Doce rendição. Catherine George

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Doce rendição - Catherine George Sabrina

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Posso ir ao quarto de banho?

      – Sim, claro. A cafeteira já apitou?

      – Há um bocadinho.

      – Muito bem. Enquanto vais ao quarto de banho, eu vou mudar de roupa e depois faremos o jantar. Está bem?

      – Está bem.

      – Não demoro nada.

      Kate correu de novo para o piso de cima. Gostaria muito de tomar um longo banho de espuma, mas… Cinco minutos depois, de calças de ganga e blusa, desceu de novo para a sala. Abby olhou-a, admirada.

      – Menina Dysart, que bonita fica com o cabelo solto.

      – Tirei o puxo, gostas?

      – Tem um cabelo tão bonito…

      – Muito obrigada – sorriu Kate. Na verdade, estava muito orgulhosa do seu comprido cabelo escuro. – Que tal se tomarmos o chá enquanto fazemos o jantar?

      – Muito bem.

      – Gostas de cozinhar?

      – Às vezes ajudo a minha mãe – sorriu a menina.

      – E gostas de massa?

      – Adoro! Posso ralar o queijo?

      – Claro.

      Tim Cartwright telefonou pouco depois para dizer que estava tudo bem, mas o parto demoraria horas. Falou durante um pouco com a sua filha e, quando desligou, Abby deixou escapar um suspiro.

      – O meu pai disse-me para lhe agradecer por me deixar ficar em sua casa.

      – De nada – sorriu Kate, tirando uma colherada da panela. – Prova o molho de tomate, para ver se gostas.

      – Está muito bom. Igual ao da minha mãe.

      – Obrigada, Abby. Temos que o comer todo, porque só tenho queijo e fruta para depois.

      Jantaram na sala, falando sobre o colégio e os professores.

      – Onde vai passar as férias, menina Dysart?

      Kate explicou que iria a Stavely durante uma semana para estar com a sua família.

      – Vou ao baptizado do meu sobrinho. Sou a madrinha, de modo que serei eu a pegar-lhe enquanto o padre lhe deita a água benta.

      – Mas vai chorar.

      – Se isso acontecer, devolvê-lo-ei imediatamente à sua mãe.

      – Como se chama?

      – Henry Thomas, mas chamam-lhe Hal.

      – Já o conheceu?

      – Não, foi por isso que o meu irmão decidiu que o baptizado fosse durante as férias.

      – Menina Dysart, posso perguntar-lhe uma coisa?

      – Sim, claro.

      – A senhora acha que a minha mãe continuará a gostar de mim da mesma forma, quando nascer o meu irmão?

      – Garanto-te que sim, Abby. Eu tenho três irmãs e um irmão e a minha mãe gosta de nós da mesma forma.

      A menina pareceu tranquilizar-se um pouco depois de ouvir aquilo e Kate decidiu que uma dose de televisão era o melhor para esquecer as preocupações.

      Dispuseram-se a ver uma comédia, mas antes que terminasse soou a campainha. Era um homem alto, de ombros largos, cabelo loiro e expressão simpática.

      – Boa noite, é aqui que vive a menina Dysart?

      – Eu sou Katharine Dysart…

      – Tio Jack!

      – Desculpe ter chegado tarde – riu-se ele, tomando a menina nos braços. – Sou Jack Spencer. Falámos pelo telefone.

      – Sim, claro. Entre, por favor.

      – Agradeço-lhe muito por ter ficado com a minha sobrinha.

      – Não foi nada. Estivemos muito bem, não foi, Abby?

      A menina assentiu.

      – Ajudei-a a ralar queijo para o jantar e depois vimos televisão. E o papá telefonou, mas disse que o bebé ainda não nasceu…

      – Está bem, palradora. Depois contas-me. Vamos?

      Enquanto Abby foi ao quarto de banho, Kate aproveitou a oportunidade para falar com Jack Spencer.

      – Pensa que a sua mãe não vai gostar dela quando nascer o bebé. Talvez devesse comentá-lo com a sua irmã… já sabe, para falar com ela.

      – Estes miúdos… – riu-se o homem. – Não se preocupe, assim farei.

      – Obrigada.

      Abby apareceu nesse momento.

      – Obrigada por me ter dado de jantar, menina Dysart.

      – De nada. Foi um prazer. Vemo-nos para a semana que vem no colégio.

      Jack Spencer meteu a sua sobrinha no jipe e apertou o cinto de segurança.

      – Muito obrigado, menina Dysart. Não sei o que faríamos sem a senhora.

      – De nada. Posso pedir-lhe um favor?

      – Claro.

      – Importar-se-ia de me telefonar quando nascer o bebé?

      Jack Spencer sorriu.

      – Não sei se gostaria que a acordassem de madrugada. Será melhor que lhe telefone de manhã… supondo que o bebé tenha nascido.

      – Assim o espero – sorriu Kate.

      – A senhora é muito nova para ser professora, menina Dysart. É o seu primeiro trabalho?

      – Não.

      – Então deve ser mais velha do que parece… Bom, tenho que me ir embora. Obrigado outra vez.

      Kate fechou a porta, pensativa. O tio de Abby não era o que tinha esperado. Imaginava-o mais jovem, mas parecia tão capaz de colocar azulejos e levantar cimento como qualquer um.

      O telefone soou quando se ia deitar.

      – Sim…? Ah! és tu, Alasdair.

      – Desculpa desiludir-te. Parece que estavas à espera de outro telefonema.

      – Não, não estava à espera de outro telefonema.

      – A menina já se foi embora?

      –

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