Quase Perdida. Блейк Пирс
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– Pai, você fez pão com ovo.
– Tem algum problema? – Ryan perguntou, sobrancelhas levantadas.
– Você sabe minha opinião sobre ovos. É tipo um sanduíche de vômito.
Ela selecionou cuidadosamente um bolinho na parte oposta do prato.
– Sanduíche de vômito? – a voz de Ryan combinava indignação e diversão. – Maddie, não deve dizer esse tipo de coisa na frente de uma visita.
– Cuidado, Cassie, essa gosma de ovo gruda em tudo – Madison alertou, mostrando sua cara sem arrependimento ao pai.
Repentinamente, Cassie sentiu um estranho senso de pertencimento. Esses gracejos eram exatamente o que ela havia esperado. Até agora, esta parecia ser uma família normal e feliz, provocando um ao outro, cuidando uns dos outros, ainda que ela tivesse certeza de que cada um deles tivesse as próprias manias e dificuldades. Ela se deu conta do quanto tinha estado tensa, antecipando que algo desse errado.
Cassie ainda não tinha comido nada porque tinha estado constrangida em comer na frente de Ryan. Agora, percebendo como estava com fome, decidiu que era melhor comer algo antes que seu estômago a envergonhasse com um ronco audível.
– Vou ser corajosa e experimentar um sanduíche – ela se voluntariou.
– Obrigado. Sinto alívio por alguém apreciar meu talento culinário maravilhoso – Ryan disse.
– Maravilh-ovo – Madison adicionou, fazendo Cassie rir. Virando-se para Cassie, ela disse – Papai prepara toda a comida. Ele só detesta limpar.
– Detesto mesmo – Ryan disse.
Madison respirou fundo outra vez e voltou-se para a porta da cozinha.
– Dylan! – ela berrou. Em seguida, adicionou em sua voz normal. – Ah, aí está você.
Um garoto alto e esguio entrou. Ele tinha os mesmos cabelos castanhos brilhantes da irmã e Cassie imaginou se ele teria acabado de ter um surto de crescimento, porque, olhando para ele, via só pernas, braços e tendões.
– Oi, prazer em conhecê-la – ele disse a Cassie, um tanto quanto distraído.
Em seu rosto de menino, ela podia ver alguma similaridade com Ryan. Eles partilhavam do mesmo maxilar forte e maçãs do rosto bem-definidas. No rosto oval e bonito de Madison, via menos de Ryan e imaginou qual seria a aparência da mãe das crianças. Haveria fotos de família em algum lugar da casa? Ou o divórcio teria sido tão amargo que elas teriam sido removidas?
– Estenda a mão para Cassie – Ryan lembrou seu filho, mas Dylan mostrou as mãos e Cassie viu que suas palmas estavam pretas de óleo. – Oh-ou. Venha cá.
Depressa, Ryan foi até a pia, abriu a torneira e despejou uma generosa quantidade de detergente nas mãos do filho.
Enquanto Ryan estava distraído, Cassie pegou outro sanduíche.
– O que a bicicleta tinha de errado? – Ryan perguntou.
– A corrente estava pulando quando eu mudava de marcha – Dylan explicou.
– Você consertou? –Ryan monitorava com atenção o progresso de Dylan ao lavar as mãos.
– Sim – Dylan disse.
Cassie esperava que ele elaborasse melhor, mas ele não o fez. Ryan entregou-lhe uma toalha e ele secou as mãos, apertando a mão de Cassie brevemente em um cumprimento formal, depois virando sua atenção para os lanches.
Dylan não falou muito enquanto comia, mas Cassie ficou impressionada com a quantidade de comida que ele conseguiu engolir em poucos minutos. O prato estava quase vazio quando Ryan o devolveu à geladeira.
– Você vai perder o apetite para o jantar se continuar comendo e estou prestes a fazer espaguete à bolonhesa – ele disse.
– Vou comer todo o espaguete também – Dylan prometeu.
Ryan fechou a geladeira.
– Certo, crianças, precisam trocar de roupa agora, ou vão pegar um resfriado.
Quando eles saíram, Ryan voltou-se para Cassie e ela notou que ele soava ansioso.
– O que você acha? Eles são como você esperava? São ótimas crianças, apesar de terem seus momentos.
Cassie tinha gostado das crianças imediatamente. Madison, em particular, parecia uma criança fácil e ela não podia imaginar que faltasse conversa ao redor da jovem falante. Dylan parecera mais complexo, uma pessoa mais quieta e introvertida. Mas também poderia ser o fato de ele ser mais velho, quase adolescente. Fazia sentido que ele não tivesse muito a dizer a uma au pair de 23 anos.
Ryan estava certo, as crianças pareciam tranquilas e, o mais importante, ele dava a impressão de ser um pai solidário que ajudaria com quaisquer problemas, caso ocorressem.
Decisão tomada, então. Ela aceitaria o emprego.
– Eles parecem uns amores. Ficarei feliz em trabalhar para vocês nas próximas três semanas.
O rosto de Ryan se iluminou.
– Ah, que ótimo! Sabe, Cassie, no momento em que eu te vi… Não, no momento em que falei com você pela primeira vez, estava torcendo por você aceitar. Algo na sua energia me intriga. Adoraria saber das coisas pelas quais você passou, o que te moldou, porque você parece… Não sei como descrever. Sábia. Madura. De qualquer forma, sinto que meus filhos estarão em excelentes mãos.
Não soube o que dizer. Os elogios de Ryan estavam deixando Cassie constrangida.
Ryan acrescentou. – As crianças ficarão empolgadas. Já posso ver que eles gostam de você. Vamos ajeitar suas coisas e eu farei um tour rápido com você pela casa. Trouxe malas com você?
– Sim, trouxe.
Aproveitando a pausa na chuva, Ryan foi com ela até o carro e pegou as malas pesadas com facilidade, carregando-as até o corredor.
– Temos só uma garagem, que é o domínio da Land Rover, mas estacionar na rua é totalmente seguro. A casa é simples. Temos uma sala de estar à direita, a cozinha adiante e, à esquerda, fica a sala de jantar, que raramente usamos, então foi transformada em uma sala de quebra-cabeças, leitura e jogos, como você pode ver.
Espiando o cômodo, ele suspirou.
– Quem é o entusiasta de quebra-cabeças?
– Madison. Ela adora trabalhos manuais, artesanato, qualquer coisa com o que possa se ocupar.
– E ela gosta de esportes? – Cassie perguntou. – Ela tem múltiplos talentos.
– Receio que, para Maddie, o trabalho escolar seja o ponto fraco. Ela precisa de ajuda, academicamente; com matemática, em especial. Então, qualquer assistência que você possa oferecer, ou mesmo somente apoio moral, será ótimo.
– E quanto ao Dylan?
– Ele