Resgatada pelo xeque. Кейт Хьюит

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Resgatada pelo xeque - Кейт Хьюит Sabrina

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O rapaz que ele, com quatro anos, considerava o seu meio-irmão olhara para ele como se fosse algo peganhento e repugnante colado à sola do seu sapato. Depois, o seu pai levara-o para o quarto de jogos para ficar com o filho que sempre favorecera, o que preferia, mesmo depois de saber que não era sangue do seu sangue.

      Apesar de o ter banido, o pai agarrara-se à lembrança de Khalil e desprezara o filho que tornara herdeiro por necessidade, não por vontade própria.

      Aziz obrigou-se a parar de recordar e virou-se para Olivia.

      – De todos os modos, não deves preocupar-te com nada disto. A única coisa que te peço é que venhas comigo à varanda durante dois minutos. As pessoas vão ver-te de longe e vão ficar satisfeitas.

      – Como podes ter a certeza?

      – Esperam a Elena e verão a Elena. Anunciei que chegou esta tarde.

      – Quando eu cheguei.

      – Exatamente. As pessoas esperam vê-la e já estarão no pátio. Dois minutos, Olivia, é a única coisa que te peço. Depois, poderás voltar para Paris.

      – Durante quanto tempo?

      – A que te referes?

      – Vais mesmo precisar de uma casa em Paris e de uma governanta quando te casares e reinares em Kadar, no caso de encontrares a rainha Elena?

      Observou-a durante uns segundos, perturbado ao perceber que se preocupava com o seu emprego.

      – A minha intenção é manter a casa de Paris – disse, apesar de nem sequer ter pensado nisso. – Enquanto tiver a casa, terás trabalho nela.

      Viu a expressão de alívio do rosto de Olivia.

      – Então, estamos de acordo?

      Ela abanou a cabeça.

      – Não…

      – Faltam quarenta minutos para enfrentar as câmaras e os jornalistas. – Aziz deu um passo para ela com as mãos estendidas em atitude de rogo e o sorriso que tantos corações conquistara, embora não o dela. – És a minha única esperança, Olivia, a minha salvação. Por favor.

      – Não exagere, Majestade.

      – Aziz.

      Observou-o durante uns segundos e ele percebeu, nos seus olhos, o dilema com que se debatia. Depois, ela assentiu levemente.

      – Muito bem – acedeu, em voz baixa. – Vou fazê-lo.

      Capítulo 3

      Numa questão de segundos, Malik voltou à sala e Aziz começou a falar com ele em árabe. Olivia teve a sensação de ter entrado num universo paralelo. Como ia fazer-se passar pela rainha Elena?

      Apesar da sua relutância a aceder ao plano de Aziz, percebeu que lhe dava jeito fazê-lo, já que o seu emprego estava nas mãos dele. E, apesar de Aziz não a ter subornado ou chantageado de forma direta, Olivia entendera a mensagem subjacente: «Faz isto e terás trabalho durante o tempo que quiseres.»

      E o seu trabalho e a sua vida em Paris eram tudo o que desejava e esperava ter.

      Não agira unicamente de forma interesseira, pensou, enquanto seguia Malik pelos corredores do palácio. Entendia o dilema de Aziz e não desejava aumentar a instabilidade do país. Não sabia se fingir ser outra pessoa seria de ajuda, mas, pelo menos, proporcionaria mais tempo a Aziz.

      E era de esperar que ninguém se apercebesse e que, no dia seguinte, estivesse de volta a Paris.

      – Por aqui, menina Ellis.

      Malik abriu a porta de um quarto. Olivia observou o quarto, onde tudo era sumptuoso: Desde a cama com dossel, aos sofás de brocado e ao toucador de madeira de teca.

      – A Mada e a Abra vão ajudá-la a preparar-se – informou Malik, sorrindo. As duas mulheres cumprimentaram-na timidamente. – Receio que o inglês delas não seja muito bom, mas garanto-lhe que está em boas mãos. – Com um assentimento leve de cabeça, deixou Olivia a sós com as duas mulheres.

      Levaram-na para a casa de banho, que era ainda mais luxuosa do que o quarto, com uma banheira de mármore, um duche para duas pessoas e dois lavatórios com torneiras que pareciam de ouro.

      Uma das mulheres disse alguma coisa em árabe e Olivia abanou a cabeça.

      – Lamento, mas não entendo.

      Sorrindo, a mulher indicou a sua roupa e os botões da sua blusa. A outra mulher mostrou-lhe uma embalagem para pintar o cabelo e Olivia entendeu que devia despir-se.

      Ficou em cuecas e sutiã, tremendo de frio. Sentiu vergonha. Tinha uma vida solitária e não recordava a última vez que alguém, exceto o médico, a vira em roupa interior.

      Uma das mulheres pôs-lhe uma toalha aos ombros e a outra preparou a tinta.

      – Como se chama? – perguntou à mulher que lhe pusera a toalha.

      – Mada – respondeu ela, sorrindo.

      – Obrigada, Mada – agradeceu, antes de a conduzir ao lavatório. Fechou os olhos enquanto Mada lhe pintava o cabelo e percebeu que não perguntara se seria temporário. Abra, a outra mulher, cobriu-lhe o cabelo com um gorro de plástico.

      Olivia nem sequer tivera tempo para perguntar a Aziz se aquilo era legal. Fazer-se passar por alguém, sobretudo alguém da realeza, era um crime? E se a detivessem? E se alguém percebesse que não era Elena e vendesse a história à imprensa estrangeira?

      Talvez descobrissem outros segredos. Não suportava a ideia de saberem do seu passado, de as pessoas a julgarem. Já o faziam com muita dureza.

      E o pai, pensou, ver-se-ia desonrado. Depois de ela ter vendido a sua alma, há dez anos, para lhe evitar a vergonha, a ideia de, de todos os modos, acabar humilhado causou-lhe uma satisfação surpreendente e desmedida, seguida do conhecido sentimento de culpa.

      Um aparecimento. Dois minutos. E tudo teria acabado.

      Segundos depois, Mada indicou-lhe que voltasse ao lavatório e inclinasse a cabeça para passar o cabelo por água. Quando acabou, Olivia olhou-se ao espelho e ficou surpreendida. Parecia outra. A pele parecia mais pálida e os olhos, mais afundados, escuros e grandes. O seu cabelo castanho-claro tornara-se preto. Não se parecia com a rainha Elena, mas também não se parecia com ela própria. Talvez, de certa distância, conseguisse passar por ela.

      Mada deu-lhe a mão e levou-a de volta ao quarto, onde lhe tinham deixado a roupa em cima da cama: Um fato cinzento e uma blusa de seda cor de marfim. Olivia vestiu-se depressa. Uns sapatos de salto pretos completavam o traje. Olivia hesitou, já que usava sempre sapatos rasos. Mas olhou para eles e pareceram-lhe um calçado muito sensual, que era uma palavra que não queria ver associada a ela e a Aziz.

      Depois, pentearam-na com um coque e maquilharam-na muito mais do que ela costumava fazer. Sentia-se uma impostora.

      Que era precisamente o que Aziz queria

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