A Cidade Sinistra. Scott Kaelen

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A Cidade Sinistra - Scott Kaelen

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tantas para trás? Algum de vocês viu sinais de manipulação além desta placa?”

      Oriken franziu o cenho. “Agora que você mencionou isso, não. Mas se alguém esteve aqui embaixo, eles poderiam estar atrás da mesma coisa que nós. Poderiam até ter sido freeblades. Nunca se sabe.”

      Jalis balançou a cabeça. “Só que ninguém atravessou as Terras Mortas em séculos.”

      “Supostamente,” Dagra disse.

      Oriken deu de ombros. “Talvez nossa cliente contratou mais alguém antes de nós e este túmulo é onde eles encontraram a joia.”

      Jalis chutou um pedaço de entulho. “A placa abrigava uma pedra preciosa do mesmo tamanho que as outras por aqui.” Ela lançou um olhar rápido e astuto para Dagra. “Nenhuma que vimos até agora é grande o suficiente para ser a joia que estamos procurando.”

      Oriken assentiu de soslaio para a alcova. “Talvez estivesse enterrada com o corpo em vez de estar fixada ao granito.”

      Jalis parecia em dúvida. “Estas pessoas se empenharam para cobrir este lugar com pedras preciosas. Qual seria o objetivo de selar a joia onde ninguém pode vê-la?”

      Dagra balançou a cabeça e disse a Oriken. “Mesmo se a joia estivesse ali, você não deu uma olhada naquela teia de aranha. Está intacta. E grossa. Seja quem for que removeu a placa não se deu ao trabalho de ir mais longe. Ou, se fizeram isso, tudo aconteceu há muito tempo, como Jalis disse.”

      Os olhos de Oriken eram profundezas de sombra sob a aba do seu chapéu enquanto ele arriscava um olhar para o recesso. “Dificilmente posso culpá-los por não entrar ali. Aquela teia de aranha seria algo que colocaria tudo a perder para mim também. Apenas tente me fazer arrastar para um buraco cheio de teias de aranha. Não vai acontecer. Nem mesmo por um saco cheio de dari de ouro.” Ele enfiou um polegar atrás do cinturão da espada. “Nem por todo dari em Himaera. Sem chance.”

      “Deuses!” Dagra empalideceu. “Espero que a joia não esteja guardada na parte de trás de um destes buracos, com algum pobre imbecil cujo cadáver foi deixado para apodrecer e cuja alma está presa no limbo e nós temos de entrar e vasculhar…”

      Jalis estalou os dedos no rosto de Dagra. “Cai na real. Continue com esta bobagem e irei ajudá-lo a agilizar uma cura para sua fobia.”

      “Huh?” Dagra franziu o cenho em confusão, em seguida acompanhou o olhar dela para o buraco cheio de teias de aranhas. Ele olhou de soslaio para ela e ela assentiu enquanto ele se afastava mais do recesso. “Você não faria isso.”

      Ela segurou um dedo nos lábios. “Então cale-se, Dag. Vocês dois.” Olhando de Dagra para Oriken, ela baixou o olhar para as marcas de arrastar na poeira. “Odeio mencionar, mas estou percebendo mais alguma coisa sobre estas pegadas.”

      Dagra suspirou, “Há uma chance de que isso possa ser uma boa notícia para variar?”

      Jalis lançou o esperado olhar sarcástico para ele.

      “Vá em frente então, desembucha.”

      “Você estava em alguma coisa quando disse que não vimos sinais de pilhagem. Isso me fez pensar. Se alguém esteve aqui, deveria haver pelo menos dois conjuntos de pegadas. Um conduzindo para dentro, um saindo de volta. Mas além das nossas, eu só vi um conjunto de pegadas.”

      Oriken parecia cético. “Você acredita que seja quem for que esteve aqui embaixo não saiu? Que eles… o que, morreram aqui? Oh! Você quer dizer que deve haver outra saída!”

