Casamento de confiança. Emma Darcy

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Casamento de confiança - Emma Darcy страница 5

Автор:
Серия:
Издательство:
Casamento de confiança - Emma Darcy Sabrina

Скачать книгу

Tudo na sua hora – interrompeu. Fez um gesto para que ela se sentasse do outro lado da mesa.

      Ela contornou a mesa e dirigiu-se à cadeira que ele lhe indicou, totalmente impressionada e quase hipnotizada. Tony teve que desviar os olhos da mulher para se acomodar na cadeira e organizar a mente para lidar com a situação.

      Depois olhou para a avó, que reassumira o seu lugar. O ar complacente da senhora intrigava-o. Isabella devia ter demorado mais tempo para decidir, devia tê-lo consultado antes de dar o emprego a Hannah. Será que fora tomada por uma decisão impulsiva? A sua avó seria assim tão forte e decidida?

      – Ah, aí vem a Rosita com o chá da tarde – anunciou ela, obviamente feliz por tornar aquela ocasião social.

      Tony desistiu. Hannah, de alguma forma, conquistara a sua avó e ela estava a dar o último selo de aprovação: chá da tarde com Isabella Valeri King na pérgula. Ele teria de lidar com aquilo, gostasse ou não.

      Aceitando o inevitável, ele agarrou no curriculum que continha as particularidades de Hannah e concentrou-se nos negócios. O prazer estava de fora. Independente de quão forte fosse a tentação, era absoluta loucura envolver-se com uma funcionária. Precisava de manter a distância, o problema seria como consegui-lo.

      – Vejo que respondemos ao seu curriculum na Loja Mason, em Cape Tribulation – começou ele, precisando estabelecer um clima sério.

      – Humm…

      Olhou para cima e viu-a a lamber o chantilly dos lábios. O seu estômago contraiu-se imediatamente, atingido por uma onda de desejo tão forte que quase o fez perder o controlo.

      – Tinha ido buscar o meu correio – explicou, quando terminou de comer uma garfada do bolo. – Passei algumas semanas a explorar a Daintree. Que floresta impressionante! Estar lá foi como voltar ao tempo…

      – Sim – disse, ao cortar a voz lírica e perturbadora. Agarrou numa caneta e apontou para o formulário que ela preenchera. – Onde está hospedada em Porto Douglas?

      Hannah respirou fundo.

      – Ainda não encontrei nada. Cheguei de Cape Tribulation esta manhã, para a entrevista. Mas encontrarei algum quarto antes do anoitecer. Reparei que aqui existem muitos alojamentos.

      Tony teve a impressão de que Hannah era um tanto ou quanto aventureira. Que não estava preparada para assumir aquela função.

      – Alojamentos turísticos – apontou ele. – Se pretende ficar durante toda a estação…

      – Com certeza – assegurou Hannah. – Vou procurar um lugar.

      – Onde deixou a bagagem?

      – Pus num cofre na marina. – Inclinou-se para a frente, sorriu, como que num apelo para ser compreendida. – Tudo iria depender desta entrevista.

      Definitivamente uma aventureira, pensou Tony preocupado, ao lutar para não olhar para aqueles olhos.

      – Vai precisar de um apartamento com uma cozinha bem equipada – acrescentou a senhora King com autoridade. – António, até que a menina O’Neill encontre o lugar certo para morar, acho melhor colocá-la num dos apartamentos de hóspedes que o Alessandro tem no Coral King.

      – Um apartamento de hóspedes? – Tony olhou para a avó. Teria enlouquecido? Hannah O’Neill não era da família. Era uma funcionária e não muito boa, do seu ponto de vista. Ela ainda nem fora testada!

      – Tenho a certeza de que deve haver um que ainda não foi usado – respondeu com segurança. – Isso dará a Hannah a oportunidade de estabelecer-se no novo emprego e tempo para procurar uma acomodação adequada.

      Então, agora já era Hannah!

      – É muita generosidade da sua parte, senhora King – disse. Os perigosos olhos verdes olhavam para todas as direcções.

      – Uma solução simples para problemas imediatos – declarou a mulher mais velha.

      – Certo – concordou Tony, sabendo que não tinha saída. Olhou fixamente para Hannah e disse: – Por favor, compreende que vai iniciar apenas o período experimental. As pessoas que pagam uma viagem para o recife no Duquesa têm a promessa de receberem o melhor. Nenhuma falha em qualquer área do serviço a bordo, poderá ser tolerada.

      – Quer dizer… sem segunda oportunidade?

      – Isso depende do tamanho do erro. Qualquer coisa que estrague um dia no barco…

      – Seria terrível! – exclamou. Pareceu apavorada com o pensamento. – Qualquer pequeno problema que eu possa causar, juro que recompensarei a dobrar. Nunca houve nenhum tipo de reclamação sobre mim, Tony.

      Ele podia acreditar naquilo. Provavelmente era capaz de convencer qualquer um a perdoar qualquer coisa. Na verdade, antes que se desse conta, eles provavelmente estariam a ajudá-la no que quer que estivesse metida. Lá estava a avó dele, dando a sua aprovação; e cada vez que ela o chamava pelo nome, o seu coração disparava e tirava-lhe a mente de onde devia estar concentrado.

      – Chris, o cozinheiro que vai substituir, quer sair no fim da semana, por isso, seria bom que começasse amanhã, para aprender tudo o que puder antes da sua saída. É um óptimo chefe de cozinha e lamento muito perdê-lo.

      – Por que é que saiu?

      – Problemas pessoais – suspirou, frustrado. Com um sorriso irónico, acrescentou: – O companheiro dele ambiciona uma casa mais sofisticada em Sidney. O paraíso tem os seus limites.

      – Tenho a certeza de que serei muito feliz aqui.

      O sorriso de Hannah foi tão sincero que o peito de Tony comprimiu-se. Ele forçou-se a olhar para baixo, para os papéis que estavam à sua frente. Pelo curriculum, estava claro que tinha trabalhado em climas tropicais. Broome, Darwin, incluindo seis meses seguidos no King’s Eden em Kimberley. Porto Douglas provavelmente era o paraíso para ela.

      – Então, a que horas devo apresentar-me amanhã na marina? – perguntou, ansiosa.

      – Às oito horas. O Duquesa sai às oito e meia e volta às quatro e trinta. Receberá um uniforme que deve ser usado a bordo, sempre. – O qual deveria cobrir a maioria das curvas que o distraíam. Olhou para o relógio. – Se partirmos agora, posso apresentá-la à tripulação, quando desembarcar esta tarde.

      Ela levantou-se imediatamente.

      A borboleta pulsou na direcção do homem.

      Tony fechou os olhos por um segundo e pôs-se de pé também; virou-se para a avó.

      – Sempre com pressa, António – sussurrou a senhora King. – Não comeste nada.

      – Desculpe-me, nonna. Almocei muito bem – disse, ao inclinar-se para beijar o rosto da avó. – Obrigado mais uma vez por fazer as entrevistas.

      – Talvez Hannah te tente com a sua comida.

      As habilidades culinárias eram muito insignificantes comparadas com a lista de tentações de Hannah O’Neill.

      –

Скачать книгу