Encontro apaixonado. Carol Marinelli

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Encontro apaixonado - Carol Marinelli Sabrina

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tinha amigos normais e agradáveis, embora nenhum suficientemente íntimo para a felicitar pelo seu aniversário. E, no ano anterior, estivera noiva.

      O único problema que causara aos seus tios fora o fim da relação com Gordon. Os tios não compreendiam porque deixara Gordon, um homem tão decente.

      E o maldito Luka tinha a culpa!

      Embora, é claro, não tivesse contado isso a Gordon.

      Mas era melhor não continuar a pensar nessas coisas, pensou, enquanto vestia a roupa interior, cor de carne. Depois, aproximou-se da janela. Ao ver o céu tão azul, decidiu não usar o fato azul-marinho de linho que preparara na noite anterior.

      Já que Luka não ia ao escritório naquele dia e, portanto, ela não teria de ir a nenhuma reunião, dirigiu-se para o armário.

      Aí estava o vestido que comprara para o casamento de uma amiga que se casara recentemente. O vestido era creme e tinha decote halter. E, como era o seu aniversário, decidiu usá-lo.

      Já que os ombros e as costas ficavam a descoberto, também vestiu uma camisola de lã cor de limão. A saia do vestido chegava até metade da perna, portanto, não se incomodou em usar collants. E, para acabar, calçou umas alpargatas.

      Sim, agora que sabia que ia deixar a Kargas Holdings, começava a relaxar.

      Teve de tirar a camisola de lã ao entrar no metro. Estava muito calor no vagão e, agarrada a uma das barras, viu que as escapadas de Luka no fim de semana tinham conseguido aparecer na primeira página do jornal que um dos passageiros lia.

      Reparou na fotografia que havia por baixo dos títulos. Nela, via-se Luka na coberta do barco, junto de uma beleza morena sofisticada. O peito nu dele jorrava água e, embora os corpos da rapariga e de Luka não se tocassem, era uma fotografia extremamente íntima.

      Cecelia desviou o olhar da fotografia, mas não pôde apagar a imagem de Luka da sua mente.

      Ao entrar no edifício dos escritórios da Kargas Holdings, sorriu para o segurança, dirigiu-se para os elevadores e foi para o quadragésimo andar, propriedade exclusiva de Luka.

      Nesse andar, não só havia escritórios e salas de reuniões, também havia um ginásio e uma piscina, embora ela nunca os tivesse usado. Também contava com uma suíte, tão luxuosa como a de qualquer hotel de cinco estrelas. Quando estava em Londres e ficava a trabalhar até tarde ou tinha de apanhar um voo muito cedo de manhã, Luka costumava dormir na suíte.

      Ainda não eram oito e, aparentemente, chegara antes de Bridgette, a rececionista. Havia algumas pessoas a limpar as janelas e a aspirar, também chegara a florista que se encarregava dos arranjos florais todas as manhãs.

      Cecelia fez um café antes de ir para a sua mesa de trabalho, numa zona ampla com uma porta que dava para o escritório de Luka.

      Pendurou a camisola de lã num cabide e ia sentar-se quando a voz dele a apanhou completamente de surpresa.

      – Esse café é para mim, Cece?

      Cecelia virou-se no momento em que Luka saía do seu escritório. Para além do facto de não estar barbeado, nada indicava que Luka tivesse desfrutado de um fim de semana louco. Usava calças pretas e camisa branca e o cabelo, embora um pouco despenteado, tinha um corte perfeito.

      Mas não devia estar ali.

      – Achava que não vinhas hoje – comentou Cecelia.

      – Porque achavas isso?

      – Porque, ontem à noite, me enviaste uma mensagem para o telemóvel para me dizer que não vinhas.

      – Ah, sim, é verdade. – Luka tirou-lhe o café da mão. – Obrigado.

      – Não tem açúcar – avisou ela, enquanto se sentava atrás da sua secretária. – E, por favor, não me chames Cece. O meu nome é Cecelia.

      – É um costume.

      – É um costume que me tira do sério – insistiu Cecelia.

      «Ainda bem», pensou Luka.

      Gostava de lhe chamar Cece porque gostava de provocar aquela mulher.

      – Como foi o fim de semana? – perguntou ela, educadamente, como se não soubesse de nada.

      – Mais ou menos como o anterior – respondeu ele. E, aproximando-se da secretária dela, apoiou as nádegas ao lado do computador. – Tu nunca te aborreces?

      – Não costuma acontecer – mentiu Cecelia, reconhecendo que, com Gordon, se aborrecera muito.

      Gordon também trabalhara na cidade. Costumavam encontrar-se às quartas-feiras para beber uns copos e às sextas-feiras com os amigos. Os sábados eram reservados, em geral, para os dois. À noite, tinha algum orgasmo suave. Aos domingos, uma refeição aborrecida em algum pub fora de Londres e talvez também um encontro amoroso sem nada a destacar.

      Não fora culpa de Gordon.

      Cecelia inibia-se tanto no sexo como na vida.

      De facto, a culpa era do homem que estava sentado na sua secretária, porque despertara sensações e desejos nela que, indubitavelmente, continuariam a causar-lhe uma frustração profunda.

      – Como não te aborreces de fazer sempre o mesmo? – insistiu ele.

      – Gosto de fazer o de sempre – respondeu ela.

      Era impossível entender aquela mulher, pensou Luka. Não era como as outras. Há muito tempo que parara de a seduzir, pois o desagrado que Cecelia mostrara destruíra a diversão.

      E por muito libertino que ele fosse, só brincava com quem queria brincar.

      – Tens muito bom aspeto hoje – elogiou ele.

      Em instantes, Luka recebeu um gesto arisco por se ter atrevido a fazer um comentário pessoal. Cecelia limitava-se a ter uma relação profissional com ele.

      – Obrigada – agradeceu ela, educadamente.

      – E é um vestido – continuou Luka, decidido a não deixar as coisas como estavam.

      – És muito observador, Luka.

      – Só o digo porque quase nunca te vi com um vestido.

      – Está demasiado calor para um fato.

      – Sim, claro, mas…

      – Luka – interrompeu ela –, se te incomoda que use uma roupa menos formal do que de costume, diz-me e garanto-te que não voltará a acontecer.

      – Não tenho nenhum problema com o vestido.

      – Nesse caso, não há mais nada para dizer…

      – Tens a certeza? – Não tivera a intenção de abordar o assunto, mas o momento apresentara-se.

      – A roupa que uso…

      –

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