Unidos pela paixão. Caitlin Crews

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Unidos pela paixão - Caitlin Crews Sabrina

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Isto é uma espécie de quarto de hospital? – perguntou a mulher, cruzando os braços. – Isto foi um retiro de saúde mental de quatro anos longe das tuas responsabilidades? – fixou o olhar azul no dele. – Se sabias que ias fugir assim, porque te incomodaste em casar-te comigo? Porque não fizeste o teu ato de desaparecimento antes do casamento? Suponho que imagines como tive de lutar durante este tempo. O que te fiz para merecer que me deixasses sozinha no meio de toda aquela confusão?

      – Estás a falar comigo como se me conhecesses – disse o Conde, num tom baixo e grave.

      – Não te conheço. Por isso é pior. Se querias castigar alguém com a tua empresa e a tua família terrível, porque me escolheste? Tinha dezanove anos. Não devia surpreender-te saber que tentaram comer-me viva.

      Havia algo agudo dentro dele, como vidro partido, e cortava-o com cada palavra que aquela mulher dizia. Levantou-se.

      – Eu não te escolhi. Não me casei contigo. Não sei quem és, mas eu sou o Conde – assegurou, levando as mãos ao peito.

      – Tu não és um conde – contradisse ela. – A tua família sempre gostou da aristocracia, mas não tem nenhum título.

      A cabeça do Conde dava voltas e doíam-lhe as têmporas. Não havia nenhuma razão para que atravessasse a divisão com os pés descalços para se abater sobre ela, mas a mulher devia ter-se assustado. Se fosse algum dos seus seguidores, ter-se-ia precipitado para os seus pés, suplicando clemência. Mas ela ergueu o queixo e olhou para ele nos olhos como se não percebesse que era bastante mais alto.

      – Se fosse a ti, teria muito cuidado com o modo como falas comigo – avisou.

      – Qual é o sentido desta farsa? – quis saber ela. – Sabes que não acredito. Sei perfeitamente quem és e nenhuma ameaça mudará esse facto.

      – Isto não foi uma ameaça, mas um aviso. E deves saber que a minha gente não tolerará a tua atitude.

      – A tua gente? – A mulher abanou a cabeça como se aquilo não tivesse sentido. – Se te referes à seita que está do outro lado da porta, não acho que penses que são mais do que acessórios de um crime.

      – Eu não cometi nenhum crime – defendeu-se, sem saber porquê.

      Nada na sua memória o preparara para aquilo. As pessoas não discutiam com ele nem lhe faziam acusações. Todos no acampamento o adoravam. Nunca antes estivera na presença de alguém que não o idolatrasse. E era revigorante em certo sentido. Reconhecia o desejo, mas surpreendia-se com a forma que ganhara. Queria afundar as mãos no seu cabelo bem penteado. Queria saborear aquela boca que se atrevia a dizer semelhantes coisas.

      – Segundo parece, desapareceste da cena de um acidente – continuou a mulher, sem indício de medo. – Toda a tua família acha que estás morto. Eu também achava. E, no entanto, aqui estás, bem vivo e vestido de branco. Escondido nas montanhas enquanto a confusão que deixaste para trás se complica mais com cada dia que passa.

      O Conde não pôde evitar aproximar-se dela e agarrar-lhe os braços.

      – Eu sou o Conde – insistiu, com um certo desespero. – O caminho…

      – Eu sou a Susannah Forrester Betancur – interrompeu ela. Em vez de se afastar dos seus braços, aproximou-se mais e pôs-se em bicos dos pés de modo a que a sua cara ficasse muito mais perto da dele. – A tua esposa. Casaste-te comigo há quatro anos e deixaste-me na noite de núpcias. Não és o conde de nada. És o Leonidas Cristiano Betancur, herdeiro da Corporação Betancur. Isso significa que tens tanto dinheiro e és tão poderoso que alguém, certamente, algum membro da tua família, deve ter causado o acidente de avioneta para se livrar de ti.

