Infiltrado: Uma série de suspenses do espião Agente Zero — Livro nº1. Джек Марс
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A garganta de Reid ficou seca quando notou que uma van cinza estava parada em frente à casa e com os faróis desligados. "Hum, me desculpe,"Disse. "Você deve ter-se enganado nacasa."
O homem alto à direita, sem tirar os olhos de Reid, levantou um celular para seus dois parceiros verem. O homem à esquerda, o que fizera a pergunta, acenou com a cabeça uma vez.
Sem avisar, o homem volumoso avançou, incrivelmente rápido tendo em conta o seu tamanho. Uma mão carnuda alcançou a garganta de Reid. Reid conseguiu escapar, vacilando para trás e quase tropeçando em seus próprios pés. Ele se recuperou, tocando com os dedos no chão de azulejo.
Quando deslizou para trás para recuperar o equilíbrio, os três homens entraram em sua casa. Ele entrou em pânico, pensando apenas nas meninas dormindo em suas camas no andar de cima. Reid se virou e correu até a cozinha. Olhou por cima do ombro - os homens começaram a perseguição. Celular, Pensou desesperadamente. Estava em sua escrivaninha no escritório e os caras bloqueavam o caminho.
Ele tinha que levá-los para longe da casa e para longe das meninas. À sua direita estava a porta do quintal. Abriu a porta e correu para o deck. Um dos homens xingou em uma língua estrangeira - árabe, imaginou - enquanto o perseguiam. Reid saltou sobre o corrimão do deck e pousou no pequeno quintal. Uma descarga de dor subiu pelo seu tornozelo por causa do impacto, mas ele a ignorou. Contornou um dos cantos da casa e se encostou na fachada de tijolos, tentando desesperadamente acalmar sua respiração irregular. O tijolo estava gelado e a leve brisa do inverno o atravessou asperamente. Os dedos dos pés já estavam dormentes - saira de casa apenas com as meias. Estava todo arrepiado.
Ele podia ouvir os homens sussurrando uns para os outros, com vozes roucas e apressadas. Contou as vozes distintas - uma, duas e depois três. Eles estavam fora da casa. Bom; isso significava que só estavam atrás dele e não das crianças. Reid precisava chegar até um telefone. Não podia voltar para casa e colocar em risco suas garotas. Também não podia bater na porta de um vizinho. E depois se lembrou - havia uma caixa amarela de chamadas de emergência montada em um poste de telefone no final do quarteirão. Se ele pudesse chegar lá...
Respirou fundo e correu pelo quintal escuro, atrevendo-se a entrar no halo de luz das lâmpadas da rua. Seu tornozelo latejava em sinal de protesto e o choque do frio provocou picadas em seus pés, mas ele se forçou a se mover o mais rápido que podia. Reid olhou por cima do ombro. Um dos homens altos o viu. Ele gritou para seus companheiros, mas não o perseguiu mais. Estranho, Reid pensou, mas não parou.
Alcançou a caixa amarela de chamadas de emergência, abriu-a e enfiou o polegar no botão vermelho que enviava um alerta para o grupo local do 911. Ele olhou por cima do ombro novamente. Não conseguia ver nenhum deles.
"Alô?" Susurrou no interfone. "Alguém pode me ouvir?" Onde estava a luz? Deveria haver uma luz quando o botão de chamada era pressionado. Isso estava funcionando? "Meu nome é Reid Lawson, há três homens atrás de mim, eu moro em…"
Uma mão forte agarrou um punhado de cabelo castanho de Reid e o puxou para trás. Suas palavras ficaram presas na garganta e ficaram suspensas. De seguida sentiu um tecido áspero no rosto, cegando-o - uma sacola na cabeça - e, ao mesmo tempo, seus braços foram manietados para trás e presos com algemas. Ele tentou lutar, mas as mãos fortes o seguravam com firmeza, torcendo seus pulsos quase ao ponto de quebrá-los.
