Vida de sombras - Sombras no coração. Sarah Morgan

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Vida de sombras - Sombras no coração - Sarah Morgan Tiffany

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o champanhe – disse.

      – Chato...

      – Faço-o pelo teu cérebro.

      – Quero começar a minha nova vida – disse ela, mexendo-se ao ritmo da música.

      Stefan continuou a agarrá-la.

      – Mas não é preciso que a vivas numa noite.

      Começou a tocar uma música mais lenta e Stefan agarrou Selene pela cintura. Ela suspirou e passou-lhe o braço pelo pescoço.

      – Sabes quando um sonho se cumpre e a realidade supera todas as tuas expetativas?

      Stefan acariciou-lhe os lábios.

      – Não sei o que pensas acrescentar, mas está na altura de fechares a boca.

      – Não admira que enlouqueças as mulheres, porque és verdadeiramente sensual.

      Stefan abanou a cabeça com incredulidade.

      – O que fizeste à rapariga tímida que chegou ao meu escritório?

      – Acho que este é o meu verdadeiro eu, mas até agora não se manifestara.

      Stefan sorriu com uma mistura de diversão e impaciência.

      – Deveria temer-te?

      – Tu não tens medo de nada. Foi por isso que recorri a ti. Sei que não é politicamente correto admiti-lo, mas acho que os homens fortes me excitam – sentindo-se enjoada pelo ambiente de festa e pelo champanhe, Selene apoiou a testa no peito de Stefan. – E, ainda por cima, cheiras maravilhosamente – acrescentou.

      – Selene...

      – E beijas como um deus. Deves ter praticado durante horas. Fico feliz por ter riscado uma das coisas da minha lista de desejos.

      – Tens uma lista de desejos?

      – Sim, dez coisas que queria que acontecessem quando deixasse a ilha para viver a minha vida. Ser beijada era uma delas e graças a ti cumpri-o com nota máxima. Outra é acordar junto de um homem verdadeiramente sensual – concluiu Selene, olhando para Stefan de soslaio e recebendo dele outro olhar de perplexidade.

      – Isto é o que acontece quando uma filha demasiado protegida deixa o ninho. O que mais há na tua lista?

      Selene apercebeu-se de que estava demasiado confusa para o recordar com precisão.

      – Ser capaz de tomar as minhas próprias decisões. Sexo, é óbvio. Quero ter sexo selvagem e apaixonado.

      – Com alguém em particular? – perguntou ele com ironia.

      Selene sorriu.

      – Sim, contigo. Sempre quis que fosses o meu primeiro homem – disse Selene, que não via a necessidade de mentir. – Espero não estar a pôr-te nervoso.

      Stefan olhou-a com olhos brilhantes, mas o sorriso apagou-se dos seus lábios. A atmosfera mudara subtilmente.

      – Acho que o champanhe está a falar por ti.

      – Não. O champanhe só me ajudou. Vê-se que é bom para desinibir.

      – Parece que sim – disse Stefan. Com um suspiro, agarrou-lhe a mão e, tirando-a da pista, levou-a por um caminho estreito que conduzia à praia.

      – Onde vamos? Não andes tão depressa!

      – Estou a tirar-te da festa antes que faças alguma coisa da qual possas arrepender-te – Stefan soprou quando Selene tropeçou e caiu em cima dele. – Não devia ter-te deixado beber aquele terceiro copo! – disse com aspereza. Em seguida, pegou-lhe ao colo e, como se fosse leve como uma pluma, desceu umas escadas. – Aqui vai outro conselho. Da próxima vez, para de beber enquanto conseguires andar em linha reta.

      – Talvez não haja uma próxima vez. É por isso que quero aproveitar esta ao máximo. Quero viver o presente ou, pelo menos, estou a tentá-lo, mas não é fácil quando a pessoa que me acompanha não faz o mesmo.

      – Theé mou... – com os dentes apertados, Stefan deixou-a na areia, onde ela se deixou cair.

      Abanando a cabeça para focar a visão, ela tirou os sapatos.

      – Sinto a cabeça a andar à roda. Da próxima vez, beberei mais devagar. E, se te atreveres a dizer-me «eu avisei-te», dou-te um murro.

      Stefan soprou.

      – És consciente do que poderia ter acontecido? Praticamente, ofereceste-te a mim.

      – Eu sei e vê-se que não o fiz bem, porque estás a olhar-me com desaprovação. Não achas que uma mulher tem tanto direito como um homem a desfrutar do sexo?

      Stefan suspirou lentamente.

      – Certamente – disse.

      – Então, porque me olhas com essa cara de zangado? E eu que esperava que fosses tão mau como dizem... – disse ela, deitando-se na areia.

      Stefan soprou mais uma vez.

      – Devias agradecer que uma das minhas regras seja não ter relações com uma mulher bêbada! Endireita-te. Não posso falar contigo se estiveres deitada como se fosses uma estrela-do-mar!

      – Porque é que todos os homens me comparam a animais? O meu pai chamava-me girafa. Agora, tu chamas-me estrela-do-mar. No dia em que me chamarem baleia, suicido-me.

      Com um gemido de exasperação, Stefan inclinou-se e, agarrando-a pelos braços, obrigou-a a pôr-se de pé. Ela caiu contra o seu peito.

      – Isto não está a correr como pensava – disse Stefan, depois de um momento de silêncio em que só se pôde ouvir o marulhar das ondas e a respiração de ambos.

      – A quem o dizes... Com todas as coisas que pensava que podiam acontecer a uma rapariga com um vestido como este, afinal só recebi um beijo espetacular e um sermão.

      Stefan agarrou-a com força.

      – Deverias estar agradecida pelo controlo que estou a exercer sobre mim mesmo.

      – Pois, não estou. De facto, daria qualquer coisa para que te deixasses levar pelos teus instintos mais primários.

      Stefan resmungou algo entredentes e em seguida, agarrando-lhe o rosto com ambas as mãos, beijou-a. Ela sentiu uma corrente elétrica a percorrer-lhe o corpo, a penetrar os seus ossos e a deixá-la sem forças. Quando Stefan lhe abriu os lábios com a língua e explorou a sua boca, no seu baixo-ventre explodiu uma bola de fogo. Stefan continuou a beijá-la lentamente, até que Selene perdeu a noção de tudo, inclusive de si mesma.

      No preciso instante em que pensava que o seu sonho por fim se tornaria realidade, Stefan interrompeu o beijo e ela sentiu-se perdida. Olhou para Stefan na penumbra e foi plenamente consciente do contraste que havia entre eles. Ele era força e virilidade, enquanto ela, embora sendo alta, mal lhe chegava ao ombro. Sem pensar, estendeu a mão e acariciou-lhe a face, o que arrancou um

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