Encontrada . Морган Райс

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Encontrada  - Морган Райс Memórias de um Vampiro

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que eles queriam machucá-la.

      Ruth rosnou ao lado dela, Scarlet podia sentir um confronto maior prestes a acontecer – exatamente o que ela queria evitar.

      Ela se inclinou e começou a guiar Ruth para se afastar.

      “Venha, Ruth,” Scarlet disse quando começou a fugir.

      “Ei, menina, estou falando com você!” berrou o garoto.

      Enquanto elas fugiam, Scarlet olhou por cima de seu ombro e viu que os cinco meninos desceram da pedra e começaram a correr atrás dela.

      Scarlet começou acelerou o passo, voltando para as vielas e becos, querendo manter o máximo de distância entre ela e esses meninos. Ela pensou em seu confronto com o soldado romano e, por um momento, pensou se deveria parar e tentar se defender.

      Mas ela não queria lutar. Ela não queria machucar ninguém. Nem se arriscar. Ela só queria encontrar seus pais.

      Scarlet virou em um beco cheio de pessoas. Ela olhou para trás e, em momentos, podia ver o grupo de meninos indo atrás dela. Eles não estavam muito atrás e estavam ganhando velocidade. Bem rápido. O cachorro deles corria junto com eles e Scarlet sentiu que eles a alcançariam. Ela precisava fazer uma volta para que eles a perdessem de vista.

      Scarlet virou outra esquina, esperando encontrar uma saída. Mas, quando o fez, seu coração parou.

      Era uma rua sem saída.

      Scarlet se virou lentamente, Ruth ao seu lado, e encarou os meninos. Eles estavam a uns três metros de distância. Foram parando à medida que se aproximavam dela, cada um em seu tempo, saboreando o momento. Eles ficaram ali, havia sorrisos maldosos em seus rostos.

      “Parece que sua sorte se esgotou, garotinha,” o líder falou.

      Scarlet estava pensando a mesma coisa.

      CAPÍTULO TRÊS

      Sam acordou com uma terrível dor de cabeça. Ele levantou suas mãos e segurou sua cabeça, tentando fazer a dor ir embora. Mas ela não foi. Parecia que o mundo inteiro havia entrado em seu crânio.

      Sam abriu seus olhos para descobrir onde ele estava e, ao fazê-lo, a dor foi insuportável. A luz ofuscante do sol refletia nas rochas do deserto obrigando-o a proteger seus olhos e abaixar a cabeça. Ele sentiu que estava deitado em um chão rochoso no deserto, sentia o calor seco, a poeira levantando em seu rosto. Encolheu-se em uma posição fetal e segurou sua cabeça com mais força, tentando fazer a dor ir embora.

      As memórias voltaram à tona.

      Primeiro, lá estava Polly.

      Ele lembrou-se da noite do casamento de Caitlin. A noite em que ele pediu Polly em casamento. Ela aceitando. A felicidade em seu rosto.

      Ele lembrou-se do dia seguinte. Sua ida à caça. Sua ansiedade para a noite dos dois chegar.

      Ele lembrou-se de encontrá-la. Na praia. À beira da morte. Ela lhe contando sobre o bebê.

      Ondas de sofrimento voltaram com tudo. Era mais do que ele conseguia suportar. Era como se um pesadelo passasse de novo em sua cabeça, um do qual que não podia se desligar. Sentia que tudo que tinha para viver havia sido arrancando dele, tudo em um momento importante. Polly. O bebê. A vida como ele conhecia.

      Ele queria ter morrido naquele momento.

      Então se lembrou da sua vingança. De sua fúria. De matar Kyle.

      E o momento em que tudo mudou. Lembrou-se do espírito de Kyle infundindo nele. Lembrou-se do sentimento indescritível de raiva, do espírito, alma e energia de outra pessoa invadindo seu ser, possuindo-o por completo. Foi quando Sam parou de ser quem ele era. Quando ele passou a ser outra pessoa.

      Sam abriu completamente seus olhos e ele sentiu, ele sabia, que eles estavam com um brilho avermelhado. Ele sabia que não eram seus olhos. Sabia que agora eram de Kyle.

