O Diário De Um Gato Detective. R. F. Kristi
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу O Diário De Um Gato Detective - R. F. Kristi страница 5
Que egoísta que eu sou!
Não admira que o Monk estivesse em pânico quando me visitou nesse dia.
Ele parecia ter-se acalmado, mas devia estar ansioso por ver a sua família fazer uma viagem tão perigosa – e a perguntar-se se eles regressariam sãos e salvos.
Os Himalaias! Hmmmm… pensei eu. Nunca tinha ouvido falar desse sítio. Eu, que normalmente gostava de saber tudo, estava perplexa.
“Onde é que isso fica?”, perguntei ao Terrance.
Ele foi até à secretária do Solo e trouxe-nos um livro com fotografias dos Himalaias.
Que paisagem extraordinária! Imensas montanhas com o cume coberto de neve. Aquele lugar era enorme e tinha um ar muito inóspito. Eu imaginava como devia ser gelado…
Eu imaginei o Terrance observando os Himalaias, pronto para os conquistar.
“Solo não acha que esta seja a melhor altura do ano para visitar os Himalaias, já que entre Novembro e Março é extremamente frio”, ladrou o Terrance
“Mas, por outro lado, o Solo também não quer esperar nem mais um dia, no caso de o Raoul estar vivo e a precisar de cuidados médico.
Nós vamos de avião directos a Katmandu”, concluiu o Terrance.
“Vai ser difícil para ti ficares sozinho, Monk?”, perguntou a Cara com o seu miado suave.
“O Lance vem até cá. O Solo ligou-lhe ontem à noite e pediu-lhe para tomar conta da casa até eles voltarem”, respondeu Monk, piscando os olhos.
“Quem é o Lance?”, perguntou o Fromage.
“Um familiar afastado do Solo”, disse o Monk.
“É um rapaz novo, sempre metido em biscates. Ele fica cá quando o Solo e o Hobbs estão a trabalhar num caso.”
“Ele não é má pessoa, mas eu tento manter-me afastado dele. Normalmente ele fica por aqui a ver televisão enquanto come sem parar, e tem umas ideias meio malucas para ganhar dinheiro”, miou o Monk.
11 Dias Até Ao Natal
Segunda-Feira De Manhã:
Nós fomos até casa do Monk para nos despedirmos dos nossos amigos que iam partir para os Himalaias.
O Solo e o Hobbs tinham imensa bagagem espalhada pelo hall de entrada. Eles iam levar os casacos de inverno e as botas para os manterem quentes nas montanhas altas dos Himalaias.
O Terrance tinha um casaco de malha polar bem quentinho e umas botinhas para proteger as patas dele das pedras afiadas e do frio.
Também se viam tendas robustas e uma caixa grande de mantimentos enlatados suficientes para duas semanas.
Coisas como frutas e vegetais e outros produtos que só se podem comer frescos iam ser comprados pelo guia deles no mercado, antes de fazer a viagem a pé.
O Terrance tinha comida enlatada especial e uma grande embalagem de biscoitos para cão.
O Fromage tinha-me dito que, quando a Mãe tinha sabido da viagem deles, tinha vindo trazer-lhes um bocado grande de queijo francês, bem embrulhado em papel de alumínio, para eles levarem na viagem.
Ele cheirou o queijo através da caixa e declarou que ele estava bem embalado lá dentro.
O Monk fez uma careta quando a sua família se preparou para partir.
Conhecendo o Monk há tempo suficiente, eu sabia que ele estava preocupado com a segurança da sua família, embora o escondesse. Ainda assim, a sua expressão, normalmente calma e bem-humorada, estava tensa.
“Fica bem, amigo, estaremos de volta antes que tenhas tempo de sentir a nossa falta”, disse o Terrance ao Monk.
“Não te preocupes muito com o Monk. Prometo-te que vamos fazer-lhe companhia até tu voltares”, sussurrei eu ao Terrance quando o Monk não estava a olhar.
“Toma conta de ti e traz toda a gente de volta sã e salva, de preferência incluindo o Raoul. Isso ia deixar o Polo doido de alegria”, acrescentei.
“Obrigado, Inca. Tivemos muita sorte por vocês se terem mudado para a casinha aqui ao lado”, ladrou o Terrance, enquanto me dava aquele sorriso meio de lado com a língua cor-de-rosa ao dependuro.
Pouco depois chegou um táxi preto e grande. O Lance, que tinha chegado entretanto, juntamente com o Hobbs e o taxista, carregaram o carro com a bagagem, e lá foram eles começar a sua viagem até ao Nepal.
Eu virei-me na ombreira da porta para olhar para o Lance.
Ele era um rapaz novo com cabelo castanho claro e olhos de um azul vivo. Estava vestido de maneira descontraída com umas calças de ganga e uma camisola e tinha, no seu todo, um ar de quem não leva nada muito a sério.
O Lance estava a observar a Cara de perto, levantando-a bem alto no ar, e pela cara dela dava para perceber que ela não gostava de estar a ser transportada por este estranho.
Depois ele virou-se para mim e levantou-me do chão para me examinar atentamente.
Perguntei-me qual seria a causa deste interesse repentino em NÓS, já que ele estava a ignorar completamente o Fromage.
Debati-me nos seus braços e escapei para o chão.
“Como te atreves a pegar em mim e examinar-me como se eu fosse uma cobaia num laboratório?”, pensei com os meus botões.
Fiquei com a sensação de que o Lance estava a tramar alguma.
“Vamos voltar para casa”, disse eu aos outros, para evitar estar perto do Lance mais tempo do que o estritamente necessário.
Depois de convidar o Monk para vir passar tempo connosco sempre que ele quisesse, deixámo-lo e ao Lance e corremos para casa, já que a Mãe devia estar a chegar para fazer o jantar.
Nós adorávamos fazer corridas. Eu sou pequena mas também sou rápida. Eu consegui ganhar tanto à Cara como ao Fromage e ser a primeira a meter a cabeça pela porta.
O Fromage tinha decidido não ir à loja de queijo nessa manhã, já que ele queria despedir-se do Terrance.
Mas até um dia longe da sua amada loja de queijo era demasiado para o Fromage.
Segunda-Feira