Um Grito De Honra . Морган Райс

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Um Grito De Honra  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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ajustar-se, quando o fizeram, Gwen viu a casa exatamente como ela se lembrava desde que era menina: pequena, clara e limpa, repleta de plantas, ervas e poções de toda variedade.

      “Coloquem-no ali.” Illepra ordenou aos homens, com uma voz tão séria como Gwen jamais tinha ouvido. “Naquela cama, no canto. Tirem sua camisa e seus sapatos. E depois, deixem-nos a sós.”

      Akorth e Fulton fizeram tal como lhes foi dito. Quando eles estavam correndo para a porta, Gwen agarrou o braço de Akorth.

      “Fique de guarda do lado de fora.”Ordenou ela. “Quem veio atrás de Godfrey pode querer ter uma última chance de acabar com ele. Ou comigo.”

      Akorth assentiu com a cabeça e ele e Fulton saíram, fechando a porta atrás deles.

      “Há quanto tempo ele está assim?” Illepra perguntou com urgência, sem olhar para Gwen enquanto se ajoelhava ao lado de Godfrey e começava a tomar seu pulso, apalpar seu estômago e examinar sua garganta.

      “Desde ontem à noite.” Gwen respondeu.

      “Ontem à noite!” Illepra repetiu, sacudindo a cabeça com preocupação. Ela examinou-o por um longo tempo, em silêncio, sua expressão ficou sombria.

      “Isso não é nada bom.” Ela disse finalmente.

      Ela colocou a mão sobre a testa de Godfrey de novo e dessa vez fechou os olhos, respirando fundo por um tempo muito longo. Um silêncio espesso invadiu o quarto e Gwen estava começando a perder a noção do tempo.

      “Veneno.” Illepra finalmente sussurrou, com os olhos ainda fechados, como se estivesse lendo seus sintomas por osmose.

      Gwen sempre se maravilhava com sua habilidade; ela nunca tinha errado, nem uma única vez em toda sua vida. Ela tinha salvado mais vidas do que as que o exército tinha tomado. Ela se perguntava se aquela era uma habilidade aprendida ou se tinha sido herdada. A mãe de Illepra tinha sido curandeira e sua avó também. Mas, ao mesmo tempo, Illepra tinha passado cada minuto de sua vida estudando poções e artes de cura.

      “Um veneno muito poderoso.” Illepra acrescentou mais confiante. “Um que eu raramente encontro. Um veneno caríssimo. Quem estiver tentando matá-lo sabe o que está fazendo. É incrível que ele não tenha morrido. Ele deve ser muito mais forte do que pensamos.”

      “Ele herdou essa força de meu pai.” Gwen disse. “Ele tinha a força de um touro. Todos os MacGil kings tinham.”

      Illepra atravessou a sala e misturou várias ervas em um recipiente de madeira, cortando, moendo-as e adicionando-lhes um líquido durante o processo. O produto final era uma pomada espessa, verde, com a qual ela encheu a palma da mão e correu de volta para o lado de Godfrey para aplicá-la massageando sua testa, sua garganta e a parte de baixo de seus braços. Quando ela terminou, ela atravessou a sala novamente, pegou um copo e derramou vários líquidos nele, um líquido vermelho, um marrom e um roxo. À medida que os líquidos se misturavam, a poção chiava e borbulhava. Ela a mexeu com uma longa colher de madeira, em seguida, correu de volta para Godfrey e aplicou-a sobre seus lábios.

      Godfrey não se mexeu. Illepra chegou por trás de sua cabeça, levantou-a com a palma da mão e tentou meter o líquido em sua boca. A maior parte dele derramou pelas comissuras, mas parte dele passou por sua garganta.

      Illepra limpou o líquido de sua boca e queixo e então, finalmente se inclinou para trás e suspirou.

      “Ele vai viver?” Gwen perguntou ansiosa.

      “É possível.” Ela respondeu sombria. “Eu lhe dei tudo o que tenho, mas não será suficiente. Sua vida está nas mãos do destino.”

      “O que eu posso fazer?” Gwen perguntou.

      Ela se virou e olhou para Gwen.

      “Reze por ele. Esta vai ser realmente uma longa noite.”

