Um Juramento de Irmãos . Морган Райс

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Um Juramento de Irmãos  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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caminho. Eles estão sendo observados de alguma forma?

      Todos eles ficam em silêncio no barco à medida que a corrente os leva para cada vez mais perto da ilha.

      "A verdadeira pergunta," diz Thor em voz alta, finalmente quebrando o silêncio, "é se eles são amigáveis ou se isso é apenas uma armadilha."

      "E por acaso isso fará alguma diferença?" pergunta Matus, aproximando-se dele.

      Thor balança a cabeça. "Não," ele responde, apertando a mão em torno do punho de sua espada. "Vamos visitá-los de qualquer maneira. Se eles forem amigáveis, iremos abraçá-los; caso sejam nossos inimigos, iremos matá-los."

      As correntes se intensificam e ondas maiores carregam seu barco todo o caminho até a pequena faixa de areia negra que cerca o lugar. Quando o barco é levado suavemente até a praia, todos desembarcam ao mesmo tempo.

      Thor segura o punho da espada, inquieto, e olha para todas as direções. Não há qualquer movimento na praia, nada além do que o bater das ondas. Ele caminha até a base das falésias, coloca a palma da mão sobre elas e sente o quão suave elas são, sente o calor e a energia que irradia delas. Ele examina as cordas penduradas ao longo do penhasco, embainha sua espada e agarra uma delas. Thor puxa a corda com força e vê que ela não cede. Um por um, os outros se juntam a ele e também pegam uma corda.

      "Será que vai aguentar?" O'Connor pergunta em voz alta, olhando para cima.

      Todos olham para cima, claramente se fazendo a mesma pergunta.

      "Há apenas uma maneira de descobrir," Thor responde.

      Ele agarra a corda com ambas as mãos, dá um salto e começa a sua subida. Ao seu redor, seus companheiros fazem o mesmo e começam a escalar os penhascos como cabras da montanha.

      Thor sobe sem parar, com os músculos doloridos e queimando sob o sol. O suor escorre pelo seu pescoço, seus olhos ardem e todos os seus membros começam a tremer.

      Ao mesmo tempo, há algo de mágico sobre aquelas cordas, uma espécie de energia que lhes dá forças, fazendo-os subir mais rápido do que o normal, como se as cordas os estivesse puxando para cima.

      Muito mais cedo do que ele havia imaginado, Thor chega ao topo; ele estende a mão e fica surpreso ao perceber que está agarrando grama e solo. Ele puxa o corpo para cima e rola para o lado, para a grama macia, exausto, respirando com dificuldade e com todos os membros doloridos. Ao seu redor, Thor vê seus amigos chegando – eles haviam conseguido. Algo realmente quer que eles estejam ali em cima. Thor não sabe se isso é motivo de tranquilidade ou de preocupação.

      Thor se ajoelha e empunha sua espada, assumindo uma posição de defesa por não saber o que esperar.  Em torno dele, seus irmãos fazem o mesmo, ficando em pé e instintivamente assumindo uma formação semicircular para proteger as costas uns dos outros.

      No entanto, ao permanecer ali, Thor fica chocado com o que vê. Ele havia esperado encontrar um inimigo diante dele, tinha antecipado ver um lugar rochoso, estéril e desolado.

      Em vez disso, ele não encontra ninguém ali para recebê-los e em vez de rochas ele vê o lugar mais bonito que ele já tinha visto: ali, diante dele, há luxuriantes colinas verdes com flores, folhagens e frutas exuberantes sob o sol da manhã. A temperatura do lugar é perfeita e seu corpo é constantemente acariciado pela brisa suave do oceano. Há pomares, vinhas verdejantes, locais de tal generosidade e beleza que toda a sua tensão imediatamente se dissipa. Ele embainha sua espada e todos os outros relaxam também, apreciando a perfeição daquele lugar. Pela primeira vez desde que ele havia deixado a Terra dos Mortos, Thor tem a sensação de que pode realmente relaxar e baixar sua guarda. Aquele é um lugar de onde ele não tem pressa para sair.

