O Diário De Um Gato Detective. R. F. Kristi
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Nada de pizza
Nada do que é bom!
A nossa higiene
A Mãe é obcecada com a limpeza! Quando menos esperamos – lá saca ela de uma das nossas escovas…
O Fromage tenta esconder-se sempre que a vê ir buscar as escovas.
Mas a Cara fica toda vaidosa e até ronrona quando a Mãe a escova, e os olhos dela brilham como duas safiras cintilantes – só para a Mãe.
O Fromage normalmente rosna-lhe um “Traidora!” e mete-se debaixo do sofá.
Mas acham que ela se importa?
NÃããããããão!
Eu também finjo que protesto, mas não consigo evitar gostar de sentir a escova a passar no meu pêlo. E, de qualquer maneira, ninguém consegue parar a Mãe quando ela entra em modo “limpar os gatos”.
E, sendo assim, porque não desfrutar do inevitável?
TIA FLORENCE:
A tia Florence é a tia humanóide da Mãe.
Não tenho problemas em admitir que a tia Florence me adora.
Ela é a única família que a Mãe tem para além de nós. A tia Florence costumava viver no chalé em que vivemos agora, em Kensigton, Londres. Neste momento a tia Florence vive na Provença, em França.
E AGORA QUE JÁ CONHECEM A MINHA FAMILIA, VAMOS PASSAR A COISAS MAIS INTERESSANTES!
Blá-blá-blá… Preâmbulo
Numa manhã de sábado em princípios de Dezembro:
A minha vida tornou-se tããããããoooo empolgante!
Foi por esta altura que comecei a escrever um diário!
E tu perguntas: porque é que um gato precisa de um diário???!!!
É simples.
Desde que deixámos Paris e chegámos a Londres que eu tive a minha primeira aventura de detectives.
Desde essa altura que sonho em me tornar o melhor gato detective do mundo.
Maior celebridade do mundo dos gatos detectives
O meu diário é importante para tornar o meu sonho realidade. Que melhor maneira podia haver de não perder de vista os meus casos resolvidos do que manter um registo das minhas aventuras?
Decidi então que já era o melhor gato detective de Londres.
Disso não havia dúvidas!
A minha fama ia espalhar-se rapidamente para o resto do país e depois para além-fronteiras, até à cidade onde nasci, Paris, em França.
Imaginei os meus amigos gatos em Paris a ouvirem histórias da famosa gata detective.
Eles iam ficar admirados quado percebessem que era eu!
Alguns diriam que “estava destinado a ser assim” e reconhecer-me-iam como um super especialista gato detective – um gato detective “par excellence”!
Outros iam ficar invejosos e diriam que “foi sorte”.
Mas não havia dúvida – até os gatos invejosos iam ter que reconhecer um gato detective mundialmente famoso!
Esgueirar-me com um caderno em branco da secretária da Mãe enquanto ela estava distraída foi super fácil.
As aventuras de Inca, a Fantástica Gata Siberiana, o gato detective mais famoso do planeta, seria uma obra-prima – um grande sucesso – um best-seller!
Quem é que conseguiria resistir a histórias felinas como as minhas?
Sim – os meus poderes de dedução iriam levar-me ao estrelato.
Esta era a melhor altura para começar, já que o Natal estava à porta. Havia um sentimento de excitação e antecipação no ar.
Sem dúvida! O Natal era a minha festa preferida do ano. O cheiro a pinheiro cortado, as decorações brilhantes e, acima tudo, os nossos presentes debaixo das luzinhas brilhantes da nossa árvore de Natal.
Eu contei à Cara e ao Fromage sobre o meu diário e eles só quiseram saber que papel é que ELES iam ter nele.
“Veremos”, foi tudo o que lhes prometi.
Ainda ouvi um murmúrio de “espertalhona!” da Cara, que fingi ignorar.
Isto era o MEU diário e EU é que decidia o que escrever nele.
Por isso, toma lá!
Qual espertalhona, qual quê!
Nem pensar que vou deixar a minha irmã e o meu irmão mandar no meu diário. Estou mesmo a ver no que ia dar:
Do Fromage: um relambório interminável sobre o seu amado queijo francês!
Da Cara: o último grito em cachecóis e como andar sempre na moda!!!!
A sonhar acordada, imaginei como uma multidão de cães faziam uma vénia à minha inteligência superior.
YESSS!
Eu ia ser Inca, o gato detective par excellence!
Nunca nenhum gato tinha sido tããão adorado pelo público.
Bravo, Inca!
Dezembro
12 Dias Até Ao Natal
Domingo, Já Muito Tarde:
De repente, tive uma sensação estranha, como se alguém estivesse a observar-nos.
Missy, a nossa Mãe, tinha acendido a lareira e a madeira estava a crepitar alegremente. A casa estava quente e confortável, mesmo com o frio tremendo que fazia lá fora.
Era