O Último Lugar No Hindenburg. Charley Brindley

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O Último Lugar No Hindenburg - Charley Brindley

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gelada.

      Donovan estendeu a cesta para Sandia para que ela tirasse uma torta, depois fez o mesmo com o avô Martin.

      Quando o velhote pegou numa Donovan pegou noutra para si e alcançou o chá gelado.

      "Manteiga."

      Donovan quase derramou o chá no colo. Ele olhou fixamente para o avô com os olhos arregalados. "Você disse 'manteiga'?"

      O homem acenou a cabeça. "Manteiga." Ele apontou a faca para o prato da manteiga.

      Sandia sorriu e passou a manteiga ao avô.

      "Estou tão feliz por ouvi-lo dizer alguma coisa." Donovan passou manteiga na sua torta. "Eu quero falar com vocês dois sobre as dores de cabeça da Sandia."

      “Ok,” o avô disse enquanto mastigava um pedaço.

      "Sandia, há quanto tempo tens essas dores de cabeça?"

      Ela franziu a testa. "Sempre."

      "E elas pioraram ultimamente, talvez nos últimos anos?"

      “Sim.”

      "Tenho um amigo..."

      Nancy trouxe a comida e eles recostaram-se para que ela pudesse colocar os pratos diante deles. “Vejamos,” disse ela, “vai ser muito difícil de me lembrar quem fica com o quê”.

      Donovan riu, em seguida Sandia também.

      "Ok," disse Nancy, "mais chá ou pão?"

      "Acho que temos suficiente por agora, Nancy," disse Donovan.

      "Muito bem, se precisarem de mim, basta assobiarem." Com um sorriso, Nancy correu para a mesa seguinte.

      Todos ficaram em silêncio por um tempo enquanto comiam.

      “Muito bom,” disse o avô.

      "Sim," disse Sandia, "tão bom."

      “Eu tenho um amigo,” disse Donovan, “que é médico. Liguei-lhe hoje cedo e descrevi-lhe os sintomas da Sandia.” Ele olhou de um para o outro. Eles esperaram que ele continuasse. "Ele acha que devias fazer alguns exames."

      "Não ter dinheiro," disse Sandia.

      “Ele disse que devíamos ir às urgências amanhã à noite. É quando ele está de serviço. Eles não podem recusar ninguém, mesmo que não tenham dinheiro ou seguro.”

      “O que são exames?” Ela perguntou.

      "Provavelmente um TAC."

      Sandia deu uma dentada no frango e mastigou por um momento. "Você acha que isto ser boa ideia para mim?"

      "Sim, acho".

      "Avô," disse ela, "você também acha?"

      “Sim.” Ele deu uma dentada no puré de batata.

      "Ok," disse Sandia.

      Após a refeição, eles comeram bolo de morango para sobremesa.

      "Posso falar com o gerente?" Donovan perguntou a Nancy enquanto ela retirava os pratos.

      Ela parou, olhando para ele. "Fiz algo de errado?"

      Ele abanou a cabeça.

      "Volto já."

      Logo, um homem baixo e rosado de cabeça rapada em forma de bala veio a marchar em direção à mesa deles com Nancy atrás dele.

      “O que se passa?” ele perguntou.

      "Nada," disse Donovan. “A comida, o serviço, o ambiente… é tudo excelente.”

      O gerente encolheu os ombros e estendeu as mãos, com as palmas para cima. “Obrigado?" Obviamente que não sabia aonde ele queria chegar, mas pôs-se à defesa. Foi então que reparouno cartão de identificação na correia do pescoço de Donovan. "Você é jornalista."

      “Escrevo uma coluna on-line onde faço uma resenha sobre negócios por toda a cidade. Tenho mais de dez mil seguidores. Com a sua permissão, gostaria de tirar algumas fotos e escrever um artigo para a coluna de amanhã.”

      O gerente ainda parecia um pouco duvidoso.

      “Será uma crítica positiva, pelo menos quatro estrelas.”

      Nancy tentou abafar uma risada nervosa, mas saiu como uma risada estranha. Ela pressionou os dedos nos lábios. “Desculpe.”

      "Bem, então," disse o gerente, "sim, claro."

      “Se a Nancy não se importar, eu gostaria de uma foto dela, sendo alegre enquanto atende os clientes. Uma empregada bem-humorada faz toda a diferença na experiência gastronómica.”

      O gerente olhou para Nancy por um momento, com a testa franzida.

      "Posso só arranjar o meu cabelo?" Nancy colocou um cacho vermelho de volta atrás da orelha e olhou do seu chefe para Donovan.

      Donovan pegou na sua pasta para tirar a sua Canon.

      * * * * *

      Quando Donovan levou Sandia e o avô para casa às dez, ele sentiu-se perturbado ou em conflito. Algo o incomodava, mas ele não conseguia identificar o que estava errado.

      Sandia empurrou a porta da frente e o avô entrou. Ela ficou no degrau acima de Donovan, sorrindo.

      "Bem," disse ele, "acho que deveria..."

      "Queres entrar?"

      Oh, Deus, sim. Eu quero entrar, sentar-me aos teus pés e apenas olhar para esses lindos olhos azuis para o resto da minha vida. "Está tarde." Ele sabia que eles não tinham nada em casa para o pequeno-almoço. Sabia que a dor de cabeça dela voltaria. O avô parecia racional naquele momento, mas se algo acontecesse com Sandia, seria ele capaz de cuidar dela? O velhote pode voltar a ficar em estado de choque, como fez quando recebeu aquela carta do VA.

      Apenas onze horas se passaram desde que ela abriu a porta para ele naquela manhã, e ele já estava tão envolvido na sua vida que achou difícil ir embora.

      Ela esperou em silêncio, sorrindo.

      Se ele entrasse agora, sabia que passaria a noite, provavelmente a dormir no sofá ou a conversar com ela o resto da noite. Ou talvez fizesse algo impulsivo e estúpido. Não, ele tinha de ser forte. "Tenho mesmo que ir."

      "Obrigado, Donovan."

      "Trago o pequeno-almoço de manhã, se não houver problema."

      Ela assentiu com a cabeça.

      Ele desceu apressado até ao Buick e olhou para trás para vê-la a observá-lo.

      Período:

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