beijou-a.

      Capítulo 2

      Estava a beijá-la. Pelo amor de Deus, estava a beijá-la!

      Entendia-o num aspeto racional, mas não fazia sentido. Sobretudo, porque o que estava a fazer com a boca não se parecia nada com os beijos que imaginara ou de que ouvira falar.

      Passava-lhe a língua pelos lábios, tentava-a e seduzia-a ao mesmo tempo para que se abrisse… para ele.

      Algo que, naturalmente, não tencionava fazer… até ceder e deixar fugir um som do mais profundo da garganta que a fez tremer.

      Então, essa tentação perversa que era a sua língua entrou na boca dela, entrou nela e tudo se perturbou.

      Talvez fosse o ângulo, o seu sabor suculento e desmedido, essa mestria indolente ao beijá-la, ao afundar-se, ao mexer-se…

      Quando se afastou, continuava a esboçar um sorriso e fora ela que ficara a tremer, embora se garantisse que era de raiva e de indignação.

      – Não pode… andar por aí a beijar as pessoas!

      Ele sorriu mais abertamente.

      – Vou ter isso em conta se alguma outra personagem de contos de fadas sair do bosque.

      Lauren corou. Ardiam-lhe as faces, ardia por dentro e o corpo derretia-se. Os mamilos estavam inchados e um desejo húmido brotava entre as pernas… e envergonhava-a profundamente.

      – Não sou uma personagem de um conto de fadas.

      Lauren arrependeu-se assim que o disse. Porque haveria de participar nesse disparate, fosse o que fosse? No entanto, não conseguia evitá-lo.

      – Os contos de fadas não são reais e também não quereria ter nada a ver com eles, mesmo que fossem.

      – É uma pena. O que são os contos de fadas senão um compêndio de todas as tentações da humanidade? Fantasias, imaginações sombrias…

      Lauren pensou que não havia nenhum motivo para que sentisse esse nó na garganta nem para que tivesse de engolir em seco…

      – Tenho a certeza de que o trabalho de algumas pessoas, ou falta dele, lhes permite dedicar o tempo a pensar nos méritos dos contos infantis – replicou ela, num tom que ela própria sabia que era muito pedante –, mas receio que o meu trabalho seja mais adulto.

      – Claro, não há nada tão adulto como fazer o que outros ordenam.

      Lauren sentia-se deslocada e era algo que nunca lhe acontecia. Sentia os lábios inchados, mas não queria tocar-lhes para verificar. Não queria dar-lhe essa vantagem, visto que lhe indicaria que era vulnerável e isso era excessivo. Na verdade, era intolerável que tivesse alguma vulnerabilidade.

      – Ninguém pode viver numa cabana num bosque e conservar a prudência.

      Se esperara que olhasse para ela com fúria, teve de ficar com essa vontade, porque se limitou a continuar a olhar fixamente para ela com esse sorriso e esse brilho prateado nos olhos que a derretia por dentro.

      – O teu estalajadeiro avisou-me de que estavas a caminho.

      Recuou um pouco e ela sentiu-o tanto que ficou mais humilhada. Tinha alguma coisa na forma de se mexer que fazia com que quisesse aproximar-se, com que quisesse esticar as mãos e…

      Naturalmente, não o fez. Cruzou os braços para o conter e conter-se ao mesmo tempo e tentou olhar para ele com o sobrolho franzido como se, assim, pudesse expulsar todas essas sensações tão incómodas.

      – Poderias ter-te poupado o incómodo e o passeio – estava a dizer ele. – Não quero saber do teu patrão rico e, efetivamente, sei quem é. Podes ficar tranquila. Não estou interessado nele, na mãe ou no testamento de pessoas desmesuradamente ricas que, provavelmente, teria odiado se as tivesse conhecido.

      Lauren sentiu-o como uma traição, quando não devia ter sentido nada. Não era pessoal. Ela não tinha nada a ver com as famílias Combe e San Giacomo, era apenas uma empregada e agradecera-o muitas vezes, porque bastava o contacto com os muito ricos e conhecidos para estar agradecida com o que tinha e com o facto de o ter conseguido sem ter tido de suportar a observação dos outros ou o peso do passado.

      No entanto, irritava-a que aquele homem rejeitasse o que lhe correspondia… e sentia um formigueiro nos lábios. Conseguia recordar tão vividamente como a beijara que conseguia saborear outra vez a sua virilidade implacável. Tudo isso se misturava e formava um nó que a embargava.

      – O meu patrão rico é o seu irmão – recordou-lhe ela, num tom mais cortante do que o necessário. – Não se trata de dinheiro, trata-se de família.

      – Uma família muito rica – indicou Dominik, com um olhar duro –, e que, para começar, não me quis. Acho que vou poupar-me uma reunião cordial organizada devido ao capricho de uma mulher morta.

      Lauren segurou-lhe o pulso quando lhe tocou no queixo com uma mão. Devia tê-la afastado com uma palmada, mas era tudo meloso, espesso e lento e ela só sentia como a agarrava, como lhe agarrava o queixo com uma espécie de certeza que fazia com que tudo vibrasse por dentro, em contraste com a firmeza da sua mão. Suavizou-se, derreteu-se…

      – Gosto do sabor – murmurou ele, num tom sarcástico, letal e insuportável, embora ela não se afastasse. – Não sabia que uma loira tão cortante podia ter um sabor tão doce.

      Quando as suas palavras chegaram por completo ao interior desconhecido e palpitante dela, ele já se virara e já se dirigia para a cabana.

      Lauren achou que se odiaria para sempre pelo ardor que sentia nos olhos, porque não se lembrava de ter permitido que brotassem umas lágrimas de fúria.

      – Vamos ver se o entendi bem.

      Disse-o atrás dele e, certamente, não reparou na sua musculatura nem imaginou que as mãos dele a percorriam de cima a baixo para se maravilhar com o seu corpo…

      – O estalajadeiro avisou-o e isso significa que sabia que vinha. Também lhe disse como estava vestida para que pudesse contar essa história do Capuchinho Vermelho? Isso torna-o o Lobo Mau, não é?

      Deu por si a segui-lo através da clareira como se não a tivesse alterado e isso não podia ser prudente. Como se não a tivesse beijado até quase perder os sentidos… Contudo, não estava a pensar nisso porque

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