      “Este foi o meu primeiro palpite. Mas se houvesse outra entrada para este lugar, não está indicado no mapa. Mas isso está além do ponto. Veja.” Ela apontou ao longo do lado mais distante dos escombros e Dagra balançou a lamparina para iluminar a área. “As trilhas param aqui,” Jalis disse sombriamente.

      Era verdade, Dagra viu. A poeira além permanecia intacta. Ele esfregou um polegar na barba enquanto uma sugestão sombria começava a se instalar em sua mente. Ele olhou para Jalis com um olhar cauteloso e um aceno de cabeça. “Não diga isso.”

      “Isso não era alguém descendo até aqui,” ela disse. “Foi alguém indo embora.”

      “Você tinha de dizer isso, não é?”

      Oriken cruzou os braços. “Isso apenas fica cada vez melhor.”

      Jalis apenas deu de ombros desconsolada.

      “Pelo amor dos deuses,” Dagra rosnou. “Nós estaremos nos assustando tolamente antes de sequer encontrarmos a maldita joia. Vamos apenas continuar procurando.” Ele pressionou os lábios juntos e olhou para seus companheiros enquanto sacava o gládio da sua bainha.

      Oriken inclinou a cabeça e desembainhou seu sabre.

      Jalis verificou as adagas em sua coxa e quadril, mas ela as deixou em suas bainhas. “Concordo,” ela disse. “Mas saber o que podemos estar enfrentando somente pode nos dar uma vantagem.”

      Dagra grunhiu. “Você não vai dizer isso quando a vantagem for eu cagando na minha calça.”

      Eles continuaram mais fundo na câmera funerária, fazendo uma verificação superficial em cada alcova que passavam até que eles finalmente chegaram ao final da cripta. Diante deles, um retângulo alto de granito foi colocado no centro da parede, estendendo-se do chão até mais alto do que a copa do chapéu de Oriken. Uma linha de pedestais na altura da cintura percorria ambos os lados ao longo da parede; em cada um descansava uma coleção de pedras preciosas empoeiradas.

      Seu queixo caiu quando ele viu a característica central. Situado dentro do granito ao nível dos olhos de Dagra havia uma joia de corte primoroso, duas vezes o tamanho do seu pulso. Pela Díade, a velha Cela não estava nos enganando. E ela também não estava exagerando.

      Uma faixa de prata envolvendo a circunferência da joia, mantendo-a bem presa dentro do seu estojo de pedra. Rosas e verdes suaves volteavam pela superfície multifacetada da joia; reflexos da lâmpada a óleo cintilando.

      “Doce Khariali,” ele sussurrou, invocando o nome da deusa primitiva das pedras preciosas e metais.

      “Doce Khariali, de fato,” Oriken repetiu. “Lá está o nosso bebê!”

      “É linda,” Jalis sussurrou.

      Dagra colocou a lamparina no pedestal mais próximo, empurrando para o lado as pedras preciosas que ele continha, em seguida recuou. Poderia ter sido sua imaginação ou poderia ter sido a maneira como a luz brilhava das miríadas das faces da joia, mas parecia emanar um calor que não era físico, mas uma calma que tocava não a pele, mas a alma. Pode ter sido usada como uma pedra funerária, mas não pertencia a esta cripta mais do que o próprio Dagra pertencia aqui. Ele ficaria feliz em levá-la com ele.

      “Estava esperando algo como um diamante,” Jalis disse com reverência. Ela deu um passo à frente para traçar a ponta do dedo pela superfície angular. “Mas isso não é um mero diamante ou eu sou uma mocreia.”

      Ela tem direito a isso, Dagra pensou. A joia fez os poucos diamantes pequenos que tinha visto parecerem tão simples quanto vidro.

      Em letras pesadas e ornamentadas acima da joia, as palavras Lajdie Cunaxa Tjiddarei

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