A Última Missão Da Sétima Cavalaria: Livro Dois. Charley Brindley
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Jai Li assistia os guerreiros passando pela sua carroça. Com sua capacidade mental fragilizada, ela não prestou muita atenção exceto por notar que estavam armados com armas primitivas. Espadas de ferro, arcos e lanças eram o mais comum. Muitos dos homens carregavam escudos redondos nas costas.
Na verdade, tudo parecia muito antigo: as carroças primitivas com rodas de madeira maciça puxadas por pares de bois; as túnicas sem forma vestidas por homens e mulheres; os pequenos abrigos que pareciam ser nada mais do que uma junção de galhos, folhas e lama.
Durante a noite, começou a chover. Sem cobertura na carroça, Jai Li logo ficou ensopada. Molhada, com frio e fome, ela se sentia mais próxima da morte do que da vida.
Na manhã seguinte, eles receberam água e algumas cascas de pão.
Pela metade da manhã, Jai Li ficou atordoada em ver um esquadrão de soldados — soldados do exército, vestindo uniformes camuflados modernos. Mas eles não eram homens e mulheres chineses. Ela sabia, pelas roupas e insígnias militares, que eram americanos.
Ela ficou em pé com dificuldade e tentou chamar a atenção deles. Como não sabia inglês, tentou se comunicar com sinais, mas eles a ignoraram e se viraram para ir embora, exceto por uma das soldados mulheres, que lhe lançou um olhar curioso.
Jai Li deu um tapinha em seu ombro onde ela normalmente teria três faixas. Ela imitou estar puxando um colar com dog tags da sua gola, em seguida apontou para a gola da mulher.
A soldado disse algo para seus colegas, chamando eles de volta para a carroça. Uma pequena discussão se seguiu, e depois a mulher puxou uma parte do seu uniforme camuflado e apontou para Jai Li enquanto erguia os ombros em sinal de pergunta.
Jai Li fez que sim, e então começou a chorar, se sentindo aliviada por finalmente ver a possiblidade de ser salva de sua terrível provação. Porém, depois que os soldados americanos discutiram, aparentemente sobre ela, e viram o comerciante de escravos Kyros vindo em sua direção, eles se viraram para ir embora.
A soldado sorriu e sinalizou que eles iriam voltar, mas por que estavam partindo? Por que não iriam tirá-la daquela prisão?
Caindo de volta no chão da carroça, ela se sentiu mais solitária e perdida do que antes.
Ela recebeu uma tigela de sopa, mas todo o tempo sem comida tinha-a levado para um ponto além da fome. Jai Li não se importava mais se iria viver ou morrer. Ela empurrou a tigela para o homem ao seu lado.
Na manhã seguinte, ela acordou do sono miserável com a voz de uma mulher. Era a soldado do dia anterior!
Ela falava de uma maneira suave e fazia sinais de incentivo.
Quando Kyros veio na direção deles, um dos soldados — um sargento de alto escalão, Jai Li percebeu pelas faixas — parou o comerciante e apontou para um dos homens na carroça.
Parecia que os soldados queriam comprar o homem.
Uma jovem junto com os soldados aparentemente fazia a tradução.
Depois de um pouco de barganha, o sargento balançou a cabeça em negação e se virou como se fosse embora. Mas então ele se virou de volta, apontou para Jai Li, e fez uma pergunta.
Kyros grunhiu para Jai Li, se aproximou das barras da carroça, e a encarou por um momento. Ele disse algo para o sargento.
O soldado pegou uma moeda de seu bolso e ofereceu para Kyros.
O homem pegou a moeda e a segurou perto de si. Ele piscava e apertava os olhos, mas aparentemente sua visão estava tão ruim, que ele não conseguia enxergar.
Um soldado mais jovem — um homem mais ou menos da mesma idade que Jai Li, vinte e dois anos — pegou algo no bolso da sua jaqueta e ofereceu para o comerciante.
Kyros pegou o objeto, que Jai Li viu ser uma lupa, mas deu de ombros, sem saber o que fazer com ela.
O jovem soldado, a quem Jai Li ouviu os outros chamarem de “Sparks,” pegou a lupa e a moeda, e então os estendeu para que Kyros pudesse ver a moeda através da lupa.
Os olhos de Kyros se arregalaram com o que via. A pequena moeda estava aumentada, e o homem com pouca visão conseguia enxergá-la. Ele deu risada, e deu um tapa nas costas do jovem soldado.
O soldado disse algo e esticou sua mão para pegar a lupa de volta.
Kyros parecia relutante em deixá-la ir.
A jovem que traduzia repetiu algo que o soldado disse.
O comerciante entregou a lupa para ele.
O soldado ajoelhou, juntou algumas folhas secas, e depois de olhar para a posição do sol no céu, estendeu a lupa, focando os raios de sol nas folhas. Logo um fio de fumaça apareceu, e as folhas pegaram fogo.
Kyros ficou impressionado. Ele ficou de joelhos com dificuldade e pegou a lupa, aparentemente querendo fazer a mágica ele mesmo.
Foram várias tentativas, mas ele finalmente pegou o jeito.
Depois que o soldado ajudou Kyros a se levantar, o homem apontou para o soldado e fez uma pergunta para o sargento.
Quando ouviu a tradução, o sargento deu risada e balançou a cabeça.
Jai Li quase deu risada ela mesma, percebendo que o comerciante queria comprar o soldado.
Kyros ergueu a lupa e falou com o sargento através da tradutora.
O sargento aparentemente concordou e esticou a mão para cumprimentar Kyros. Kyros então devolveu a moeda e ficou com a lupa.
Kyros disse algo para seu guarda e gesticulou em direção a Jai Li.
Ela não tinha certeza do que estava acontecendo quando o guarda subiu na carroça e forçou-a a ficar de pé.
Vendo como ela estava sendo tratada com brutalidade, a soldado gritou com o guarda.
O guarda pareceu surpreso e olhou para o seu chefe.
Kyros fez que sim para ele, então o guarda removeu as algemas dos pulsos de Jai Li e a puxou para a traseira da carroça.
A soldado gritou com ele novamente.
O guarda olhou pasmo para Kyros, que apontou para as correntes nos tornozelos de Jai Li.
O guarda se ajoelhou para remover as correntes.
Jai Li, esfregando seus pulsos doloridos, percebeu que o sargento havia comprado sua liberdade com uma lupa.
Ela deu um passo para a beirada da carroça mas, fragilizada pela má nutrição e ansiedade de estar livre, desmaiou e caiu nos braços da soldado.
Capítulo Quatro
“Claro, você pode pilotar a Dragonfly,” Sparks disse. “Apenas fique de olho no vento.”
“Certo.” Jai Li observou as correntes por um momento. “Vento agora vem do sudoeste, vinte