Uma esposa perfeita. Julia James
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Diana deixou cair os ombros. Havia tanto para fazer e era tudo muito caro. Suspirou, enquanto começava a tirar as coisas da sua mala. Reduzira o número de empregados ao mínimo, só os Hudson e as empregadas da vila, assim como um jardineiro e o seu ajudante. O pai preferia uma vida tranquila, embora isso tivesse causado descontentamento à esposa, e tornara-se quase um recluso quando ela o abandonara.
Também preferia uma vida simples e adorava ajudá-lo a escrever a história da família St. Clair, corresponder-se com a rede de contactos familiares e partilhar os seus passeios diários pelo parque. Em resumo, ser a senhora de Greymont na ausência da sua mãe.
Só se davam com famílias da zona, sobretudo sir John Bartlett e a esposa, os melhores amigos do pai. Fora mais ativa e visitava velhos amigos da escola ou da universidade, encontrando-se com eles em Londres de vez em quando. Mas não gostava de festas, preferia os jantares ou ir ao teatro e à ópera com amigos cuidadosamente selecionados, os que aceitavam que não tinha nenhum interesse em romances.
Na sua mente, apareceu a imagem do homem que pusera essa doutrina à prova, mas afastou-a, zangada. A sua reação ridícula com Nikos Tramontes era irrelevante. Não voltaria a vê-lo e tinha coisas mais urgentes em que pensar.
Respirando fundo, foi à biblioteca e sentou-se à frente da secretária do pai. O correio acumulara-se durante a sua ausência e, deixando escapar um suspiro de resignação, começou a abrir cartas. Nenhuma boa notícia, é claro. Pelo contrário, havia mais orçamentos de obras que não podia pagar para restaurar Greymont.
De algum modo, tinha de encontrar o dinheiro de que precisava, pensou, com o coração apertado.
Mas não seria casando-se com Toby Masterson. Não, não conseguia passar o resto da sua vida com ele.
Diana sentiu uma pontada de vergonha. Não fora justo pensar nele apenas como uma solução para os seus problemas.
Teria de lhe escrever uma carta a agradecer-lhe pela sua amabilidade e a deixar claro que não podia haver mais nada entre eles.
Contudo, quando começou a escrever a carta, era outra cara que via, muito diferente das feições gordinhas de Toby. Um rosto de feições marcadas e uns olhos escuros que aceleravam o seu coração…
Diana tentou afastar essa imagem da sua mente. Mesmo que Nikos Tramontes não tivesse uma relação com uma supermodelo, um homem como ele só quereria uma aventura para se divertir enquanto estava em Londres.
«E de que me serviria isso?»
De nada. Absolutamente nada.
Nikos conduzia com cuidado, tentando evitar os buracos no caminho ladeado por castanheiros, até que Greymont apareceu à frente dos seus olhos.
Com uma fachada de pedra do século XVIII, um bloco central com duas alas simétricas, estava situada numa colina, com jardins grandes e terras de cultivo. Tudo emoldurado por um bosque ornamental. Era uma propriedade clássica da nobreza britânica.
Uma lembrança atingiu-o, cruel e dolorosamente. A lembrança de outra casa noutro país. Um château no coração da Normandia construído com pedra de Caen, com torres nos cantos ao estilo francês.
Entrara pela porta principal. Fora recebido.
Mas não bem-vindo.
– Tens de ir. O meu marido vai voltar em breve e não deve encontrar-te aqui.
A mulher, elegantemente vestida com um fato de alta-costura, não lhe abrira os braços. Rejeitara-o, recusando-se a olhar para ele nos olhos.
– É só isso que tens para me dizer?
Fora a sua pergunta, a sua exigência.
– Tens de ir – repetira a mãe.
Nikos olhara para a decoração imaculada da sala, para os quadros de valor inestimável, para os móveis ao estilo de Luís XV. Fora o que ela escolhera e era o que valorizava. E o preço que tivera de pagar por isso fora ele, o seu filho ilegítimo. Na verdade, fora Nikos que tivera de pagar.
Experimentou uma pontada de amargura e uma emoção ainda mais forte que não conseguia nomear e que negaria ter sentido.
Fazendo um esforço, afastou a lembrança da sua mente enquanto parava o carro para olhar em redor.
Sim, gostava do que via. Greymont, o antigo lar dos St. Clair e tudo o que vinha com ele, serviria para conseguir os seus propósitos. Mas não estava ali só por isso. Poderia ter comprado a propriedade, mas esse não era o seu objetivo.
Sabia como conseguir o que queria, o que faria com que Diana St. Clair fosse recetiva. Sabia bem o que ela desejava mais do que qualquer outra coisa, o que precisava. E estava disposto a oferecer-lho numa bandeja de prata.
De modo que voltou a pôr o carro a trabalhar e se dirigiu para a casa.
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