Doce rendição. Catherine George

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Doce rendição - Catherine George Sabrina

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deixava na rua.

      Quando estava a tirar as chaves, um homem saiu de um carro estrangeiro estacionado ali perto.

      Kate olhou-o, atónita, convencida de que estava a ter visões.

      Mas Alasdair Drummond, mais alto do que se lembrava, era uma figura demasiado sólida para ser uma visão.

      – Olá, Kate.

      – Alasdair, que grande surpresa. O que estás aqui a fazer?

      – Vim ver-te – respondeu ele. – Sei que deveria ter-te telefonado, mas venho de um funeral e ocorreu-me passar pelo colégio para ver se te via.

      Kate voltou-se para a menina.

      – Porque não entras no carro enquanto eu falo com este senhor, Abby? Não me demoro.

      Depois de apertar o cinto de segurança, voltou-se para Alasdair Drummond, muito séria. Há tempos teria dado qualquer coisa para o ver, mas isso tinha sido há muito tempo.

      – É uma das tuas alunas?

      – Sim, por isso não posso demorar-me muito tempo. Nem sequer posso pedir-te que venhas a minha casa tomar um café.

      – Eu esperava mais do que um café – suspirou ele, olhando-a nos olhos. – Tem piedade de um velho amigo, Kate. Janta comigo esta noite.

      – Desculpa, Alasdair. Tenho muitas coisas para fazer. Amanhã vou a casa dos meus pais e…

      – Eu sei. O teu irmão disse-me.

      – Viste o Adam?

      – Está a arranjar uns móveis para mim.

      E Adam não lhe tinha contado?

      Kate viu então a carita angustiada de Abby pela janela.

      – Desculpa, tenho que me ir embora.

      – Telefono-te mais tarde – disse ele, apertando-lhe a mão. – Adam deu-me o teu número de telefone.

      Kate murmurou uma despedida e entrou no carro, tentando manter a calma.

      – Desculpa, Abby.

      – Não faz mal, menina Dysart.

      Mas tinha-o dito com os olhos cheios de lágrimas.

      – O que foi, querida?

      – Dói muito ter um filho, menina Dysart?

      – Não posso falar por experiência própria, mas os meus sobrinhos chegaram ao mundo sem problemas. Não te preocupes, Abby. Vai tudo correr bem.

      A casa de Kate ficava na periferia da vila. Na província de Herefordshire, Foychurch era um local muito agradável, com pessoas tão acolhedoras que logo se sentiu como se estivesse em sua casa.

      Quando chegaram, abriu a porta e fez um sinal à sua pequena convidada para entrar.

      – Que casa tão bonita, menina Dysart.

      – Está bem para uma pessoa sozinha – assentiu ela, pegando no casaco da menina. – Vou fazer um chá, apetece-te?

      O telefone tocou quando estava na cozinha.

      – Menina Dysart? Sou Jack Spencer, o tio de Abby.

      – Olá, senhor Spencer.

      – Estou no aeroporto e, pelos vistos, o voo está atrasado.

      – Não se preocupe. Abby e eu iamos agora tomar um chá.

      Kate desligou depois de lhe dar a sua direcção.

      – Era o meu tio?

      – Sim. Vai demorar um pouco, porque o avião em que vêm os teus avós atrasou-se.

      – Lamento incomodá-la – desculpou-se a educada menina.

      – Não me incomodas nada.

      – O tio Jack é irmão da minha mãe. Dedica-se à construção.

      Aquela palavra invocou uma imagem de calças de ganga e peito musculoso, que combinava muito bem com a voz que tinha ouvido pelo telefone.

      – Tenho que telefonar à minha mãe. Fica a vigiar a cafeteira, está bem?

      – Está bem.

      Kate subiu para o seu quarto, para explicar à sua mãe porque não chegaria a Stavely à hora prevista.

      – Se vierem buscar Abby muito tarde, não posso levantar-me cedo.

      – Pobre mulher – suspirou Frances Dysart. – Espero que o parto corra bem.

      – Eu também o espero. É verdade, esta não foi a única surpresa do dia, mamã. Não imaginas quem estava à minha espera à porta do colégio. Alasdair Drummond.

      – Ah, sim, Adam disse-me que se tinham encontrado.

      – Sabias? A sério, mamã, podias ter-me dito.

      – Alasdair queria fazer-te uma surpresa.

      – E fez.

      – Vais jantar com ele?

      – Não, tenho outros planos. Abby, lembras-te?

      – E Alasdair ficou desiludido, suponho.

      – Não acho. Desenrascou-se muito bem sem mim durante todos estes anos – replicou Kate.

      – Tenho que dizer-te uma coisa… Adam pediu-lhe para vir ao baptizado.

      – O quê?

      – Querida, o teu irmão pensou que ficarias feliz.

      Kate esboçou um sorriso.

      – Não te preocupes. Não serei muito dura com o novo papá. Como está Gabriel?

      – Muito bem. O seu filho deixa-a dormir de vez em quando…

      – Suponho que Adam muda as fraldas.

      – Sim, sim, está dependente do menino. Bom, querida, liga-me amanhã quando saíres de casa.

      Kate ficou a olhar para o telefone, aborrecida com Adam por ter convidado Alasdair para o baptizado do filho.

      Alasdair tinha sido o seu primeiro amor e, depois de tantos anos, continuava a incomodá-la. Mas negava-se a jantar com ele assim, de repente, quando decidia estalar os dedos. Sempre tinha sido um homem muito seguro de si mesmo e, nesse aspecto, não parecia ter mudado nada.

      Mas ela sim. E depressa se daria conta de que Kate Dysart já não era a estudante apaixonada que tinha sido no passado.

      –

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