Razão para Salvar . Блейк Пирс

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Razão para Salvar  - Блейк Пирс Um mistério de Avery Black

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e, agora que ela estava começando a entrar em pânico, um pouco louco também.

      A coisa que parecia um tipo de arma apareceu rapidamente. Ela abriu a boca para gritar por ajuda e se virou para correr.

      Mas depois, sentiu algo a atingir por trás. Algo que a acertou ao lado da cabeça, embaixo da orelha—preciso e imediato. Ela balançou e depois caiu. Sentiu sangue na boca e depois viu duas mãos a alcançarem. Foi, mais uma vez, uma sensação precisa em sua cabeça. Pequena, porém ao mesmo tempo estrondosa.

      A dor era imensa, mas Kirsten conseguiu sentir tudo antes da noite se tornar apenas algo vago em volta dela. A rua escureceu, assim como o rosto do homem, e depois tudo ficou escuro.

      Seu último pensamento foi que sua vida acabou sendo muito curta—e que a viagem que mudaria tudo acabaria nunca mais acontecendo.

      CAPÍTULO UM

      Avery sentiu como se estivesse em alguma estranha câmara de isolamento pelas últimas duas semanas. E ela estava nessa situação por sua própria vontade porque, na verdade, não havia outro lugar que a interessasse—apenas as paredes lisas do quarto de hospital onde Ramirez ainda repousava entre a vida e a morte.

      De hora em hora, seu telefone tocava com uma chamada ou uma mensagem—mas ela quase não o olhava. Sua solidão era interrompida apenas por enfermeiras, médicos, e Rose. Avery sabia que provavelmente estava assustando sua filha. Na verdade, ela estava começando a assustar a si mesma, também. Ela já estivera em depressão antes—durante seus anos de adolescência e depois de seu divórcio—mas aquilo era algo novo. Algo que ia além da depressão, fazendo com que ela imaginasse se a vida que estava vivendo ainda era ao menos sua.

      Duas semanas antes—treze dias, exatamente—foi quando tudo acontecera. Quando Ramirez havia piorado depois de uma cirurgia para se recuperar de um ferimento a bala que o atingira a menos de um centímetro do coração. E a situação não havia melhorado. Os médicos diziam que seu coração estava prestes a parar. Tudo poderia acontecer. Ele poderia se recuperar completamente a qualquer momento, ou simplesmente morrer com a mesma facilidade. Não havia como saber. Ele perdera muito sangue com o tiro—tendo tecnicamente morrido por quarenta e dois segundos com a parada do coração—e as notícias não eram as melhores.

      Tudo isso havia se juntado a outra notícia terrível que ela recebera apenas vinte minutos depois de falar com o médico.

      A notícia de que Howard Randall havia, de alguma maneira, escapado da prisão. E agora, duas semanas depois, ele ainda não fora encontrado. E se ela precisasse de uma lembrança desse fato terrível (e ela não precisava, mesmo), poderia ver na televisão, em qualquer canal. Estava sentada como um zumbi, no quarto de Ramirez, vendo o noticiário. Mesmo que a fuga de Howard não fosse a notícia principal, ela estava lá, nas letras pequenas na parte de baixo da tela.

      Howard Randall ainda procurado. Autoridades não têm respostas.

      Toda a cidade de Boston estava nervosa. Era como estar à beira de uma guerra com outro país qualquer, apenas esperando para que as bombas começassem a explodir. Finley tentara ligar muitas vezes e O’Malley aparecera no quarto em duas ocasiões. Até Connelly parecia preocupado com o bem-estar dela, expressando esse sentimento em uma simples mensagem que ainda assim parecera uma preocupação silenciosa.

      Tire quanto tempo precisar. Ligue se necessitar de algo.

      Eles estavam respeitando seu sofrimento. Ela sabia disso e se sentia estúpida, vendo que Ramirez ainda não havia morrido. Mas foi esse tempo também que a permitiu processar o trauma que havia ocorrido com ela no último caso. Avery ainda se arrepiava pensando nisso, relembrando o sentimento de quase ter sido congelada até a morte em duas ocasiões—dentro de um freezer industrial e caindo em águas frígidas.

