Guerreiro Místico. Brenda Trim

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Guerreiro Místico - Brenda Trim

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momento, ela se odiou por ser tão materialista a ponto de recusar a deixar sua Mercedes estacionada no aeroporto. Tudo parecia tão sem importância agora.

      — Jace está certo, eles nunca transformaram uma mulher antes. Sempre presumi que as mulheres morriam se fossem envenenadas. Entendo sua preocupação por sua amiga, Cailyn, mas não posso permitir que ela vagueie livremente pela casa até que entendamos a situação melhor. É meu dever zelar pela proteção de Elsie e pela sua. Não colocarei nenhuma de vocês em risco desnecessário – ordenou Zander.

      Cailyn notou a forma como Jace enrijeceu com as palavras de Zander, e estava curiosa para saber o motivo. Ela se perguntou se ele também se irritava com a supremacia do rei. Foi preciso que Cailyn se esforçasse muito para recuar e considerar o perigo que corria. Ela já havia visto o que uma escaramuça era capaz de fazer e não queria colocar ninguém nessa posição. Mas o que iriam fazer?

      Enquanto Cailyn pensava em como proteger Jessie, ela observou a pele da amiga mudar diante de seus olhos. A textura suavizou e qualquer gordura que havia em seu corpo desapareceu, substituída por músculos. Aquilo não poderia ser boa coisa. Jessie poderia se tornar a ameaça que temiam. Jessie poderia arrancar a garganta de alguém e tirar a vida deles? A Jessie que Cailyn conhecia era muito bondosa e atenciosa para se transformar nesse ser. Mas ninguém entendia exatamente em que Jessie estava se transformando. Eles haviam admitido esse desconhecimento e Jace já percebera diferenças em Jessie. Isso não significava que Cailyn iria aceitar que Jessie fosse eliminada, e se recusava a ficar parada enquanto Zander ou Gerrick a matavam. Não, tinha que haver outra maneira.

      — Nós podemos contê-la. O que precisamos descobrir é o que Kadir ganha com isso. Ele não pode estar planejando usá-la para nos prejudicar diretamente. Deve saber que não permitiríamos que ela vagasse livremente pelo complexo, o que significa que não haverá nenhuma oportunidade de procurar pelo amuleto. Ele aumentou a aposta pelo Amuleto Triskele, e assumiu riscos maiores do que qualquer arquidemônio antes dele. Simplesmente não vejo o que ele consegue com isso – contemplou Zander, passando a mão pelo cabelo. – Talvez ele espere criar dissensão entre nós. Veja como estamos discutindo sobre o assunto. Não vou permitir que isso cause uma divisão entre nós. Agora, mais do que nunca, precisamos permanecer unidos. As apostas estão mais altas do que nunca. Está claro que ele ainda está atrás da minha companheira. Nem ela nem Cailyn devem deixar o complexo sem proteção. Jace, envie o sangue de Jessie para os cientistas testarem e certifique-se de lhes dizer que essa é a prioridade mais alta. Devemos saber o máximo possível, o mais rápido que pudermos. Até então, ela ficará trancada na masmorra – ordenou Zander.

      — Jessie não é um perigo que precisa ser trancado e não é cobaia de ninguém. É uma contadora de vinte e oito anos e tem importância – protestou Cailyn.

      Jace agarrou o queixo dela entre o polegar e o indicador, forçando-a a encará-lo. Ela se viu presa pelo olhar cor de ametista por vários segundos. Algo cintilou entre eles, alimentando o fogo lento no ventre dela, apesar da dor excruciante que sentia.

      Finalmente, ele quebrou o silêncio, fazendo-a perceber que todos na sala haviam se calado.

      — Cailyn, temos que contê-la. Precisamos estudá-la para podermos ajudar. Ela está se transformando, sim, mas não posso dizer com certeza o que vai acontecer a seguir. Prometo-lhe que ela não será torturada ou machucada durante o teste – disse Jace para tranquilizá-la. Infelizmente, ocorreu exatamente o oposto.