      CAPÍTULO CINCO

      Kendrick nunca tinha apreciado o que era a liberdade, verdadeira liberdade, até aquele dia. O tempo que ele passou trancado no calabouço havia mudado seu ponto de vista sobre a vida. Agora ele apreciava cada pequena coisa: o calor do sol em seu rosto; o vento em seu cabelo; simplesmente poder estar ao ar livre; deslocar-se em um cavalo, sentindo a terra abaixo dele ficar para trás em alta velocidade; estar de novo com sua armadura; ter o seu armamento de volta e andar ao lado de seus irmãos em armas fazia com que ele se sentisse como se tivesse saído disparado de um canhão. Isso o fazia se sentir temerário. Isso era algo que ele nunca havia experimentado antes.

      Kendrick galopava, inclinando-se ao vento, seu amigo íntimo Atme ia ao seu lado, muito grato pela oportunidade de lutar com seus irmãos para não perder aquela batalha, ansioso por libertar sua cidade natal dos McClouds e fazê-los pagar caro por invadi-la. Ele cavalgava com um forte desejo de derramar sangue, mas mesmo enquanto cavalgava ele sabia que o verdadeiro alvo da sua ira não eram os McClouds, mas sim seu irmão, Gareth. Ele nunca iria perdoá-lo por aprisioná-lo; por acusá-lo do assassinato de seu pai; por levá-lo embora na frente de seus homens e por tentar executá-lo. Kendrick queria vingança contra Gareth, mas já que ele não podia tê-la ainda, pelo menos não naquele dia, ele iria obtê-la com os McClouds.

      No entanto, quando Kendrick retornasse à Corte do Rei, ele iria resolver as coisas. Ele faria o que pudesse para derrubar seu irmão e incutir em sua irmã Gwendolyn a tarefa de ser a nova governante.

      Eles se aproximaram da cidade saqueada e enorme, nuvens negras espiraladas giravam em direção a eles, enchendo as narinas de Kendrick com uma fumaça acre. Doía-lhe ver uma cidade MacGil assim. Se seu pai ainda estivesse vivo, isso jamais teria acontecido; se Gareth não tivesse sido o sucessor dele, isso tampouco teria acontecido. Era uma desgraça, uma mancha na honra dos MacGils e do Exército Prata. Kendrick orou para que não fosse tarde demais para salvar aquelas pessoas; para que os McClouds não tivessem estado ali por muito tempo e para que não houvesse muitas pessoas feridas ou mortas.

      Ele esporou o cavalo, cavalgando na frente dos outros enquanto todos eles investiam como um enxame de abelhas, pela entrada da cidade, cujas portas estavam abertas. Eles arremeteram, Kendrick puxou a espada, preparando-se para enfrentar uma série de inimigos McCloud enquanto eles avançavam pela cidade. Ele soltou um grande grito e quando ele o fez, todos os homens ao seu redor, prepararam-se para o confronto.

      Mas quando ele passou pelo portão e entrou na praça poeirenta da cidade, ficou perplexo ao não ver ninguém. Tudo que havia ao redor dele eram os sinais reveladores de uma invasão: destruição; incêndios; casas saqueadas; corpos empilhados; mulheres rastejando. Havia animais mortos e sangue nas paredes. Tinha sido um massacre. Os McClouds tinham devastado aquele povo inocente. Esse pensamento deixou Kendrick doente. Os McClouds eram uns covardes.

      Mas o que deixou Kendrick ainda mais perplexo enquanto cavalgava era o fato de que os McClouds não estavam à vista. Ele não conseguia entender. Era como se todo o exército houvesse evacuado deliberadamente, como se soubessem que eles estavam vindo. Fogueiras ainda estavam ardendo e estava claro que elas tinham sido acesas com um propósito.

      Estava começando a ficar claro para Kendrick que tudo aquilo era um chamariz. Que os McClouds queriam atrair o exército MacGil para aquele lugar.

      Mas por quê?

      Kendrick repente virou-se, olhou em volta, desesperado para ver se faltava algum dos seus homens,  se algum contingente havia sido atraído para longe, para outro local. Sua mente estava sendo inundada com uma nova sensação, a sensação de que aquilo tinha sido arranjado para isolar um grupo

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