Resgatada pelo xeque. Кейт Хьюит
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Aziz esboçou um sorriso radiante. Olivia sentiu que o seu corpo reagia de forma involuntária e observou-o não como o patrão nem como uma pessoa atraente, mas como um homem. Um homem desejável.
Reprimiu a surpresa devido a semelhante reação inadequada. Era, evidentemente, uma reação biológica e instintiva que não conseguia controlar. Achava que superara esse tipo de coisas, mas talvez o seu corpo não pensasse o mesmo.
– A que outras possibilidades te referes?
– É importante que ninguém saiba que a Elena desapareceu, porque isso aumentaria ainda mais a instabilidade em Kadar.
– Ainda mais?
– Algumas das tribos do deserto apoiam esse rebelde, o Khalil.
Olivia questionou-se quem seria Khalil.
– Porque o apoiam? Tu és o herdeiro legal.
– Obrigado pelo teu voto de confiança, mas receio que o assunto seja um pouco mais complicado.
Aziz voltou a falar num tom leve, mas ela não se deixou enganar.
– Porque é mais complicado? E o que tenho a ver com tudo isto?
– Como não posso tornar público que a minha noiva desapareceu – disse ele, olhando fixamente para ela –, preciso de outra pessoa.
Olivia sentiu-se como se a agarrassem pelo pescoço e apertassem. Durante uns segundos, não conseguiu respirar.
– Outra pessoa – repetiu.
– Sim, Olivia. Outra pessoa para ser a minha noiva.
– Mas…
– E é aí que intervéns – interrompeu Aziz, com um brilho risonho nos olhos. Observou-o, incrédula e horrorizada. – Preciso que sejas a minha noiva.
Capítulo 2
A governanta competente, pensou Aziz, perturbado, parecia estar prestes a desmaiar. Cambaleava ligeiramente enquanto o observava com os olhos azuis esbugalhados e os lábios carnudos a formar um «O».
Era uma mulher bonita, Aziz pensara nisso muitas vezes, mas de uma beleza serena e contida. Tinha sempre o cabelo castanho apanhado. Tinha os olhos azuis-escuros, os lábios rosados e a pele suave. Não usava maquilhagem, pelo menos, ele nunca a vira maquilhada. Também não precisava, sobretudo, naquele momento, em que corara desde o pescoço até à testa. Ela abanou a cabeça e cerrou os dentes.
– Não sei se entendi, Majestade, mas, seja o que for, é impossível.
– Para começar, lembra-te de que deves chamar-me Aziz.
Um brilho de cólera apareceu nos olhos de Olivia. Aziz alegrou-se por conseguir zangar-se, já que, com frequência, se questionara quanta paixão escondia por trás da sua fachada contida.
Há seis anos que a conhecia, embora só a visse algumas vezes por ano. No entanto, só algumas vezes é que mostrara que tinha sentimentos profundos: Um lenço vermelho e arroxeado que usava um dia; uma gargalhada que ouvira procedente da cozinha; vê-la a tocar piano na sala e a sua expressão ao fazê-lo, como se estivesse a verter a sua alma na peça. Aziz pensara que era uma alma que conhecia a angústia e até a tortura.
Fora-se embora silenciosamente antes de o descobrir, já que sabia que ela se horrorizaria se soubesse que estivera a ouvi-la. Contudo, interrogou-se que segredos escondia por trás da sua fachada.
E, no entanto, fora essa impassibilidade que o induzira a escolher Olivia Ellis para o trabalho. Era inteligente, discreta e muito competente. Era o que precisava.
– Vou dizer-to de outro modo – indicou Aziz, enquanto observava como a indignação fazia com que o peito dela subisse e descesse com força. Usava uma blusa branca, com o cabelo apanhado, como sempre, e umas calças pretas e sapatos rasos. Sabia que tinha vinte e nove anos, mas vestia-se como uma mulher de meia-idade, embora com estilo. A roupa era de boa qualidade e bom corte.
– Diz-me, então. – Olivia dominara a cólera. Aziz voltou a ver a Olivia de sempre, serena e controlada.
– Quero que sejas a minha noiva de forma temporária. A substituta da rainha Elena até a encontrar.
– E para que precisas de uma substituta?
– Porque quero dissipar os rumores que possam correr sobre o seu desaparecimento. Dentro de uma hora vou dar uma conferência de imprensa e devemos aparecer juntos na varanda do palácio.
– E depois?
Aziz hesitou levemente.
– Será só isso.
– Só isso? – Observou-o com os olhos semicerrados. – Se só precisas de uma mulher para que apareça contigo na varanda, com certeza que poderias ter encontrado uma daqui.
– Queria alguém que conhecesse e em quem pudesse confiar. Já te disse que há muitos anos que não vinha a Kadar. Há poucas pessoas em quem possa confiar.
– Nem sequer me pareço com a rainha. Ela tem o cabelo escuro e não temos a mesma altura. Eu sou um pouco mais alta.
– Sabes quanto mede a rainha Elena? – perguntou ele, arqueando as sobrancelhas.
– Sei o que meço. Vi fotografias dela.
– Ninguém vai preocupar-se com uns centímetros a mais ou a menos.
– E o cabelo?
– Podemos pintá-lo.
– Numa hora?
– Se for necessário.
Olhou para ele durante uns segundos e ele percebeu que a tensão crescia no seu interior. Sabia que estava a pedir-lhe algo fora do comum. Também que tinha de a convencer a aceder. Não queria ameaçá-la, mas precisava dela. Não conhecia outra mulher tão competente e discreta. E, nesse momento, a única coisa que o preocupava era obter o seu objetivo: Garantir a coroa do reino que lhe correspondia governar por herança, embora muitos não acreditassem.
– E se me recusar? – perguntou Olivia.
– Porque haverias de o fazer?
– Porque é uma loucura? – replicou, sem humor. – Porque qualquer paparazzi com uma teleobjetiva conseguiria perceber que não sou a Elena e publicá-lo? Acho que nem sequer usando todo o teu encanto conseguirias livrar-te de semelhante desastre.
– Se isso acontecer, eu serei o único responsável. Toda a culpa recairá sobre mim.
– E achas que não serei objeto de falatórios, que todos os aspetos da minha vida não serão dissecados na imprensa sensacionalista? – O rosto de Olivia irritou-se como se semelhante possibilidade lhe causasse dor.
– Se te descobrirem, coisa que não acontecerá, ninguém saberá quem és.