Um Grito De Honra . Морган Райс

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Um Grito De Honra  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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foi a sua voz gutural, derramando-se como um animal:

      “Você me fez um favor.” Disse ele. “Eu já havia terminado com ela, de todas maneiras.”

      CAPÍTULO DOIS

      Gwendolyn descia as ruas laterais e sinuosas da pior parte da Corte do Rei, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto enquanto ela saía correndo do castelo, tentando chegar o mais longe possível de Gareth. Seu coração ainda batia em disparada desde seu confronto com ele, desde que ela tinha visto Firth enforcado e desde que ela tinha ouvido as ameaças de Gareth. Ela tentou desesperadamente extrair a verdade de suas mentiras. Mas na mente doentia de Gareth, a verdade e a mentira estavam distorcidas, era tão difícil saber o que era real. Será que ele estava apenas tentado assustá-la? Ou será que tudo o que ele tinha dito era verdade?

      Gwendolyn tinha visto com seus próprios olhos o corpo de Firth pendurado e isso lhe dizia que talvez, dessa vez, tudo fosse verdade. Talvez Godfrey tivesse sido realmente envenenado; talvez ela realmente tivesse sido negociada em casamento aos Nevaruns selvagens; talvez, naquele exato momento, Thor estivesse cavalgando direto para uma emboscada. Esse pensamento a fez estremecer.

      Ela se sentia impotente enquanto corria. Ela tinha de chegar a alguma parte. Ela não podia percorrer todo o caminho até chegar a Thor, mas ela podia correr até Godfrey para ver se ele tinha sido envenenado e se ainda estava vivo.

      Gwendolyn corria, metendo-se cada vez mais na parte decadente da cidade. Ela estava surpresa por encontrar-se de volta ali novamente, duas vezes em dois dias, naquela parte nojenta da Corte do Rei a qual ela tinha jurado nunca mais voltar. Se Godfrey tinha realmente sido envenenado, ela sabia que isso deveria ter acontecido na taverna. Onde mais poderia ser? Ela estava brava com ele por ele ter retornado ali, por ter baixado a guarda, por ele ser tão descuidado. Mas acima de tudo, ela temia por ele. Ela percebeu o quanto tinha chegado a querer seu irmão durante aqueles últimos dias e o pensamento de perdê-lo também, especialmente depois de ter perdido seu pai, deixou um vazio em seu coração. Ela também se sentia de alguma forma, responsável pelo que havia sucedido.

      Gwen sentia um temor real enquanto corria por aquelas ruas e não era por causa dos bêbados e de todos os cretinos ao seu redor; em vez disso, ela temia por seu irmão, Gareth. Seu aspecto durante o seu último encontro era demoníaco, ela não conseguia tirar de sua mente a imagem do rosto dele, a imagem de seus olhos, tão sinistros, tão desalmados. Ele parecia possuído. O fato de que ele estava sentado no trono de seu pai tornava a imagem ainda mais surreal. Ela temia sua retaliação. Talvez ele estivesse, de fato, conspirando para casá-la, algo que ela nunca permitiria; ou talvez ele só quisesse que ela baixasse a guarda e estava realmente planejando assassiná-la. Gwen olhou em volta e enquanto ela corria, cada rosto lhe parecia hostil, estranho. Todos pareciam ser uma ameaça potencial, enviada por Gareth para acabar com ela. Ela estava ficando paranóica.

      Gwen virou a esquina e esbarrou em um velho bêbado que quase a fez perder o equilíbrio. Ela pulou e gritou involuntariamente. Ela estava com os nervos à flor da pele. Ela levou um momento para perceber que era apenas um transeunte descuidado e não um dos matadores de aluguel de Gareth. Ela se virou e o viu tropeçar, sem nem mesmo se voltar para pedir desculpas. A indignidade daquela parte da cidade era maior do que ela podia tolerar. Se não fosse por Godfrey ela nunca chegaria perto dali. Ela o odiava por fazê-la rebaixar-se a isso. Por que ele não podia, simplesmente ficar longe das tavernas?

