"Casamento de sociedade" Comprometida com um xeque - A Esposa Secreta. Kate Walker
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Jenna forçou um tom de prazer e declarou:
– Noutras alturas não puseste nenhuma objecção.
– Porque convenceste o teu pai de que te deveria deixar viajar! És muito persuasiva, Jenna!
– O que está feito, feito está. O passado é passado – murmurou ela. – Então, Rashid… Diz-me a que é que devo o prazer deste telefonema. Que surpresa!
Rashid franziu o sobrolho. Uma grande surpresa e ainda ficavam várias coisas para explicar.
– E onde está a tua irmã? Ela concorda que esse teu amigo esteja no teu apartamento, numa relação tão íntima contigo que até atende o telefone? – gritou Rashid.
– Oh, não sejas antiquado!
– Eu sou antiquado e ainda não respondeste à minha pergunta. A tua irmã aprova que o teu amigo esteja aí contigo?
– Nadia aprova a minha relação com Brad – declarou Jenna, com certo receio, ao imaginar a expressão do rosto de Brad.
Se Rashid soubesse que a sua irmã estava apaixonada por Brad! E que estavam a morar naquele apartamento como marido e mulher!
– É um bom homem – replicou Jenna, tentado dissimular o tremor da sua voz.
– Era um bom homem – corrigiu Rashid.
– O que é que queres dizer com isso?
– Oh, estou só a afirmar um facto, minha doce Jenna… Simplesmente, que a tua vida em Nova Iorque e Brad serão uma coisa do passado.
– Acho que és tu quem deve dar explicações – declarou Jenna.
– Não adivinhas? – ele lembrou-se com saudades do cabelo castanho dourado e dos olhos cor de âmbar de Jenna, tão diferentes dos olhos das outras mulheres de Quador.
Mas ela devia à sua herança americana por parte da sua mãe algo mais do que o seu aspecto. Perguntou-se como seria a sua vida de mulher independente em Nova Iorque e quantos amigos masculinos teria.
– Chegou o momento, Jenna – declarou ele, suavemente.
O sentido do inevitável começou a bater no seu sangue. Rashid aceitara o seu destino apaixonadamente e aquele destino não era duro para ele.
Jenna não podia acreditar que ele estivesse a referir-se ao que ela suspeitava.
– O momento de quê?
A boca de Rashid torceu-se. Tinham tido pouco contacto nos últimos quatro anos. Alguns encontros formais em companhia dos seus tutores, quando ela fora visitar a sua família. E quando vira o seu cabelo dourado e as curvas quase pecadoras do seu corpo, que a roupa folgada de Quador não conseguira esconder. Rashid quase ficara contente pela presença da sua escolta. Compreendera perfeitamente a necessidade dos seus acompanhantes.
Ela enviara-lhe algumas cartas desde Nova Iorque, nas quais descrevia uma vida que parecia aborrecida com o excesso de trabalho. E, por isso, tinha estado disposto a suportar a sua curta temporada de liberdade. Como esposa dele, esperariam que dedicasse a sua vida a obras de caridade e aquela mudança parecera-lhe uma boa maneira de se habituar.
Jenna era uma mulher inteligente. Tinha sido melhor permitir-lhe uma pequena porção de liberdade do que amarrar completamente as suas asas.
Rashid franziu o sobrolho e replicou:
– Acho que sabes muito bem ao que me refiro, Jenna. Está na altura de voltares para Quador e tornares-te na minha esposa!
A mão de Jenna tremeu.
– Que proposta tão romântica! – ela riu, quase histérica. E viu que Brad abria os olhos incrédulo.
– Se o que procuras em mim é um romance, será melhor que esqueças – declarou ele. A oposição de Jenna começava a excitá-lo.
Ela tentou manter a calma e acrescentou, com desespero:
– Não podes querer que seja a tua esposa, Rashid.
A excitação de Rashid tornou-se em irritação. Um pouco de resistência ficava bem, mas tanta começava a irritá-lo. Ela deveria estar a suspirar de gratidão!
– Os meus desejos não são o mais importante – acrescentou Rashid, com frieza. – O acordo foi feito há muito tempo, como sabes. Mas podes ter a certeza de que eu satisfarei todas as tuas necessidades como minha esposa, Jenna, não duvides.
Ela ouviu o tom profundo e sensual da sua voz e começou a tremer. Sabia bem ao que ele se referia. A sua mestria na cama era bem conhecida.
Mas Jenna duvidava que pudesse dar mais, dar amor. Para ele amar seria um sinal de fraqueza.
– Rashid… não podes falar a sério…
– Achas que te tornas provocante opondo-te… mas deixa-me dizer-te uma coisa, Jenna. Vais ser minha e voltarás para Quador imediatamente, percebeste?
Ela fez um esforço para aceitar o inevitável, sabendo que era uma parvoíce negar-lhe pelo menos a segunda parte da sua ordem. Ela voltaria para Quador e seguir-lhe-ia o jogo. Dentro em breve, Rashid não quereria casar com ela, mas sentir-se-ia satisfeito consigo mesmo por ter tomado aquela decisão.
– Ainda hesitas? – acrescentou Rashid. – Talvez queiras que manda alguém buscar-te…
– Não! – protestou ela. – Reservarei uma passagem no próximo voo.
– Terás um carro à tua espera em Quador para que te leve ao palácio.
E desligou a comunicação.
Capítulo 2
Jenna desligou o telefone.
– Jenna, o que é que aconteceu? – inquiriu Brad.
– Sabes quem era?
Brad anuiu.
– Oh, sim! Nadia contou-me muitas histórias sobre a sua arrogância. Teria de ser surdo para não imaginar que era Rashid. O que é que te disse? Pareces abatida.
– Primeiro vou vestir-me – declarou Jenna, a tremer de frio. – Depois conto-te tudo.
Vestiu rapidamente umas calças de ganga e uma T-shirt. Penteou o cabelo húmido e olhou-se no espelho.
Tinha que actuar rapidamente! Rashid nunca casaria com uma mulher que não achasse atraente!
Voltou para a sala. Brad tinha feito café e ela aceitou uma chávena e sentou-se no sofá.
– Conta-me… – pediu Brad.
Jenna suspirou.