Encontrada . Морган Райс

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Encontrada - Морган Райс страница 4

Encontrada  - Морган Райс Memórias de um Vampiro

Скачать книгу

grandes cestas com figos e tâmaras em suas cabeças e ombros, alguns usavam turbantes. Ela viu construções de pedra antigas, vias estreitas e tortuosas, ruas de paralelepípedos, e se perguntou onde raios ela estava. Definitivamente, ali não era a Escócia. Tudo parecia tão primitivo, parecia que ela havia voltado centenas de anos no passado.

      Scarlet olhava para todos os lados, com a esperança de ver algum sinal de seus pais. Ela examinou cada rosto que passava pela rua, esperando, desejando, que alguém iria parar e olhar para ela.

      Mas eles não estavam em lugar nenhum. E, a cada rosto que passava, ela se sentia mais e mais solitária.

      Scarlet começou a ter uma sensação de pânico. Ela não entendia como ela podia ter voltado sozinha. Como eles podiam tê-la deixado assim? Onde eles poderiam estar? Eles haviam conseguido voltar, também? Eles se importavam o suficiente para procurar por ela?

      Quanto mais ela ficava ali, observando, esperando, mais ela compreendia. Ela estava sozinha. Completamente sozinha, em um lugar e época desconhecidos. Mesmo que eles tivessem voltado para lá, ela não fazia ideia de onde procurá-los.

      Scarlet olhou para seu pulso, para a velha pulseira com um pingente de cruz que lhe foi dada um pouco antes de partirem da Escócia. Quando eles estavam no pátio do castelo, um daqueles homens idosos, de vestes brancas, se aproximou e a colocou em seu pulso. Ela achou a pulseira muito bonita, mas não fazia ideia do que ela era nem o que representava. Tinha a sensação de que poderia ser alguma pista, mas não tinha ideia do que.

      Ela sentiu Ruth se esfregando em sua perna e se ajoelhou, deu um beijo em sua testa e a abraçou. Ruth choramingou em sua orelha e depois a lambeu. Pelo menos, ela tinha Ruth. Ruth era como uma irmã para ela, Scarlet sentia-se muito grata por ela ter voltado com ela, grata por ela tê-la protegido daquele soldado. Não havia ninguém que ela amasse mais.

      Quando Scarlet pensou naquele soldado, no seu encontro com ela, ela percebeu que seus poderes deviam estar mais fortes do que ela imaginava. Ela não conseguia entender como ela, uma pequena garota, o havia dominado. Sentia que, de alguma forma, ela estava se transformado, ou havia se transformado em alguma coisa que ela não era antes. Ela se lembrou de que, lá na Escócia, sua mãe havia explicado isso para ela. Mas ela ainda não entendia muito bem.

      Ela gostaria que tudo simplesmente fosse embora. Ela só queria ser normal, queria que as coisas fossem normais, como elas eram antes. Ela só queria sua mãe e seu pai; queria fechar os olhos e voltar para a Escócia, para aquele castelo, com Sam, Polly e Aiden. Ela queria voltar para a cerimônia de casamento; ela queria quer no mundo estivesse certo.

      Mas, quando ela abriu seus olhos, ela ainda estava sozinha, com Ruth, naquela estranha cidade, naquela estranha época. Ela não conhecia uma alma sequer. Ninguém parecia amigável. Ela não sabia para onde ir.

      Por sim, Scarlet não aguentava mais. Ela precisava seguir em frente. Não podia se esconder ali e esperar para sempre. Onde quer que sua mãe e pai estivessem, ela percebeu, era em algum outro lugar. Ela sentiu uma pontada de fome e ouviu Ruth choramingar, soube que ela também estava faminta. Ela precisava ser forte, disse a si mesma. Precisava sair e tentar encontrá-los – e achar comida para as duas.

      Scarlet saiu para a rua movimentara, à procura dos soldados; ela viu alguns grupos ao longe, patrulhando as ruas, mas eles não pareciam estar procurando especificamente por ela.

      Scarlet e Ruth se espremeram na massa de pessoas, acotovelando-se enquanto desciam as sinuosas ruas. Estava tão cheio ali, pessoas indo para todas as direções. Ela passou por vendedores com carrinhos de madeira, vendendo frutas e vegetais, pães, garrafas de azeite de oliva e vinho. Eles ficavam um ao lado do outro, amontoados em becos largos, gritando para a clientela. As pessoas argumentavam com eles à direita e à esquerda.