      Thor fica perplexo. Como um lugar tão lindo pode existir no meio de um oceano tão implacável? Thor olha ao seu redor e vê uma névoa suave que paira sobre tudo, olha para cima e vê, bem acima, o anel de nuvens roxas delicadas encobrindo o lugar, protegendo-o, mas também permitindo que os raios de sol iluminem a ilha; ele sabe com cada centímetro de seu corpo que aquele lugar é mágico. Aquela ilha é um lugar de tal beleza física que é capaz de deixar mesmo a abundância do Anel para trás.

      Thor fica surpreso ao ouvir um grito distante; a princípio, ele pensa que é apenas a sua mente pregando peças nele, mas então ele sente um arrepio ao ouvir o grito de novo.

      Ele leva uma mão aos olhos e olha para cima, vasculhando os céus. Ele pode jurar ter ouvido o grito de um dragão, mas ele sabe que isso não é possível. O último dos dragões, ele sabe, tinha morrido com Ralibar e Mycoples. Ele havia testemunhado o fato e o momento fatídico de sua morte ainda paira sobre ele como um punhal em seu coração. Não há um dia que passe em que ele não pense em sua amiga Mycoples e deseje a presença dela ao seu lado.

      Teria sido apenas uma ilusão, ter ouvido aquele grito? O eco de algum sonho esquecido?

      Thor de repente ouve o grito novamente, atravessando os céus e perfurando o próprio tecido do ar, e seu coração começa a bater acelerado de entusiasmo e admiração. Aquilo está mesmo acontecendo?

      Ao levar a mão aos olhos e olhar para os dois sóis, no alto das falésias, Thor pensa detectar os traços de um pequeno dragão circulando no ar. Ele fica paralisado e se pergunta se seus olhos estão pregando peças nele.

      "Aquilo não é um dragão?" Reece pergunta de repente em voz alta.

      "Não é possível," responde O'Connor. "Não existem mais dragões vivos."

      Mas Thor não tem mais tanta certeza ao observar o contorno da forma desaparecer no meio das nuvens. Thor olha para baixo e estuda seu entorno. Ele começa a pensar.

      "Que lugar é esse?" Thor pergunta em voz Alta.

      "Um lugar de sonhos, um lugar de luz," diz uma voz.

      Thor se vira de repente, assustado com a voz estranha, e fica chocado ao ver, em pé diante deles, um homem idoso, vestido com um manto e capuz amarelo, carregando um longo cajado translúcido incrustado com diamantes, com um amuleto preto pendurado na ponta. Ele brilha tão intensamente que Thor mal consegue enxergar.

      O homem sorri calmamente, caminha na direção deles de maneira bem-humorada, e remove o capuz, revelando longos cabelos ondulados e dourados e um rosto atemporal. Thor não é capaz de dizer se ele tem dezoito ou cem anos de idade. Uma luz emana de seu rosto e Thor é surpreendido por sua intensidade. Ele não tinha visto nada assim desde havia visto Argon pela última vez.

      "Você está certo," ele fala ao encontrar os olhos de Thorgrin e caminhar até ele. Ele para a poucos passos de distância e seus olhos verdes translúcidos parecem enxergar através dele. "Ao pensar em meu irmão."

      "Seu irmão?" Thor pergunta confuso.

      O homem assente.

      "Argon?"

      Thor encara o homem, completamente chocado.

      "Argon?" Thor diz. "Seu irmão?" ele acrescenta, quase sem conseguir pronunciar as palavras.

      O homem assente, examinando-o, e Thor tem a sensação de que ele está vendo sua própria alma.

      "Ragon é o meu nome," ele diz. "Eu sou o irmão gêmeo de Argon. Embora, é claro, não sejamos muito parecidos. Eu acredito que eu seja o mais bonito," ele acrescenta com um sorriso.

      Thor

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