Doce rendição. Catherine George
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Não fazia sentido continuar na cama, de modo que tomou um banho, desceu para a cozinha para fazer o pequeno-almoço, limpou um pouco a casa, fez a mala e, depois, saiu para dizer ao senhor Reith, o seu vizinho, que estaria fora durante uma semana.
Mais tarde, depois de comer, alguém bateu à porta.
Era Jack Spencer, de calças de ganga, com um gigantesco ramo de flores silvestres na mão.
– Bom dia, menina Dysart. Isto é para lhe agradecer.
– Ah, que amável – sorriu ela, surpreendida. – Entre, por favor.
– Não a incomodo?
– Nada. Sente-se… quer um café?
Spencer negou com a cabeça, deixando-se cair sobre o assento junto à janela.
– Não tenho tempo, mas obrigado. Vou comprar um presente e depois vamos ao hospital para conhecer o novo herdeiro.
Kate sorriu.
– Suponho que Abby está ansiosa.
– Esta manhã está diferente, menina Dysart.
– Quer dizer que agora pareço uma professora? É porque tenho o cabelo apanhado?
– Sim, suponho que sim. É uma pena esconder esses caracóis tão bonitos… Desculpe, talvez esteja a ser indelicado.
– Já não tenho idade para deixar o cabelo solto.
– Se a senhora o diz… – sorriu ele. – Mas ontem à noite parecia uma rapariguinha.
– Não o sou, mas obrigada, senhor Spencer.
– Chame-me Jack.
– Penso que não seria apropriado.
– Porque é professora de Abby?
Ela assentiu.
– O director do colégio trata por tu toda a gente, mas os professores continuam a chamar senhores aos pais.
– Mas eu não sou um pai. Os tios não contam.
Kate deixou as flores sobre a mesa.
– Por favor, agradeça aos senhores Cartwright pelas flores.
– Na verdade… são minhas, menina Dysart – sorriu ele então. Ao fazê-lo, apareceram umas ruguinhas à volta dos olhos e isso dava-lhe um ar muito simpático.
– Então, obrigada. É muito amável.
– Vim porque queria vê-la outra vez – suspirou Jack Spencer, levantando-se. – Mas tenho que me ir embora.
– Adeus, senhor Spencer.
– A sério que não me quer chamar Jack?
– Não é que não queira…
Kate não terminou a frase. Na rua da sua casa, além do jipe havia um Maserati azul-escuro.
E Alasdair Drummond aproximava-se com uma expressão furiosa.
Não tinha os ombros tão largos como Jack, mas era mais alto. Também trazia umas calças de ganga, mas isso era a única coisa que tinham em comum. Alasdair calçava mocassins de pele, uma polo branca de mangas compridas e um casaco cor-de-rosa que um homem menos másculo não se atreveria a usar.
Mas dessa vez pôde observá-lo de forma mais objectiva. O seu cabelo escuro estava, como sempre, bem cortado, e parecia mais magro. Mas os olhos cinzentos eram tão penetrantes como sempre.
– Adeus, menina Dysart.
– Eh… ah, adeus senhor Spencer.
Os dois homens encontraram-se no caminho, fazendo um gesto de saudação com a cabeça.
– Olá outra vez, Kate.
– Não esperava ver-te hoje. Não me digas que estavas de passagem…
– Não. Pensei que pudéssemos almoçar juntos.
– Desculpa, já almocei.
– Com o tipo que saiu de tua casa?
Kate não se incomodou em responder.
– Já que vieste até aqui, convido-te para um café – disse, olhando para o relógio. – Mas tenho que me ir embora daqui a meia hora.
– Obrigado – murmurou ele, olhando para as flores. – Se tivesse trazido um ramo de rosas, a recepção teria sido mais acolhedora?
– Sou antipática? Desculpa, Alasdair.
– Eu sei que estou a incomodar.
– Não me incomodas nada. Vou fazer café.
– Ajudo-te?
– Não, senta-te. Fazes com que a minha casa pareça pequena.
– E é pequena. Parece uma casa de bonecas – sorriu Alasdair, percorrendo-a com o olhar. – Não cresceste nada desde a última vez que nos vimos.
– Não em estatura, mas sim em maturidade – replicou ela, entrando na cozinha.
Pouco depois, voltou à sala com uma bandeja.
– Tomo-o simples e sem açúcar. Suponho que te recordas, porque o fizeste muitas vezes.
– Tinha-me esquecido – disse Kate.
E era verdade. Tinha tentado esquecer-se de tudo sobre Alasdair Drummond e, pelo menos, conseguira esquecer-se de algumas coisas.
Como a sua anterior visita, sentou-se no assento junto à janela, com as suas longas pernas estendidas para a frente.
– Acendes a lareira todos os dias?
– Não, só aos fins-de-semana.
– O homem que vi sair daqui… é importante, Kate?
– Sim – respondeu ela sem hesitar.
Não era de todo mentira. Jack Spencer era importante… para a sua sobrinha e a sua mãe. E seguramente para várias mulheres. Talvez até para a sua esposa. E Alasdair não ficaria magoado por acreditar que era importante para ela.
– Ah, percebo.
– E tu? Suponho que também haverá alguém importante na tua vida.
Alasdair negou com a cabeça.
– Já não. Vivi com uma rapariga até há pouco tempo, mas acabámos.