      A pressão das têmporas tornou-se mais forte. E sentiu uma dor aguda na base do crânio.

      – Já está na hora de voltares para casa, Leonidas – continuou ela.

      Talvez fosse o demónio a apoderar-se dele então. Talvez tivesse sido isso que o levou a puxá-la para ele, como se fosse realmente outra pessoa e estivesse casado com ela como garantia. Talvez tivesse sido por isso que apertou a boca contra a dela, saboreando-a finalmente. Saboreando todas as suas mentiras.

      Mas esse era o problema. Um beijo e recordou tudo. «Tudo.» Quem era, como chegara até ali. Os últimos momentos daquele maldito voo e também a sua noiva linda e jovem que deixara para trás sem pensar porque era assim naquele momento, um homem formidável e concentrado.

      Era Leonidas Betancur, não um maldito conde. E passara quatro anos numa cabana, rodeado de acólitos obcecados com a pureza, o que era uma ironia, pois nunca houvera nada puro nele.

      E beijara a pequena Susannah, a pessoa com quem o tinham casado há anos, um movimento calculado pelos pais repugnantes dela e uma bênção para a sua própria família retorcida, porque ele sempre evitara a inocência. Perdera a dele demasiado cedo às mãos do seu pai brutal.

      Leonidas inclinou a cabeça e puxou-a mais para ele, saboreando-a e possuindo-a, saqueando-lhe a boca como um possesso. Sabia a doçura e a desejo e descontrolou-se rapidamente. Pensou que se devia apenas a ter passado muito tempo. A parte de si próprio que acreditara sinceramente que era quem aqueles loucos achavam que era, a parte que desenvolvera uma consciência que Leonidas nunca tivera, disse-lhe que devia parar.

      Mas não o fez. Beijou-a várias vezes. Beijou-a até toda ela se tornar suave e maleável. Até lhe rodear o pescoço com os braços e se apertar contra o seu corpo como se não conseguisse segurar-se de pé. Beijou-a até começar a emitir pequenos sons guturais.

      Leonidas recordou-a com um vestido branco e rodeada de todas as pessoas que as suas famílias tinham convidado para a cerimónia na fazenda familiar dos Betancur em França. Recordou como tinha os olhos azuis esbugalhados e como parecia jovem, a virgem mártir que a besta do pai lhe entregara antes de morrer. Uma prenda como parte da aliança que beneficiava a família.

      Mais uma prova de que o sangue dos Betancur estava tremendamente podre.

      Mas Leonidas não se importava.

      – Leonidas – sussurrou ela, afastando a boca da dele. – Leonidas, eu…

      Não queria falar. Queria a sua boca, de modo que a beijou novamente. Susannah encontrara-o ali. Devolvera-o à vida. Portanto, apertou-a entre os seus braços sem afastar a boca da dele e levou-a para o quarto que, agora, desejava deixar.

      Contudo, antes, Susannah devia-lhe aquela noite de núpcias. E estava disposto a tê-la, mesmo que fosse com quatro anos de atraso.

      Capítulo 3

      A boca de Leonidas estava na dela e não parecia capaz de recuperar daquele choque doce. Beijava-a várias vezes e a única coisa que Susannah podia fazer era render-se àquela sensação épica. Como se tivesse passado todos aqueles anos a dar tombos na escuridão e o sabor daquele homem fosse finalmente a luz.

      Devia parar. Susannah sabia. Devia recuar e criar certos limites. Exigir que parasse de fingir que não se lembrava dela, para começar. Não acreditava na amnésia. Não conseguia acreditar que alguém como Leonidas, tão audaz, valente e brilhante, pudesse desaparecer.

      No entanto, sempre fora o máximo para ela. Conhecia-o desde criança e, quando os pais lhe tinham dito que ia casar-se com ele, ficara

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