      Ele sentiu o ódio de Kyle, o poder de Kyle, correndo por dentro dele, através de cada centímetro de seu corpo, vindo de seus dedos do pé, atravessar suas pernas e atingir seus braços até alcançar sua cabeça. Ele sentiu a necessidade que Kyle tinha de destruir tudo pulsando em cada parte de seu corpo, como se fosse algo vivo, como se algo estivesse preso em seu corpo e fosse incapaz de sair. Ele sentia que não tinha mais o controle de seu corpo. Uma parte dele sentia falta de quem o Sam anterior era, como ele era. Mas outra parte dele sabia que ele jamais seria essa pessoa de novo.

      Sam ouviu um sibilo, um barulho de chocalho, e abriu seus olhos. Seu rosto estava deitado nas pedras do chão deserto e, quando ele olhou para cima, viu uma cascavel, a apenas alguns centímetro dele, sibilando para ele. Os olhos da cobra olhavam diretamente nos olhos de Sam, como se estivesse se comunicando com um amigo, sentindo uma energia similar. Ele podia sentir que a fúria da raiva combinava com a dele – e que ela estava prestes a dar o bote.

      Mas Sam não estava com medo. Pelo contrário – ele estava cheio de uma raiva não apenas igual a da cobra, mas ainda maior. E seus reflexos também eram comparáveis.

      Na fração de segundo em que a cobra se preparou para atacar, Sam a venceu: ele a pegou com sua própria mão, agarrou sua garganta no ar e a impediu de mordê-lo a apenas dois centímetros de seu rosto. Sam segurou a cascavel deixando os olhos dela na altura dos seus e os encarou tão de perto que ele podia sentir o cheiro de seu bafo, suas presas estavam a poucos centímetros dele, ansiosas para entrar em sua garganta.

      Mas ele a dominara. Ele a apertou mais e mais forte e, aos poucos, foi tirando-lhe a vida. Ela ficou mole em sua mão, esmagada até a morte.

      Ele se inclinou para trás e a arremessou no chão do deserto.

      Sam se levantou e observou seus arredores. Tudo o que havia a sua volta eram pedras e poeira – um infindável trecho do deserto. Ele se virou e notou duas coisas: primeiro, um grupo de crianças pequenas vestidas em trapos, olhando com curiosidade para ele. Quando ele girou na direção deles, as crianças fugiram, correram de volta, como se estivessem assistindo um animal selvagem se levantar do caixão. Sam sentiu a fúria de Kyle dentro dele e teve vontade de mata-los.

      Mas a segunda coisa que ele viu o fez mudar de foco. Uma muralha. Uma imensa muralha de pedras, se elevando centenas de metros no ar, sem fim. Foi quando Sam percebeu: ele havia despertado nos arredores de alguma cidade antiga. Diante dele, havia um enorme portão em forma de arco, dezenas de pessoas saíam e entravam por ele, vestidas em roupas primitivas. Pareciam dos tempos romanos, vestiam túnicas e vestes simples. Criações de gados também passavam por ali e Sam já podia sentir o calor e o barulho da população por trás daquela muralha.

      Sam deu alguns passos em direção ao portão e, ao fazê-lo, as crianças se dispersaram, como se estivessem fugindo de um monstro. Ele se perguntou o quão assustadora era sua aparência. Mas ele não se importava muito. Sentiu que precisava entrar na cidade, descobrir o que havia ali. Mas, ao contrário do antigo Sam, ele não sentia vontade de explorá-la: sentia vontade de destruí-la. De deixar a cidade em pedaços.

      Uma parte dele tentou se livrar deste pensamento e trazer o antigo Sam de volta. Ele se forçou a pensar em outra coisa que o trouxesse de volta. Forçou-se a pensar em sua irmã, Caitlin. Mas era difícil; ele não conseguia visualizar mais o seu rosto, por mais que tentasse. Tentou invocar seus sentimentos por ela, a missão que eles tinham, seu pai. Ele sabia, no fundo, que ainda se importava com ela, que ainda queria ajuda-la.

      Mas

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