Guerreiro Místico. Brenda Trim

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Guerreiro Místico - Brenda Trim

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de agir impelido por aquele desejo especial, procurando, com o olhar, o abismo cor de avelã dos olhos dela. De repente, ele percebeu que os olhos dela combinavam com os olhos da serpente em seu bastão. Mais uma vez ele se perguntou o motivo pelo qual aquela mulher havia entrado em sua vida.

      A tensão na sala o lembrou de que não se encontravam sozinhos. Ignorando os olhares preocupados de Elsie e dos outros queimando suas costas, ele empurrou a porta para o que agora se tornara o quarto de Cailyn.

      — Vamos cuidar de você e curá-la, certo? – perguntou Jace, enquanto tentava deitá-la na cama. Seus braços se recusaram a cooperar, puxando-a para mais perto do peito.

      Com metade dos residentes do complexo o seguindo, aquele momento não era a hora de ceder ao desejo. Forçando os dedos a se abrirem, ele a deitou suavemente na cama. Ela estremeceu de dor e um leve brilho de suor cobria seu corpo. A pele ficou ainda mais pálida e ele sabia que ela estava com uma dor terrível, embora não emitisse nenhum gemido. Ele admirava a força dela. Até mesmo os guerreiros reclamaram quando ele precisou curar suas feridas. Aquela pequena mulher continuava a surpreendê-lo.

      — Sinto muito. Vou tirar a sua dor e você vai ficar como nova – ele a tranquilizou, colocando o cabelo solto dela atrás das orelhas, precisando manter o contato.

      Tocar naquela pele macia lhe dava uma sensação de alívio e o acalmava, ao mesmo tempo em que o deixava retesado como um tambor. Um desejo sombrio e insidioso se enraizava nele. Pela primeira vez na vida, ele precisava provar uma mulher, explorar o corpo exuberante e se perder em sua intimidade aquecida, e isso o assustava muito.

      Jace odiava como suas mãos tremiam, nervosas, enquanto percorriam os braços dela, não decidido a curá-la e assim perder a desculpa para tocá-la. Ele segurou as mãos dela por vários momentos silenciosos antes de se concentrar na perna quebrada. Ela era tão macia e flexível sob suas palmas… Foi preciso um grande esforço para deixar a luxúria de lado e acessar sua habilidade de cura. Surpreendentemente, o poder chegou sem muito esforço em seus dedos, apesar da energia gasta na abertura do portal. Ele direcionou a magia para o corpo dela e seu sangue congelou ao sentir de repente uma explosão derrubando todos na sala. Ele se viu sendo lançado para longe dela, aterrissando bruscamente ao bater na parede.

      — Que diabos aconteceu? – murmurou Cailyn, enquanto Jace se esforçava para voltar para o lado dela.

      — Nada de bom. Lembra-se daquelas palavras que a fada entoou? Foi um feitiço que acabei de ativar – respondeu Jace, sério, enquanto os demais se levantavam, parecendo perplexos.

      — Que tipo de feitiço? Você pode desfazer? – perguntou Cailyn, mostrando que a letargia claramente pesava sobre ela.

      — Não faço ideia. O que eu não daria para ver o Grimório Místico aparecendo agora – refletiu Jace, mas ele percebia mais do que dizia. O medo se instalou em suas entranhas ao pensar no que poderia acontecer a Cailyn naquele momento.

      Capítulo Três

      Jace gemeu quando as costas caíram sobre a laje. Não havia nada para amortecer seu corpo ou protegê-lo do mármore gelado. Ele estremeceu de frio e náusea. Quanto tempo levaria até ela voltar? Por falar nisso, quanto tempo havia se passado desde que ela havia saído? O tempo não significava nada para ele. Não sabia quantos dias, meses ou anos haviam se passado desde sua captura, e se esqueceu de tentar decifrar se era de dia ou de noite, inverno ou verão.

      — Deusa, maldita cadela – rangeu ele.

      Algemas de metal enferrujado envolviam seus pulsos e tornozelos, ligadas a correntes que o prendiam ao altar de mármore. No início, ele orava dia e noite para ser libertado da prisão, mas a esperança de qualquer resgate ou fuga desapareceu com o tempo.