      E, como se não estivesse cheio o suficiente, havia também animais enchendo as ruas – camelos e burros e ovelhas e todo tipo de animais – sendo guiados por seus donos. E, em meio a estes, corriam galinhas selvagens, galos e cães. Eles cheiravam mal, e faziam o mercado já barulhento ficar ainda mais barulhento com seus urros, balidos e latidos.

      Scarlet podia sentir a fome de Ruth se intensificar com a visão destes animais, então se abaixou e a agarrou pela nuca, segurando-a.

      “Não, Ruth!” Scarlet disse com firmeza.

      Ruth, relutante, obedeceu. Scarlet se sentiu mal por isso, mas não queria que Ruth matasse aqueles animais e causasse uma grande comoção naquela multidão.

      “Eu vou encontrar comida para você, Ruth,” Scarlet falou. “Eu prometo.”

      Ruth respondeu com um gemido e Scarlet sentiu uma pontada de fome também.

      Scarlet correu entre os animais, levando Ruth para alguns becos mais abaixo, virando entre os vendedores e descendo mais. Parecia um labirinto que nunca acabava, e Scarlet mal conseguia ver o céu.

      Então, Scarlet encontrou um vendedor com um enorme pedaço de carne assada. Ela podia sentir o cheiro de longe, o cheiro entrava em cada poro seu; ela olhou para baixo e viu Ruth observando a carne, lambendo seus beiços. Ela parou diante do vendedor, boquiaberta.

      “Quer comprar um pedaço?” o vendedor, um homem grande com um avental coberto de sangue, perguntou.

      Scarlet queria um pedaço mais do que qualquer outra coisa. Mas ela colocou as mãos em seu bolso e não encontrou nenhum dinheiro. Ela tocou sua pulseira e, mais que tudo, ela queria tirá-la e vendê-la a esse homem para conseguir uma refeição.

      Mas ela se forçou a não fazê-lo. Ela sentiu que a pulseira era importante, então utilizou toda a sua força de vontade para resistir.

      Em vez disso, triste, ela sacudiu sua cabeça lentamente e, resposta. Ela pegou Ruth e a guiou para longe do homem. Ela podia ouvir Ruth choramingando e protestando, mas elas não tinham outra escolha.

      Elas continuaram andando e, finalmente, o labirinto terminou em uma praça aberta, brilhante e ensolarada. Scarlet foi pega de surpresa pelo céu claro. Ter saído daquelas vielas e becos lhe dava a sensação de estar no lugar mais aberto que ela já havia visto, com milhares de pessoas dando voltas por lá. No centro, havia uma fonte e, contornando a praça, havia uma enorme parede de pedras, que subia vários metros no ar. Cada pedra era tão grossa que era dez vezes o seu tamanho. Em volta destas pedras, havia centenas de pessoas chorando e rezando. Scarlet não sabia por que, ou onde ela estava, mas sentiu que estava no meio da cidade e que aquele era um local sagrado.

      “Ei, você!” veio uma voz desagradável.

      Scarlet sentiu os pelos em sua nuca arrepiarem e se virou lentamente.

      Ali estava um grupo de cinco meninos sentados em um pedaço de pedra, olhando para ela. Eles estavam imundos dos pés à cabeça, vestidos em trapos. Eram adolescentes, talvez de 15 anos, e ela podia ver maldade em seus rostos. Podia sentir que eles queriam encrenca e haviam acabado de encontrar a sua próxima vítima; ela pensou se estaria óbvio o quão sozinha ela se encontrava.

      Com eles, havia um cachorro selvagem, grande, parecia raivoso, tinha duas vezes o tamanho de Ruth.

      “O que você está fazendo aqui sozinha?” o líder deles perguntou com tom de gozação, para os outros quatro rirem. Ele era musculoso e parecia estúpido, tinha lábios grossos e uma cicatriz na testa.

      Quando ela olhou para eles, Scarlet sentiu uma nova sensação tomar conta dela, uma que ela nunca havia sentido antes: um senso de intuição aguçado. Ela não sabia o que estaca acontecendo, mas, de repente, ela podia ler claramente o pensamento deles, sentir

Скачать книгу