A amante do italiano. Diana Hamilton
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Читать онлайн книгу A amante do italiano - Diana Hamilton страница 3
Bianca sentiu a tensão crescer no seu interior. O tom lento e profundo das palavras dele, inundou-a de desejo. A possessiva pressão das mãos dele nos seus ombros, atravessava a seda dourada que lhe cobria os ombros, acentuando a irracional necessidade de se fundir nos braços dele. Desejava acariciar-lhe a nuca, a orgulhosa cabeça, envolver os dedos no seu cabelo de ébano e afogar-se na paixão dos seus beijos.
Bianca afastou-se dele, negando-se a ceder à tentação, pestanejando furiosamente para evitar as lágrimas. O que é que se estava a passar? Passava-se tudo. Aquela relação sem compromissos, nem vínculos, estava a tornar-se algo muito mais profundo e sombrio, pelo menos para ela.
Começava a depender demasiado dele e sentia-se irracionalmente furiosa e ferida quando ele cancelava um encontro. Não conseguia parar de pensar nele quando ia de viagem e ficava obcecada a aguardar os seus telefonemas.
Estava irremediavelmente apaixonada por ele! Era isso que se estava a passar! Mas claro que não o iria confessar!
O acordo deles não falava de nada sobre amor.
Com uma longa e ágil passada, Cesare ficou em frente a ela e o seu cheiro a ervas envolveu-a. As palavras que devia dizer negaram-se a sair da sua boca, porque não conseguia organizá-las.
– Fica – pediu ele com suavidade, – preciso de ti. Se tiveres algum problema com o trabalho ou com o que quer que seja, eu resolvo.
Com uma ligeira pressão, quase imperceptível, ele obrigou Amanda a olhá-lo nos olhos, misteriosos e de cinzento ardósia, rodeados de pestanas escuras. Os pómulos orgulhosos e o distinto nariz, não muito em conformidade com a erotismo selvagem da sua boca, tornavam-no tão atraente que o coração de Bianca estremeceu.
A afirmação de Cesare, de que podia resolver sem esforço os problemas dos simples mortais, provocou em Bianca uma reacção quase histérica, acentuando o nó que tinha na garganta. Não se tratava do seu dinheiro ou posição, mas sim da sua virilidade absoluta, do dinamismo da sua personalidade.
– Não posso – conseguiu responder Bianda. Sentia os lábios secos e os olhos ainda presos no encanto do seu olhar.
– Porquê? Pensei que estava tudo resolvido – acariciou-lhe o queixo com ternura. Inclinando ligeiramente a cabeça.
O prelúdio de um beijo? Não estava disposta a correr esse risco.
Retirou a cabeça, respirando angustiada. Não podia negar que desejava ficar, ele atraía-a como a chama atrai as borboletas, que apesar de sentirem o calor nas antenas, não compreendem o perigo até ser demasiado tarde.
Cravando as unhas na pele suave da sua mala, organizou a frase que, uma vez pronunciada, seria definitiva.
Ele aceitaria as suas palavras com um certo ar de cortesia, porque era demasiado orgulhoso para lhe pedir para reconsiderar e quando falasse tudo estaria terminado, não haveria retorno.
Bianca inspirou para acalmar, endireitou os ombros e humedeceu ligeiramente os lábios, que estavam frios e secos.
– Acabou, Cesare, não quero que nos vejamos mais e é tudo – esta frase concisa, permitia-lhe conservar algum amor próprio, e evitava que terminasse com o coração despedaçado mas precisou de toda a sua determinação para a pronunciar. Foi como se lhe tivessem arrancado as palavras, que caíram como pedras, num ambiente ainda mais carregado.
Agora, a tensão provinha dele. O seu queixo robusto endureceu subtilmente e algo tremeu na profundidade dos seus enigmáticos olhos. Levantou a cabeça, acentuando o seu poderoso metro e noventa e Bianca não conseguiu evitar um ligeiro calafrio.
Cesare cerrou os dentes, tentando deter o violento enjoo que o destroçava por dentro. Precisou de toda a sua força para não a abraçar e beijar até ela retirar as suas palavras.
Não o podia abandonar. Ele não a deixaria fazê-lo!
Respirou profundamente. Fechou os olhos um instante antes de se absorver no rosto dela. Linda, tudo nela tinha um toque exótico: a pele suave, o cabelo sedoso, boca suculenta e enormes olhos cor de âmbar…. e aquele corpo esbelto de curvas perfeitas, que se desenhavam por baixo da seda dourada.
Bianca não conseguia esconder o tremor dos seus lábios, mas nos seus olhos brilhava a determinação. Cesare podia beijar e acariciar os seus ombros, os seus redondos e tentadores seios… acender uma paixão inevitável, mas não havia nada que a fizesse mudar de ideias.
Durante as últimas semanas, teve uma estranha sensação de intranquilidade, pelo rumo que a relação deles estava a tomar. Bianca recusava mudar-se e ir para junto dele, recusava com um olhar ferido os presentes que lhe deveriam proporcionar prazer, não o convidou para ir a casa dela uma só vez, e respondia com evasivas quando lhe fazia perguntas sobre a família, a infância ou sobre os seus planos de futuro.
Conhecia-a tão pouco como no primeiro dia em que a viu ou quando soube, com uma urgência avassaladora, de que a queria ter na sua cama.
Contrariamente ao que as pessoas murmuravam, não tivera tantas amantes como lhe atribuíam, e quando o inevitável momento da separação chegava, tudo se passava sem rancor nem dor para ambos.
– Era o seu mistério que a tornava diferente? Não sabia, apenas sabia que nunca antes se sentira assim, inseguro, indeciso e invadido por um doloroso desejo.
Venceu a tentação de se aproximar dela e de lhe tocar, de evocar a magia que tornaria a fazê-la sua uma vez mais e, enfiando as mãos nos bolsos das estreitas calças pretas, disse num impulso:
– Casa comigo, Bianca.
Capítulo 2
Casar com ele!
Bianca ficara petrificada pela emoção, apenas sentia o frenético bater do coração a golpear-lhe as costelas. O aparecimento de Denton, o mordomo de Cesare, conseguiu despertá-la do seu sonho de uma vida inteira com Cesare, e trazendo-a de volta à dura realidade
– O seu táxi chegou, menina Jay.
Estas cinco palavras com sotaque meridional, bastaram para a desoprimir e fortalecer a sua determinação, conseguindo superar a sensação de inércia. Virou a sua atenção para o rosto familiar e impassível de Denton, forçou um pálido sorriso e uma palavra de agradecimento, e virando-se para Cesare, sem o olhar nos olhos, pronunciou uma única palavra: «adeus».
Saiu da sala com o coração angustiado, deixando para trás o homem que amava apaixonada e irracionalmente. Foi-se embora, ignorando a proposta de casamento, como se nem sequer merecesse a sua consideração, como se fosse o insulto que punha o ponto final.
O taxi avançava lentamente até Hampstead, no meio do tráfego do fim de tarde. Bianca cobriu os olhos com as mãos, tentando acalmar a sensação de ardor. Não ia chorar, não se daria a esse luxo e, pensar na surpreendente proposta de casamento, também não era boa ideia, apenas conseguiria piorar as coisas.
A última coisa que Cesare queria era uma relação estável, tinha-o deixado bem explícito, não?
Então, a que propósito vinha a disparatada proposta?
Tremendo