Vida de sombras - Sombras no coração. Sarah Morgan
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Selene sentiu que o coração lhe acelerava, tanto pelo roçar dos dedos de Stefan, como pela antecipação do que ia acontecer.
– A cama parece muito cómoda.
– É. Infelizmente, só poderás verificá-lo mais tarde.
– Não me referia a isso.
– Eu sei. Adoro a tendência que tens a falar sem pensar.
O surpreendente para Selene era que o seu comportamento habitual era o oposto. Em sua casa, tinha atenção a cada palavra que dizia e não o fazer era libertador.
– A partir de agora, fecharei a boca.
– Não o faças – disse ele, fixando o olhar nos seus lábios.
Selene sentiu o coração a bater-lhe com força no peito e viu que ele curvava os lábios num sorriso tentador.
– Não – disse Stefan, com doçura. E perante o olhar interrogador de Selene, acrescentou: – Não vou beijar-te ainda. Há coisas que não devem fazer-se precipitadamente e a tua primeira vez é uma delas.
Selene não se sentiu intimidada por saber que era virgem e não se incomodou em negá-lo. Sentia uma corrente elétrica a percorrer-lhe o corpo e calor na pélvis. Ansiava tanto que Stefan a beijasse, que não sabia como conseguiria esperar toda a noite até que o fizesse.
– Talvez não me importe a precipitação – disse.
– Tens de ter mais cuidado com os homens – disse ele, olhando-a fixamente e acariciando-lhe os lábios com o polegar.
– Não sinto que precise de ser precavida contigo. Confio em ti.
– Não o faças.
– Porque não? – perguntou Selene, com firmeza. – És o único homem que não teme o meu pai.
Produziu-se uma longa pausa. Stefan inclinou a cabeça até apoiar a sua testa na de Selene.
– Ainda estás a tempo de mudar de ideias – disse, acariciando-lhe o rosto com o seu fôlego.
– Não penso mudar de ideias.
– Talvez devesse cancelar a festa e organizar uma privada só para nós os dois – disse Stefan, com o olhar velado.
Selene sentiu um aperto no estômago. Estava à beira de uma escarpa e devia decidir se saltava, mesmo correndo o risco de se afogar.
– Se não for à festa, não poderei usar o vestido.
– Poderias vesti-lo para mim – disse Stefan, com um sorriso provocador. – E eu tirar-to-ia.
– Não te parece que seria um desperdício?
– O vestido é só uma embalagem. Interessa-me mais o conteúdo – Stefan acariciou o pescoço de Selene com delicadeza. Naquele momento, o seu telemóvel tocou e, com um sorriso, disse: – Talvez seja melhor assim. Os convidados chegarão daqui a duas horas e, como a Cinderela, tens de te arranjar.
– Quanto tempo achas que necessito? – perguntou Selene, surpreendida.
– Pela minha experiência, as mulheres demoram anos a arranjar-se. Por isso, como uma boa fada-madrinha, pedi que viessem ajudar-te – o telefone continuava a tocar e Stefan tirou-o do bolso. – Desculpa, mas tenho de atender – disse e saiu.
Selene ficou sozinha, no meio do quarto. Abraçando-se, olhou, trémula, para a cama. Era enorme e luxuosa. Do dossel pendiam cortinas de gaze que lhe davam um ar de conto de fadas. Tirou os sapatos e deitou-se, recostando-se nas almofadas. Era como estar numa nuvem. Nunca se tinha sentido tão livre como naquele instante. Ninguém a observava, ninguém lhe dizia o que devia fazer.
Exultante de felicidade, levantou-se para explorar o quarto e descobriu uma casa de banho espetacular, com uma parede de vidro que permitia ver o mar da banheira.
Decidida a satisfazer um capricho, tirou as suas velas e o sabonete da mala e tomou um banho.
Não era ingénua ao ponto de não saber o que ia acontecer. De facto, andava há anos a fantasiar com Stefan e que fosse o seu primeiro homem era perfeito.
«Em breve, vou aprender tudo o que devo saber sobre a sedução», disse a si mesma.
Acabava de se enrolar numa toalha quando bateram à porta e duas mulheres carregadas com várias maletas entraram energicamente.
– Olá, Selene, sou Dana, a tua cabeleireira. E esta é Helena, a maquilhadora – disse uma delas, enquanto fechava a porta.
– Não tenho maquilhagem – disse Selene. O seu pai desprezava tudo o que tivesse a ver com vaidade. Só tinha acedido a pôr-lhe o aparelho porque o dentista lhe dissera que a longo prazo seria mais económico.
– Fica descansada. Nós temos tudo o que é necessário – disse Dana, abrindo uma das maletas.
– Podem fazer alguma coisa pelas minhas sardas e pelas minhas pestanas?
– Estás a brincar? – disse Helena, observando-a de perto. – Tens umas pestanas compridas e densas...
– Sim, mas tão claras que mal se veem. E sou muito sardenta.
– Foi para isso que se inventou o rímel – disse Helena. – E não tens nada de sardenta.
– Mas, primeiro, o cabelo – Dana colocou uma cadeira no meio do quarto. – Não deves olhar-te ao espelho até que acabemos. Eu não gosto de estragar o fator surpresa.
Selene estremeceu ao ver uma madeixa de cabelo a cair ao chão.
– Vais cortar-mo!
– Não, só vou cortar as pontas e escadeá-lo. Stefan proibiu-me de to cortar porque diz que o adora.
Selene ficou vermelha. Stefan gostava do seu cabelo!
– Está muito saudável – acrescentou Dana, enquanto trabalhava com habilidade e se desviava de Helena, que começara a fazer-lhe a manicura.
Depois de lhe secar o cabelo, Dana fez-lhe um penteado com o qual pareceu ficar muito satisfeita.
– E, agora, a maquilhagem.
– Apagar-me-á as sardas? – insistiu Selene.
– Para quê? Dão-te um toque encantador – Helena passou-lhe os dedos pelo rosto. – Tens uma pele maravilhosa – comentou. E abriu vários frascos. – Que produto de limpeza usas?
– O sabonete que faço eu mesma – disse Selene, tirando um da sua mala. – Experimenta-o. Também faço velas, mas Stefan não acredita que haja gente interessada.
– Como vai sabê-lo se é um homem?
Selene sorriu enquanto Helena cheirava o sabonete.