"Espere!" Conseguiu gritar. "Por favor..." Um impacto atingiu seu abdômen com tanta força que o ar saiu de seus pulmões. Reid não conseguia respirar, muito menos falar. Cores confusas alteravam sua visão e quase desmaiou. Depois arrastaram-no, suas meias raspando no cimento da calçada. Eles o empurraram para dentro da van e fecharam a porta. Os três homens trocaram palavras estrangeiras guturais entre si que soavam acusatórias.
"Por que...?" Reid finalmente conseguiu falar com dificuldade.Depois sentiu a picada de uma agulha no braço e o mundo colapsou à sua volta.
CAPÍTULO DOIS
Cegueira. Frio. Estrondo ensurdecedor, opressão dolorosa.
A primeira coisa que Reid percebeu quando acordou foi que o mundo estava imerso em trevas - não conseguia ver. O cheiro acre de combustível encheu suas narinas. Tentou mover seus membros latejantes, mas suas mãos estavam amarradas atrás das costas. Sentia frio, mas não havia brisa; apenas ar frio, como se estivesse em uma geladeira.
Lentamente, como se através de um nevoeiro, a lembrança do que havia ocorrido voltou. Os três homens do Oriente Médio. Uma sacola na cabeça dele. Uma agulha no braço.
Entrou em pânico, tentando libertar-se e agitando as pernas. A dor atravessou seus pulsos onde o metal das algemas penetrava na pele. Seu tornozelo doía, afetando a perna esquerda. Havia uma pressão intensa em seus ouvidos e ele não conseguia ouvir nada além de um motor rugindo.
Por apenas uma fração de segundo, ele teve uma sensação de queda - resultado da aceleração vertical negativa. Ele estava em um avião. E, ao que parece, não era um avião comum com passageiros. O ruído intensamente alto do motor, o cheiro de combustível... Ele percebeu que deveria estar em um avião de carga.
Há quanto tempo estava inconsciente? O que lhe haviam injetado? As meninas estavam seguras? As meninas. Chorou na esperança de que estivessem seguras, que a polícia tivesse ouvido sua mensagem e que as autoridades tivessem sido enviadas até sua casa...
Ele se contorceu em seu assento de metal. Apesar da dor e rouquidão na garganta, ele se aventurou a falar.
"O-Olá?" Saiu quase como um sussurro. Aclarou a garganta e tentou novamente. "Olá? Alguém…? " Percebeu então que o barulho do motor abafaria a sua voz em relação a alguém que não estivesse sentado ao lado dele. "Olá!" Tentou gritar. "Por favor... alguém me diga o que..."
Uma voz masculina severa sibilou para ele em árabe. Reid se encolheu; o homem estava perto, a poucos metros de distância.
"Por favor, apenas me diga o que está acontecendo," Implorou. "O que está acontecendo? Por que estão fazendo isso?"
Outra voz gritou ameaçadoramente em árabe, desta vez à direita. Reid estremeceu com a repreensão intensa. Ele esperava que o estremecer do avião tivesse disfarçado o tremor do seu corpo.
"Vocês têm a pessoa errada," Disse ele. "O que querem? Dinheiro? Eu não tenho muito, mas posso… espere!" Uma mão forte apertou o seu braço e um instante depois fora arrancado de seu assento. Cambaleou, tentando se levantar, mas a instabilidade do avião e a dor em seu tornozelo o venceram. Seus joelhos se dobraram e ele caiu de lado.
Algo sólido e pesado atingiu-o. Uma dor se espalhou de forma simétrica pelo seu torso. Tentou protestar, mas sua voz só emitia soluços ininteligíveis.
Outra bota o chutou nas costas. E outra, no queixo.
Apesar da situação horrível, um pensamento bizarro atingiu a mente de Reid. Esses homens, suas vozes, todos esses golpes sugeriam uma vingança pessoal. Ele não se sentiu apenas atacado. Ele sentiu nojo. Esses homens estavam zangados - e a raiva deles estava direcionada para ele como a ponta de um laser.
A dor diminuiu lentamente e deu lugar a um frio entorpecimento que envolveu seu corpo antes de desmaiar.
*
Dor. Cauterizante, latejante, ardente.