      Gwen virou outra esquina e ali estava: a taverna favorita de Godfrey, um projeto de estabelecimento, localizada ali, torta, sua porta entreaberta, bêbados jorravam dela, tal como faziam perpetuamente. Ela não perdeu tempo e entrou apressadamente pela porta aberta.

      Seus olhos demoraram um momento para ajustar-se à penumbra do bar que cheirava a cerveja rançosa e suor. Quando ela entrou ali, o local ficou silencioso. Havia aproximadamente vinte homens amontoados ali dentro, todos eles se viraram e olharam para ela surpresos. Ali estava ela, um membro da família real, vestida com elegância, avançando por aquela sala, a qual provavelmente não tinha sido limpa há décadas.

      Ela caminhou até um homem alto com uma barriga enorme, a quem ela reconheceu como Akorth, um dos companheiros de bebedeiras de Godfrey.

      “Onde está meu irmão?” Ela perguntou autoritária.

      Akorth, geralmente de bom humor e sempre pronto para soltar uma piada de mau gosto, com a qual ele se sentia muito satisfeito, a surpreendeu: ele simplesmente balançou a cabeça.

      “Ele não está indo muito bem.” Ele disse pesaroso.

      “O que você quer dizer?” Ela insistiu, seu coração bateu acelerado.

      “Ele tomou uma cerveja estragada.” Disse um homem alto, magro, a quem ela reconheceu como Fulton, o outro companheiro de Godfrey. “Ele passou mal na noite passada. Ainda não se levantou.”

      “Ele está vivo?” Ela perguntou desesperada, agarrando o pulso de Akorth.

      “Com muito custo.” Ele respondeu, olhando para o chão. “Ele tem passado muito mal. Ele parou de falar cerca de uma hora atrás.”

      “Onde ele está?” Ela insistiu.

      “Na parte de trás, patroa.” Disse o taverneiro, inclinando-se sobre o bar enquanto limpava uma caneca, parecendo estar realmente triste. “É melhor que tenha um plano para lidar com ele. Eu não desejo abrigar um cadáver aqui no meu estabelecimento.”

      Gwen, atordoada e ao mesmo tempo surpresa, sacou um pequeno punhal, inclinou-se para a frente e dirigiu a ponta dele para a garganta do taverneiro.

      Ele engoliu seco e a olhava em estado de choque, enquanto o lugar caiu em um silêncio mortal.

      “Primeiro que tudo…” Ela disse. “… Este lugar não é um estabelecimento– é um arremedo de um boteco, e um que eu vou mandar a guarda real demolir, se você falar comigo desse jeito novamente. E é bom que você comece a se dirigir a mim como Vossa Alteza.”

      Gwen sentia-se fora de si e estava surpresa pela força que se apoderou dela; ela não tinha ideia de onde tal força provinha.

      O taverneiro engoliu saliva.

      “Vossa Alteza.” Ele repetiu.

      Gwen sustentava o punhal com firmeza.

      “Em segundo lugar, meu irmão não vai morrer— e certamente não aqui, neste lugar. Seu cadáver honraria seu estabelecimento muito mais do que qualquer alma viva que já passou por aqui. E se ele realmente morrer, você pode ter certeza de que a culpa recairá sobre você.”

      “Mas eu não fiz nada de errado, Alteza! “Ele implorou. “Foi a mesma cerveja que eu servi para todo mundo!”

      “Alguém deve tê-la envenenado.” Akorth acrescentou.

      “Poderia ter sido qualquer um.” Fulton disse.

      Gwen baixou lentamente seu punhal.

      “Levem-me até ele. Agora!” Ela ordenou.

      Dessa vez, o taverneiro baixou a cabeça com humildade, virou-se e entrou apressado por uma porta lateral por trás do bar. Gwen o seguiu e a ela se juntaram Fulton e Akorth.

      Gwen entrou na pequena sala dos fundos da taverna e ouviu a si mesma suspirar quando viu seu irmão, Godfrey, deitado no chão, em decúbito dorsal. Ele estava mais pálido do que ela jamais o tinha visto. Ele parecia estar às portas da morte. Era tudo verdade.

      Gwen

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