      A água pingava do teto até um buraco raso no solo. Pela deusa, ele estava com tanta sede, daria qualquer coisa para poder beber algo. Mas isso fazia parte de sua tortura. Negue-lhe tudo, e ofereça comida, água ou um banho em troca do que ela queria. Ele se recusava a lhe dar qualquer coisa. Não que ele pudesse lhe dar o que ela desejava. Não tinha o livro e não sabia onde estava.

      Jace abriu os olhos e olhou ao redor, para as paredes de pedra ásperas. Sem janelas, sem quadros. Nada o rodeava, além de pedras sem fim. Ele mal conseguia se lembrar da cor do céu ou do cheiro do ar livre. Enquanto seu corpo estremecia, ele tentou conjurar um fogo na palma da mão. Recitou o feitiço repetidas vezes, como havia feito milhares de vezes antes, mas nada aconteceu. A coleira atenuante em volta do pescoço garantia que isso acontecesse.

      Ele puxou as correntes de novo, querendo se libertar e arrancar a coleira, mas não conseguiu movê-las nem um pouco. Ela o havia tornado tão fraco quanto um humano. Cada centímetro enferrujado e mofado da prisão havia sido reforçado misticamente por um dos feitiços dela.

      Seu corpo enrijeceu e a bile subiu pela garganta quando o incenso de sândalo atingiu suas narinas. Ela estava chegando. Seu pênis tentou rastejar para dentro do corpo para escapar das garras dela. Se pudesse, teria cortado a maldita coisa. A raiva que sentia por sua situação aumentou e ele lutou mais uma vez.

      Odiava o que ela fazia com ele, e seu corpo odiava ainda mais. Ele afastou o desespero, o ódio e a repulsa. Mostrar-lhe qualquer emoção apenas alimentava os desejos dela e piorava as coisas. A porta rangeu quando a madeira pesada foi empurrada para o lado por um dos adoradores dela. Jace parou, preparando-se para o que viria a seguir.

      Lady Angelica deslizou pela porta com seu vestido cor de esmeralda. Com um aceno de mão e uma palavra, ela acendeu as tochas que revestiam a cela. Ele poderia passar muito bem sem ter que ver as feições perfeitas dela. A pele cor de cacau brilhava com saúde e esplendor. Ela era realmente linda, com cabelos castanhos escuros caindo bem no meio das costas, mas ele nunca tinha visto nada mais asqueroso.

      — Olá, querido. Tirou uma boa soneca? – sussurrou, bem próximo ao ouvido dele. Ela passou a língua pela concha da orelha dele, enquanto as unhas arranhavam o seu estômago, forçando-o a se afastar do toque dela.

      Ele olhou desafiadoramente para os olhos negros como a noite, recusando-se a responder. A pupila branca sempre o enervava, antecipando a natureza maligna dela.

      — Não? Bem, terei o prazer de lhe fornecer uma cama bonita e macia. – Ela fez uma pausa esperando um efeito que se encontrava perdido nele. – Diga-me onde posso encontrar o livro.

      Era a mesma música e dança que vinham fazendo, só a Deusa sabia há quanto tempo. Mais uma vez, Jace utilizou sua única arma. Silêncio. Isso a deixava louca e ele gostava disso.

      — Odeio machucá-lo, querido. Diga-me onde está o Grimório Místico. Nós governaremos juntos – murmurou ela, enquanto esfregava o braço dele.

      Que droga, ela adorava machucá-lo. Na verdade, ele estava certo de que ela atingia o orgasmo sempre que começava a torturá-lo.

      — Quantas vezes tenho que lhe dizer que não sei onde está – proferiu ele antes que pudesse se conter. Não imaginava para onde o livro havia sumido quando seu pai foi morto e, mesmo que imaginasse, nunca diria àquela desgraçada onde estava.

      Sua família havia sido encarregada de manter e proteger o Grimório Místico enquanto o reino de Tehrex existisse. O livro continha todos os feitiços de magia e as profecias do reino, bem como informações sobre os feitiços de outras criaturas. Estava magicamente conectado à linha de sangue de sua família, mas o livro decidia quem poderia acessá-lo e quando.

      Ele

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