A meio da noite - Segura nos seus braços. Margaret Way
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– Posso ir na sexta-feira.
Ouviu-o soltar o fôlego.
– Óptimo. Mas vamos ter de sair cedo.
– A que horas?
– Não sei. Ainda não fiz os cálculos.
Típico. Obviamente, não pensara nada acerca do assunto.
– Bom, a que horas é o jantar?
– Um segundo… A mamã telefonou-me para me dar todos os detalhes. Só tenho de os encontrar.
Ouviu-o pousar o telefone numa superfície dura.
– Bom – anunciou ele, pouco depois. – Começa às oito horas.
– O nosso objectivo devia ser chegar lá às seis no máximo. Dar-nos-á tempo para esticar um pouco as pernas. Quanto tempo demora a viagem?
– Debbie diz que ela demora nove horas, mas está uma hora mais perto do que nós, portanto sugiro que partamos às oito.
– É melhor às sete. Temos de ir pela M25 – ouviu Nick gemer. – Então, a que horas vens buscar-me?
Silêncio durante alguns segundos.
– Tu é que tens o carro, Adele. Eu não trouxe nenhum na minha bagagem de mão.
Adele fechou os olhos e deixou-se cair no sofá.
– Então não só vou ter de estar num carro contigo durante onze horas, como também tenho de conduzir?
– Podemos alternar. Deixar-te-ei fazer o primeiro turno.
– Céus, obrigada – abriu os olhos e cravou a vista no tecto. – É melhor dares-me a morada de Craig. Quero que estejas à minha espera à porta às sete em ponto ou partirei sem ti.
Perguntou-se se não soara demasiado como a mãe dele.
– Como quiseres.
Soube que ele devia estar a sorrir satisfeito e ela não conseguiu conter um sorriso.
Aquele homem era impossível. Impossível.
Se não fosse tão cedo, Adele teria tocado a buzina com vontade. Já era suficientemente mau ser a motorista sem ter de estar à espera no carro com temperaturas abaixo dos zero graus, já que o aquecimento era irregular e só produziria algo parecido com calor assim que pisasse o acelerador a fundo.
O relógio do tablier indicava que eram sete e sete minutos. Dar-lhe-ia até às sete e dez, depois abortaria a missão.
Abanou a cabeça. Abortar a missão? Que tipo de linguagem era aquela? Começava a soar cada vez mais como Mona. Qualquer pessoa pensaria que se tratava de uma missão militar.
Ligou o rádio com uma mão enluvada.
Talvez se tratasse a situação como uma campanha militar, pudesse sair, se não triunfadora, pelo menos com o coração e a dignidade intactos. Se deixasse que Nick atravessasse as suas defesas, teriam de pegar nos seus pedacinhos para a reconstruírem. Nunca mais seria a mesma.
O único problema era que não sabia nada sobre guerra.
Só recordava alguns filmes da Segunda Guerra Mundial e coisas que o seu avô costumava dizer.
«Conhece o teu inimigo».
Isso era fácil. Conhecia Nick de cor. Embora isso não ajudasse muito, pois quanto mais pensava nele, mais se derretia.
«Mantém sempre o elemento surpresa».
Sorriu e acariciou o volante. Nick ia subir pelas paredes quando visse o seu carro.
Estava na hora de Nick provar o seu próprio veneno. Esfregou as mãos. Gostou de se sentir má.
Eram sete e nove… e quarenta segundos… quarenta e cinco. Virou a chave na ignição.
Então, Nick saiu de casa com uma mala de viagem e uma mochila pequena. Ainda não a vira. Um sujeito robusto entregou-lhe o que parecia um saco desportivo. Nick deu-lhe uma palmada nas costas e sorriu.
Nesse momento, o sorriso evaporou-se da cara de Adele. Algo loiro e magro correu até ao caminho da casa, rodeou o pescoço de Nick com os braços e deu-lhe um beijo na face. Adele resmungou e subitamente parou, surpreendida consigo mesma.
Alguns segundos mais tarde, o que não demoraria a ser o seu ex-marido, descia pelo atalho do jardim e olhava para um lado e para o outro da rua. Adele desceu o vidro e cumprimentou-o. Ele devolveu-lhe o gesto… e fez uma careta.
Recomeçou a andar com uma expressão pouco feliz.
– Adele! O que fizeste com o carro?
– Chiu! São sete da manhã.
– Eu sei que horas são. Quero saber o que fizeste com o meu carro!
– O nosso carro… Vendi-o.
– Tu… tu…
Olhou para o céu, depois apertou os lábios com força e abanou a cabeça. Abriu o porta-bagagem e pôs as suas coisas lá dentro. Uma das malas produziu um ruído metálico, o que era um pouco estranho, porém, Adele não parou para pensar nisso. Tinha coisas mais urgentes que requeriam a sua atenção.
Nick sentou-se ao seu lado, fechou a porta com força e olhou para ela.
– E então?
– Já não precisávamos daquela coisa tão grande. Não é prática para a cidade.
Pareceu-lhe que Nick ia ter uma apoplexia. Adele engoliu em seco e pensou que talvez se tivesse excedido um pouco.
Vender o todo-o-terreno fora a única vingança que tivera ao alcance da mão. Quisera rasgar as suas camisas em farrapos, mas não conseguira convencer-se a pôr o plano em prática. Ainda cheiravam a ele.
– Precisava de algo mais pequeno, prático… um utilitário.
Ele carregou num botão do tablier. Não aconteceu nada.
– Eu diria que é sucata – murmurou. – Se foi isto que conseguiste pelo dinheiro que devias ter lucrado com o meu Jipe, então foste enganada.
Ela olhou para ele de esguelha.
– Não sou estúpida. Não gastei o dinheiro todo no carro. Sou perfeitamente capaz de comprar um carro sem os teus conselhos.
Ele suspirou.
– Adele, o teu segundo nome é «capaz». Porque haveria de pensar que alguma vez poderias precisar de mim para alguma coisa?
– Não sejas ridículo – Nick