Sete Planetas. Massimo Longo

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Sete Planetas - Massimo Longo

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pelos vários governos, autoridades e funções especiais até à conclusão do seu objectivo.

      A naveta comercial atravessava os grandes anéis cinzentos de Bonobo e dirigia-se para o Mar do Silêncio.

      As navetas deste tipo, projectadas para o transporte de mercadorias, tinham a forma de paralelepípedo com a parte frontal embotada para dar um mínimo de aerodinâmica e das pequenas asas dobráveis assim que necessário para sair da atmosfera. Atrás, um enorme portaló, que se abria como uma flor em três partes, servia para o carregamento e descarga das mercadorias. Lentas embaraçantes, aterravam e descolavam perpendicularmente no solo, sem a necessidade de espaço para a manobra, como todas as outras navetas.

      - Identifiquem-se – chegou do rádio a voz metálica das sentinelas do planeta.

      - Somos mercantes, senhor - respondeu Oalif.

      - Vejamos, mas quem e o que se encontra a bordo? Vocês têm a licença?

      - Sétimo de Oria, senhor.

      - Número da licença! – Insistiu a sentinela.

      - 34876.

      - Não constam na nossa lista, mudem imediatamente a rota, nenhuma permissão de aterragem naquela zona.

      - O sinal está fraco senhor, não o oiço, número da licença 34876 - repetiu Oalif fingindo de não estar a ouvir.

       - Permissão de aterragem naquela zona recusada!

      - Não recebemos senhor – insistiu o Bonobiano e depois dirigindo-se aos membros da tripulação – estamos dentro gente! Estamos a atravessar o nevoeiro do Mar do Silêcio!

      Piloto de grande experiência e grande conhecedor do planeta natal, Oalif era um Bonobiano, mas não entrava nos cânones de simplicidade e brandura usualmente atribuídos à esta raça. A sua tribo de pertença não se tinha por acaso curvado aos Anic e por isso tinha pagado um preço altíssimo. Durante a última grande guerra, perdeu o controlo do planeta, tinham sido forçados ao exílio e, hospedados pelos planetas da coligação, organizavam a rebelião interna para a reconquista do planeta.

      O corpo de Oalif estava recoberto por pelos pretos que deixavam vislumbrar a pele clara, o contorno dos olhos verdes e as maçãs-do-rosto eram lisas, tinha uma barba espessa que terminava pontiaguda no peito, os cabelos compridos e recolhidos em forma de rabo na nunca.

       Oalif era perfeito para esta missão mas infelizmente deveria permanecer a bordo para não atrair olhares indiscretos. Era com efeito procurado, o seu rosto era conhecido e não sabiam quem e o que o grupo teria encontrado.

       A naveta aterrou numa verdíssima clareira assolada atravessada por um enorme rio das águas baixas e transparentes que deixavam vislumbrar a profundidade composta por uma grande variedade de rochas com cores vivas, como um quadro impressionista.

      - A melhor forma para esconder algo é à luz do dia, Oalif assim que descemos activa os painéis de camuflagem e obrigado… Foste magnífico – felicitou Ulica o Eumenide.

      - É incrível este lugar, o nevoeiro que o circunda uma vez dentro evapora e os raios de KIC 8462852 aquecem como em pleno verão – chamou a atenção assim que esteve fora da naveta Zàira de Oria.

      - Despachemo-nos, temos pouco tempo para achar um refúgio antes de anoitecer, Mastigo não nos vai dar muito tempo para encontrar o mosteiro – ordenou Xam do Sexto Planeta, quarto componente do grupo.

      - Avancemos ao longo do rio – propôs Zàira – a floresta que o circunda cobrir-nos-á enquanto avaliamos o melhor percurso.

      Entranharam-se na vegetação, Xam e Zàira abriam caminho enquanto Ulica avaliava a direcção por seguir para alcançar uma aldeia Bonobiana onde contavam em restaurar-se e encontrar informações sobre o mosteiro de Nativ, o alvo deles.

      Xam, guerreiro do Sexto Planeta, humano, durante as últimas guerras tinha-se distinguido por coragem e humanidade.

      Era um jovem adulto, alto e de um físico escultural, tinha a pele clara e os cabelos encaracolados, curtos e bastante pretos como os seus olhos, os seus longos lábios escondiam-se por baixo da espessa barba densa de caracóis. Nos calções aderentes trazia um cinturão multifuncional altamente tecnológico, concebido pelo seu povo para fazer frente às situações de defesa ou sobrevivência. O resto do seu corpo estava coberto por um gel usado por Sistiani para manter a temperatura corporal estável em qualquer condição meteorológica.

      Zàira, sua contemporânea, era de Oria, o planeta da atmosfera reduzida. Uma morena couraça natural a recobria, partindo da ponta da testa, para alargar-se ao longo de toda coluna até à cauda, era a feição distintiva da sua raça. Uma curta e densa pelugem branca cobria o resto do corpo, excepto o rosto com feições humanas onde destacavam-se os seus maravilhosos olhos cinzentos verdes. Na testa, nos lados da couraça, tinha dois tufos de cabelos brancos que ligavam-se atrás da cabeça e terminavam numa trança que descia até aos ombros.

      Ulica, a mais jovem do grupo, cientista e matemática de alto nível, era de Eumenide. Fina e elegante como uma borboleta… o seu corpo estava recoberto por um véu natural, cor verde de água e transparente como asas de borboleta.

      Abrindo os braços desdobrava umas asas verdadeiras que lhe permitiam de pairar. Eriçadas e estendidas nos dorsos de ambas as mãos, por assim dizer parecia uma decoração, subtis línguas de seda alongavam-se à medida dos seus desejos para ser utilizadas como chacota ou chicote.

      A procura durou mais do previsto por causa de um mau funcionamento do detector da posição causado pelos estranhos efeitos nos aparelhos que se verificam no Mar do Silêncio. O imprevisto os distanciou do rio despistando-os e causando um atraso dalguns dias ao seu prospecto de marcha.

      Apercebendo-se finalmente do problema, recuaram seguindo os seus passos e bordejaram o rio até que avistaram uma clareira. Os seus olhos debruçaram-se sobre uma serie de pequenas cabanas dispostas em círculo, tendo na parte central um cavalete usado para cozinhar em comum a carne de caça. As paredes eram construídas com troncos de bambu gigante, ligados juntos bem lacrados com lama e extractos de capim. As coberturas, constituídas por entrelaçamentos de folhas de palmeira, no topo tinham um furo, que servia em substituição da malha.

      Com a sua grande surpresa, aperceberam-se que a aldeia encontrava-se mais próximo do previsto ao lugar onde tinham aterrado.

      Todos os habitantes, à vista dos estrangeiros, fugiram por toda a parte, enfiando-se nas suas habitações, pareciam bolas de bilhar batidas pela bolinha no inicio da partida.

      Encontravam-se diante de uma das poucas tribos bonobianas que não quisera ceder à vontade dos Anic, refugiando-se naquele lugar impenetrável.

      Não escaparam à vista das sentinelas, passou apenas algum tempinho e diante deles apresentaram-se alguns guerreiros armados em lanças.

      - Viemos em paz – apressou-se dizendo Xam.

      - Nós também queremos a paz – afirmou o mais barrigudo dos guerreiros, que provavelmente era o chefe deles.

      - Por isso queremos que vão embora!

      - Não estamos arranjar sarilhos, precisamos da vossa ajuda, Oalif nos falou da vossa coragem.

      - Oalif nos abandonou há muitos anos. O que vieram fazer?

      -

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