Vingança Do Coração. Barbara Cartland
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–Quero que compreenda que, apesar de eu amá-lo demais, não posso me casar com você.
–Mas o que está dizendo?– a voz dele soou ríspida pois ele ficara atônito e até pensou que ouvira mal.
Ela ergueu os olhos suplicantes, dizendo:
–Por favor, não fique zangado comigo!
–Claro que não me vou zangar com você! E por que deveria? Não estou entendendo nada do que está falando!
–Estou dizendo, meu querido Warren, que, apesar de amar você, vou me casar com Raymond!
Warren apenas olhou fixamente para ela, os olhos muito abertos, sentindo a cabeça girar, sem poder atinar com o significado daquelas palavras cruéis.
Depois, com uma voz que não parecia a sua, ele disse num ímpeto:
–Vai casar-se com Raymond? Como?! Ele mal atingiu a maioridade!
–Ele quer se casar comigo e eu lhe pedi para esperar claro, até eu poder tirar o luto…
–Então está pensando mesmo em… em fazer isso comigo?– suas palavras saíram trêmulas de indignação.
–Sinto, realmente, muitíssimo, meu querido Warren, mas tem que compreender.
–Tenho que compreender o quê?
Ela hesitou, porém nem precisava dizer nada. Warren pressentiu a verdade.
–O que está querendo me dizer, é que Raymond vai tornar-se o Marquês de Buckwood!
–Você mesmo disse que eu era digna de viver em um lugar como aquele!
–E você fez o possível para conseguir isso, não?
Ele se sentiu zonzo, parecia que o trem estava dando voltas e mais voltas. Percebeu então que já se aproximavam da estação de Paddington. Magnólia havia calculado até o tempo para fazer aquela revelação horrível coincidir com a chegada deles a Londres.
Um minuto mais tarde a porta do vagão foi aberta por um carregador, a criada de Magnólia apareceu e não houve mais tempo nem oportunidade de eles continuarem o assunto.
Uma carruagem fechada estava esperando por Magnólia. Warren ajudou-a a subir, deu-lhe o chapéu e se afastou, caminhando. A carruagem seguiu para o lado oposto.
Desde que haviam saído do trem não haviam trocado uma palavra. Warren tomou uma carruagem de aluguel e ordenou ao cocheiro que o levasse até seu clube. Estava até trêmulo de ódio.
Ao mesmo tempo, uma desesperadora sensação de perda irreparável o dominou. Era como se o mundo desabasse sobre sua cabeça.
Ele havia amado Magnólia como jamais amara mulher alguma!
Havia acreditado que ela sempre fora sincera quando jurava amá-lo também.
Agora farrapos soltos de conversas vinham à sua mente.
–Receio que jamais seremos ricos, minha querida– ele dissera uma vez apesar de meu pai ter deixado uma ótima renda para minha mãe, jamais terei uma fortuna sólida como a do meu tio.
–Eu o amo pelo que você é– dissera Magnólia com voz suave e melodiosa–, mesmo que não tivesse um centavo, eu o amaria mesmo assim!
–Minha querida, como pode alguém ser tão maravilhosa?
Em outra ocasião ele havia dito:
–Tão logo você permita que eu participe a meu tio que estamos noivos, tenho certeza de que ele vai querer nos dar uma das casas que tem em suas terras. Há diversas delas que, apesar de não serem mansões enormes, são muito aconchegantes e tenho certeza de que você será capaz de transformar qualquer uma em um lugar encantador.
–Vou torná-la um lar maravilhoso para nós dois.
–Sei que fará isso, meu amor! Essa será nossa casa de campo, mas é claro que teremos nossa casa em Londres também.
–Quero que a casa de Londres seja bem grande para podermos receber seus amigos. Não é porque vai ser um homem casado que vai perder os amigos que tanto o estimam. Sei que as mulheres terão inveja de mim por ter como marido um homem tão inteligente, maravilhoso e atraente como você!
–Prometo que vou comprar uma casa com uma sala de jantar muito grande e com um salão de receções.
Acabando de dizer isso ele pensou se poderia mesmo comprar uma casa assim. É verdade que desde que conhecera Magnólia começara a economizar para poder oferecer as coisas mais finas à sua futura esposa.
Felizmente, com tantos amigos ricos e importantes, com certeza passaria a maior parte do tempo indo às festas que eles ofereciam do que convidando-os à sua casa. Ele tinha certeza de continuar a ser sempre bem-recebido depois de casado como agora que era solteiro.
Ele pensou então que essas festas exigiriam lindas roupas principalmente para sua esposa e imaginou como havia sido um perdulário até então. De agora em diante precisava cortar muitas das extravagâncias a que se permitia como homem solteiro que era.
Todavia, amando Magnólia como ele amava, nada seria sacrifício. Queria esquecer de si próprio e depositar tudo o que fosse mais fino aos pés dela como tributo de seu amor.
Não! Warren não podia acreditar que, tendo jurado amá-lo tanto, Magnólia pudesse casar-se com um rapaz que era tão jovem quanto ela e totalmente imaturo.
Raymond não era nada inteligente e não tinha outros interesses que não os de se divertir bastante sem se preocupar com nada sério.
O Marquês , apesar de não demonstrar, estava muito dececionado com o filho. As notas de Raymond na escola não eram boas, e por duas vezes, esteve para ser expulso de Oxford por não levar os estudos a sério.
Quando o Marquês tentava fazer com que os interesses do filho se voltassem para as vastas propriedades do pai, ele não havia demonstrado o menor entusiasmo. Só pensava mesmo naquelas terras como um meio de se divertir.
Warren jamais pensara em Raymond como um homem ou um adulto. Para ele o primo não passava de uma criança. Tampouco podia pensar nele como marido de alguém, muito menos de Magnólia.
Pensar que Magnólia ia casar-se com Raymond só pelo título de Marquês de Buckwood que ele iria herdar um dia, fez Warren sentir-se horrorizado, desgostoso, e humilhado. Todavia ele ainda a amava, ainda desejava aquela mulher e sentia que a vida sem ela não teria sentido.
Depois de chegar ao clube e de beber uma quantidade enorme de brandy, pensava que a questão não era como poderia viver sem Magnólia, mas sim que ele não queria viver sem ela.
Foi então que Edward o encontrou.
–Agora escute, Warren– disse Edward–, tenho uma sugestão a fazer c gostaria que pensasse no assunto seriamente.
–A coisa mais sensata que tenho a fazer e atirar-me no Tâmisa! Não vou me afogar porque sou um excelente nadador,