A Garota Que Se Permite. Brian Quinlan

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A Garota Que Se Permite - Brian Quinlan

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      — Você não está engolindo essa, está? — perguntou Jason me sacudindo, fazendo meus dentes baterem um pouco.

      — Senhor, solte-a antes que eu o jogue na parte de trás do meu carro.

      — Mas ela agrediu o meu carro.

      — Não é possível alguém agredir um carro. Mas você pode agredir uma mulher. Se você não a soltar, vou levá-lo à delegacia e mandar rebocar o seu carro. Com os pneus vazios.

      Posso realmente ter me apaixonado. Toda aquela situação era o meu relacionamento rebote.

      O que foi ótimo porque eu ficaria longe, muito longe de caras por um bom tempo.

      A mão de Jason despencou. Eu duvidava que tivesse algo a ver com não me agredir e mais a ver com querer a atenção de volta em seu carro.

      Assim que ele me soltou, o policial chamou o manobrista e o recepcionista.

      — Algum de vocês viu alguma coisa acontecer com este carro?

      Ambos balançaram a cabeça.

      — Nada? Ninguém veio e deixou todo o ar sair dos pneus?

      Novamente com o balançar de cabeça.

      — Ah, me poupe. — Jason caminhou entre mim e o carro, provavelmente com medo que eu fosse fazer algo com o seu bebê novamente. — É óbvio que esses dois idiotas estão mentindo.

      O manobrista olhou em nossa direção e depois de volta para o policial. — Estou guardando carros desde as seis. Alguém pode ter sido capaz de fazer isso enquanto eu estava nos fundos. — Ele olhou para Jason. — É realmente uma pena que o senhor não quis pagar os cinco reais para ter seu carro estacionado.

      Sim, todos nós podíamos ouvir a tristeza em sua voz.

      A essa altura, as pessoas estavam paradas na janela assistindo. O policial havia tirado a boina e esfregava o cabelo escuro cortado rente da nuca.

      — Então, não temos nenhum dano e nenhuma testemunha. Suponho que você terá que entrar em contato com um guincho e encerrar a noite.

      — Você não vai prendê-la? — Jason parecia tão chocado que quase me senti mal por ele.

      Era bom que ao menos algo não estivesse indo bem para ele esta noite. Quer dizer, além daqueles quatro pneus magicamente esvaziados.

      — Pelo quê? Por ter namorado um idiota? Desculpe, mas não há lei contra isso. — O policial colocou a boina de volta na cabeça e foi em direção à viatura. — Se eu for chamado aqui novamente, vou prendê-lo por fazer uma deúncia falsa. Não importa qual seja o motivo. É melhor você torcer para que o restaurante não seja roubado.

      Jason ficou olhando para ele, sua mandíbula um pouco frouxa com a falta de controle da situação.

      Eu estava tentando não me gabar da minha pequena vitória. E então, veio o meu primeiro golpe de sorte de toda aquela noite, enquanto o policial caminhava em direção à viatura, meu táxi parou.

      — Ei! — O policial chamou, apontando para mim antes de entrar em seu veículo. Eu podia ver sua covinha aparecer de onde eu estava. — Você. Se comporte.

      Certo. Porque meu plano era causar um caos em massa quando eu saí esta noite. Eu pulei no táxi antes que Jason pudesse me agarrar novamente.

      — Para onde, senhorita?

      Desabando no assento, tranquei a porta e disse: — Casa.

      Ou o que seria a minha casa por mais dois dias.

      3

      TRÊS

      INFORMEI MEU ENDEREÇO ao taxista antes de perceber que não ia a um caixa eletrônico há dias. Eu tinha um mau pressentimento sobre o que eu encontraria na minha bolsa. Quer dizer, não importa quanto tempo você namorasse alguém, quando ele te convida para um restaurante chique um dia antes de você ir morar com ele, você pensa que: ganharei joias, não que precisarei de dinheiro para o táxi.

      $ 1.78

      Como consegui pegar um dos poucos táxis sem maquininha de cartão? Nada bom. Mas, felizmente, sou paranoica. Sempre tenho uma nota de vinte enfiada em um dos bolsinhos internos da minha bolsa.

      — Quão perto desse endereço posso chegar por vinte dólares?

      O taxista deu um suspiro profundo e sofrido, como se ele não fosse levar uma outra pessoa pelos mesmos vinte dólares se eu não estivesse lá.

      — Tudo bem.

      Tudo bem não era exatamente um local.

      — Estou tendo uma noite difícil. — Eu dei a ele um grande sorriso pelo espelho retrovisor. Mas não muito grande. Como se eu estivesse fazendo cara de corajosa. O que eu meio que estava. Com sorte, ele teria pena de mim e talvez deixasse aqueles vinte me levar um pouco mais longe do que o medidor ditava.

      Quando Jason me disse que estava me largando, eu achei que devia haver outra pessoa. Que ele se cansou de mim. Eu já estava justificando na minha mente como isso poderia ter sido minha culpa.

      Eu tinha me mudado para cá para fazer pós-graduação e o conheci assim que cheguei. Ele tinha sido um dos ex-assistentes do meu orientador no meu último semestre e ensinava uma das matérias uma noite por semana. Ele me colocou sob sua asa imediatamente, moldando minha educação e carreira. Meu tempo foi preenchido por estudos e ele. Minha categoria de amigos não tinha mudado e ainda era preenchida somente pelas minhas companheiras de infância e da graduação.

      Então meu estágio se transformou em um cargo de assistente de gerente de projeto. Quando meu chefe conseguiu nos colocar quase na lista negra de um cliente, fui empurrada para uma posição de gerência. Tive que trabalhar duro para provar que a chance que eles tinham me dado valia a pena. Que EU valia a pena.

      Eu amava aquilo. Eu amava a correria, as loucas horas e a pressão para fazer a melhor campanha de marketing que já existiu. Fiquei surpresa ao descobrir que a maioria dos meus colegas gostava de fazer a apresentação e o design, mas não a parte técnica da criação. Ou eles gostavam da criação dirigida, mas não do trabalho com o cliente.

      Eu adorava tudo... do princípio ao fim. E, então, conforme eu abria meu caminho entre meus colegas entediados que gostavam de manter as coisas como estavam, deixei o resto da minha vida de lado.

      Eu tinha minhas garotas de sempre. Eu tinha Jason. Eu tinha um trabalho que adorava.

      O que mais eu poderia querer?

      Eu quase desejei que Jason tivesse me traído. Pelo menos eu poderia ter dito que outra pessoa desviou sua atenção. Que o amor dele por ela tinha sido mais forte… ou algo assim. Ele ainda seria um grande idiota, mas, pelo menos, eu saberia que havia um motivo. Um que não fosse que eu importasse tão pouco para ele que alguns meses de aluguel em potencial eram um motivo válido para abandonar o navio.

      Eu inclinei minha

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