A Garota Que Se Permite. Brian Quinlan

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A Garota Que Se Permite - Brian Quinlan

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verdade? Eu era como A Anti-caso.

      John olhou para a Garota Barista e depois de volta para mim. — Estranhamente, e essas são palavras que não saem da minha boca com muita frequência, tenho que concordar com Abby. Você está um tanto bem-vestida demais para só vir tomar um café sozinha.

      — Bem, isso é o que acontece quando você vai para um jantar romântico e acaba abandonada e sem dinheiro para o táxi.

      — Ai!

      Abby deslizou o mocha pelo balcão, ainda olhando para mim como se a qualquer segundo eu fosse puxar uma arma e roubá-los.

      Em vez disso, tirei meu cartão de débito, considerando um cupcake também, quando John balançou a cabeça.

      — Por conta da casa.

      Este era seriamente meu novo lugar favorito.

      Agradeci e me dirigi para as poltronas perto da lareira. Olhando para o meu telefone, não pude acreditar que eram apenas sete e cinquenta da noite. Minha vida foi completamente aniquilada em menos tempo do que duraria um jantar romântico.

      Eu tomei um gole do mocha, um mocha realmente bom, na verdade, e considerei meu próximo passo.

      Eu precisava de um lugar para morar, talvez um carro e um emprego, tipo, para ontem. Claro, ontem eu tinha um emprego. A compensação foi de três semanas. Além disso, as duas semanas de férias que eles me deviam me dariam algum tempo para respirar. Não o suficiente para uma respiração profunda. Claro, eu também recebi a pequena quantia da venda dos meus móveis de casa, mas provavelmente teria que comprar coisas novas. O poço só afundava.

      — Então, Mocha, qual é o plano? — perguntou John, sentando na cadeira ao meu lado. — Você vai apenas acampar aqui?

      Pude ver que o cara estava realmente preocupado. Um completo estranho, preocupado com meu bem-estar. Não pude deixar de pensar que Jason não estaria neste momento pensando se eu estava bem, muito menos se preocuparia com uma estranha.

      — Estou apenas tentando recuperar minhas forças para voltar para casa. Vai ser um exercício e tanto com estes saltos.

      Ele olhou para mim, olhou para meus sapatos, olhou de volta para mim.

      — Minha namorada chegará daqui a pouco se você quiser uma carona. Podemos deixá-la em sua casa, sem problemas.

      A namorada dele. Óbvio. Mais uma prova de que todos os bons já foram tomados.

      Mas, eu não era de olhar dente de cavalo dado, ou de uma carona.

      — Isso seria excelente. Muito mesmo. — Eu olhei para a Garota Barista. — Eu não acho que você poderia dizer a ela que eu estava tendo um caso com sua namorada?

      John sorriu. Era incrível como a diferença era sutil entre um sorriso verdadeiro e um sorriso desdenhoso. Era incrível como você pode ter pensado por anos que alguém estava sorrindo para você e então, de um só golpe, você começa a se perguntar se todos aqueles olhares significavam algo menos agradável.

      Claro, o universo colocaria o perfeito anti-Jason na minha frente para questionar minha própria cegueira proposital.

      — Não ligue para Abby. Ela está em um programa especial de trabalho e estudo para adolescentes. Ela está aprendendo gerenciamento em primeira mão.

      — Este programa de estudo e trabalho envolveria checagem com o guardião todas as noites?

      O sorriso vacilou. — Não exatamente.

      Fiquei surpresa com o quão próximo da verdade eu cheguei com aquele chute.

      — Bem, bom para ela. Ela está melhor do que eu.

      — Ei, uma noite ruim não é o fim do mundo.

      — Verdade. Mas é o combo desempregada-despejada-levar-um-fora que realmente mata uma garota.

      — Ah.... Ai, novamente.

      — Suponho que você não conheça um lugar para morar ótimo e barato que não precise que eu tenha, sabe, um trabalho, pertences ou um plano?

      John se recostou, olhando ao redor enquanto pensava.

      — Talvez. — Ele pegou o telefone e mandou uma mensagem para alguém. — Você pode passar aqui amanhã? Posso ter algo para você.

      Devia ter feito uma cara tão chocada quanto me sentia, porque John se levantou e me deu o que só poderia ser chamado de um sorriso reconfortante.

      — Aproveite o seu mocha. Relaxe. Sarah estará aqui mais tarde e nós cuidaremos de tudo amanhã.

      Mais tarde, quando ergui os olhos de um dos livros de autoajuda usados que peguei, uma loira pequena e curvilínea estava com o braço em volta da cintura de John. Eu meio que esperava que ela me olhasse feio quando eles viessem em minha direção, mas em vez disso, seu sorriso se alargou.

      — Ouvi dizer que você está tendo uma noite péssima.

      Eu ri. Como não poderia? Ela era tão simpática quanto ele. Eles eram, aparentemente, um casal adorável.

      — Sim. Bem isso… — Eu puxei meu casaco e peguei minha pequena bolsa. — Obrigada pela carona.

      — Sem problemas. Acho que vou aproveitar para te levar para casa enquanto ele fecha — disse ela, pegando sua própria bolsa e caminhou até a porta da frente. — Espero que goste de receber ajuda. John é o Sr. Conserta-Tudo e agora que sabe que você está procurando um lugar, ele colocou seu chapéu de corretor de imóveis amador.

      — Não posso discutir sobre o amadorismo de ninguém no momento.

      — Ótimo. Só não o deixe pendurar nada em seu novo lar. — Ela pareceu incrivelmente inflexível sobre isso. Eu meio que me perguntei que tipo de arte John andava pendurando pela cidade.

      Então, eu apenas sorri, porque quem era eu para julgar, afinal?

      Talvez as coisas estivessem melhorando.

      4

      QUATRO

      AS COISAS DEFINITIVAMENTE não estavam melhorando.

      Na manhã seguinte, não apenas meu apartamento estava congelando, mas eu não tinha água quente. Algumas semanas atrás, o clima estava apenas friozinho. Mas, com o verão se transformando em outono, a noite agora estava congelante.

      Parece que, faltando apenas um dia para o fim do meu contrato de locação, o prédio começaria a ter problemas. Liguei para o zelador do prédio e não fiquei surpresa quando deu direto na caixa de mensagem.

      — Micah? É Kasey Lane do 304. Estou no meu apartamento e não tenho aquecimento ou água quente… Espere. — Eu olhei para o meu despertador. O pequeno ícone da bateria estava aceso. — Eu também não tenho eletricidade. O que exatamente está acontecendo aqui? Por favor, me liga.

      Enrolei meu edredom verde-musgo

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