      A dor que brotou foi poderosa. Devido ao fato de ele estar agindo de forma tão protetora e por estar segurando-a tão perto, ela pensou que ele sentia algo por ela. No momento em que a tirou dos braços de Jax, a eletricidade percorreu os dois. Essa declaração parecia uma traição a tudo isso. Era ridículo se sentir assim, principalmente porque era impossível criar expectativas em tão pouco tempo. Ainda assim, a dor estava lá. Cailyn precisava manter a cabeça no lugar. Jessie e Elsie eram tudo para ela, e ela nunca se perdoaria se algo acontecesse a qualquer uma das duas.

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      * * *

      Tremendo incontrolavelmente, Jace temia deixar Cailyn cair caso não se acalmasse. Sentia-se se afogando na torrente de suas emoções. Estava impressionado com a beleza dela e, ao mesmo tempo, a excitação o percorria, queimando o seu corpo. A saliva se acumulava na boca e o estômago se agitava. Em silêncio, amaldiçoou a repulsa com que seu corpo reagia à excitação. Queria implorar à Deusa que lhe desse uma noite na qual não se sentisse mal e pudesse se dar ao luxo de satisfazer uma mulher. Deveria saber que, depois de sete séculos de náuseas, não iria experimentar mais nada.

      Por sorte, convivia com a sensação por tempo suficiente para agir de modo bem normal. No entanto, isso não impedia a vergonha de ter o fogo percorrendo suas veias. Desejou ser um homem normal, em vez da concha destruída na qual havia se transformado.

      Queria, mais do que tudo, ser capaz de se perder no corpo de uma mulher. Mas não qualquer mulher. Queria aquela, mais do que já havia desejado outra. Mas nunca procurou Cailyn porque se recusava a contaminá-la. As coisas nunca poderiam ir mais longe entre eles. Ninguém precisava viver com o inferno com o qual ele lidava noite e dia. Ainda assim, sentia-se atraído por ela como uma mariposa pela chama, e ficaria feliz se tivesse uma noite com ela.

      Queria aqueles exuberantes lábios carnudos pressionados sobre os seus. Ou, melhor ainda, envolvendo seu membro dolorido. Podia imaginá-la de joelhos, lambendo a cabeça carnuda enquanto sorria para ele. E bem rápido ele enrijeceu como aço dentro das calças, certo de que o zíper iria se romper.

      A fantasia que se desenrolava em sua cabeça fez com que olhasse para o belo rosto dela. Respirou fundo, inalando o aroma picante de canela. Sabia que seus olhos deviam estar brilhando, exibindo a excitação mais claramente do que sua ereção. Sentia-se incapaz de desviar os olhos e observou o olhar dela tornar-se cauteloso. Ela não fazia ideia do que seus olhos lhe diziam, mas não parecia estar com medo. Ele viu a curiosidade e o desejo que ela tentava esconder.

      — Prometa-me que nada vai acontecer com ela. Mesmo que ela se torne uma irracional máquina de matar, que ninguém a machuque. E que você encontrará uma cura para o que aconteceu com ela – pediu Cailyn.

      Jace admirou-se com a força e determinação dela, e soube que iria lhe prometer qualquer coisa.

      — Farei tudo ao meu alcance para ajudar sua amiga, mas precisamos contê-la até que saibamos mais. Trabalhei em estreita colaboração com os cientistas durante séculos, mas este é um caso inédito. Precisamos de tempo – declarou.

      — Eu, por exemplo, prometo que nada acontecerá sem o seu envolvimento, Cai – jurou Elsie, chamando a atenção de Cailyn.

      — A ghra, não faça promessas que não pode cumprir – repreendeu Zander.

      — Oh, mas posso manter esta promessa. Afinal, sou sua rainha. E você, meu rei, vai se certificar de que isso aconteça – disse-lhe Elsie docemente.

      Jace observou a interação dos dois e sentiu um aperto no peito. Invejava a conexão deles. Nunca desejou que alguém lhe pertencesse, mas em algum momento nos últimos meses, começou a esperar por mais. Desde o momento em que conheceu Cailyn, sentiu algo mais do que uma admiração por uma bela e inteligente mulher. Deveria se lembrar que nunca teria uma mulher só dele. Não merecia.

      — Obrigada, El. Sinto-me melhor sabendo disso – sussurrou Cailyn, com os olhos um pouco caídos. Aquela noite devia estar cobrando seu preço, e o corpo dela ainda estava ferido.

      Sem pensar, ele se inclinou e roçou o nariz ligeiramente no de Cailyn. Seu olhar dirigiu-se

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