      Mas, além de tudo isso, havia o fato de que Howard Randall estava à solta. Ele escapara de alguma maneira, tornando sua imagem ainda mais enigmática. Ela havia visto no noticiário alguns caras com reputação terrível venerando Howard nas redes sociais por suas habilidades de ter escapado da prisão sem deixar rastros.

      Avery pensou sobre tudo aquilo enquanto seguia sentada em uma poltrona reclinável que uma enfermeira havia trazido a ela na última semana, quando percebera que ela não iria sair dali tão cedo. Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho em seu telefone. Era o único som que ela atendia nos últimos dias, um sinal de que Rose estava tentando contato.

      Avery pegou seu telefone e viu que a filha havia deixado uma mensagem. Apenas para saber como você está, dizia o texto. Ainda plantada no hospital? Pare com isso. Saia e venha tomar algo com sua filha.

      Sem pensar muito, Avery respondeu. Você é menor de idade.

      A resposta chegou em seguida, dizendo: Ah, mãe, que bonito. Tem muita coisa que você não sabe sobre mim. E você poderia saber alguns desses segredos se saísse comigo. Só uma noite. Ele vai ficar bem sem você aí...

      Avery colocou o telefone de lado. Ela sabia que Rose estava certa, mesmo que não conseguisse aceitar a possibilidade de Ramirez finalmente acordar enquanto ela estivesse fora. E ninguém estaria ali para dar-lhe as boas-vindas, para pegar em sua mão e contar a ele o que acontecera.

      Ela saiu da poltrona e caminhou até ele. Já havia se acostumado com o fato dele parecer fraco, atrelado à máquina e com um tubo pela garganta. Quando lembrava do porquê ele estava ali—ele havia levado um tiro que vinha na direção dela—ele parecia mais forte do que nunca. Avery colocou as mãos no cabelo dele e beijou sua testa.

      Depois, segurou a mão dele e sentou na beirada da cama. Ela nunca contaria a ninguém, mas havia conversado com ele muitas vezes, esperando que ele pudesse escuta-la. Ela falou com Ramirez novamente naquele momento, sentindo-se um pouco tola, como sempre, mas seguindo o hábito naturalmente.

      - Então, é o seguinte – ela disse a ele. – Eu não saio do hospital há três dias. Preciso de um banho. Preciso comer algo decente e de uma xícara de café. Vou sair um pouco, ok?

      Avery apertou a mão de Ramirez, com seu coração despedaçado ao perceber que estava esperando que ele apertasse de volta. Ela o olhou, suspirou e depois pegou o telefone. Antes de sair do quarto, olhou para a TV. Pegou o controle remoto para desliga-la, mas acabou vendo o rosto que estava tentando tanto tirar de sua mente pelas últimas duas semanas.

      Howard Randall a olhava, com seu retrato sendo mostrado em metade da tela, enquanto o âncora do jornal, com uma expressão séria, lia algo no teleprompter. Avery desligou a TV com desgosto e saiu do quarto rapidamente, como se aquela imagem de Howard fosse um fantasma atrás dela.

      ***

      Saber que Ramirez deveria estar morando com ela (e que, de acordo com o anel que fora descoberto no bolso dele depois de ser atingido, ele a pediria em casamento) tornou a volta ao apartamento uma experiência melancólica. Quando entrou no local, olhou em volta distraidamente. O lugar parecia morto. Como se ninguém tivesse morado ali por eras, um lugar esperando para ser reformado, repintado e alugado para outra pessoa.

      Ela pensou em ligar para Rose. Elas poderiam sair para comer uma pizza. Mas sabia que Rose iria querer falar sobre o que estava acontecendo e Avery não estava pronta para isso ainda. Ela geralmente processava tudo rapidamente, mas agora era diferente. Ramirez correndo tanto risco e Howard Randall à solta... era demais.

      Além disso... mesmo que aquele lugar já não

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