Encontro apaixonado. Carol Marinelli

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Encontro apaixonado - Carol Marinelli Sabrina

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Vou passar muito tempo em Xanero. Tu és uma assistente pessoal extraordinária e espero que saibas como te aprecio. – Luka viu-a a engolir em seco e preparou-se para o golpe de graça. – Neste momento tão difícil, seria muito complicado ter de lidar com uma assistente nova.

      – Luka, lamento o que se passa com a tua mãe, mas isso não vai mudar a minha decisão.

      Cecelia era tão fria como o gelo. No entanto… Sentiu a sua tensão e também que esses olhos verdes lindos não se atreviam a encontrar-se com os dele.

      – Podia pedir-te para ficares mais seis meses? Naturalmente, pagaria por…

      – Nem tudo é uma questão de dinheiro, Luka.

      Luka sabia perfeitamente que Cecelia o considerava apenas um playboy rico.

      Cecelia não sabia nada sobre os começos da sua vida e ele não ia dar-lhe explicações.

      Ninguém conhecia a verdade.

      Até os seus pais pareciam acreditar na mentira que ele urdira, que o complexo turístico da ilha de Xanero com o seu restaurante famoso fora o começo da sua vida profissional.

      Não era assim.

      O sexo fora o seu começo.

      Turistas ricas em busca de aventuras tinham-no ajudado a sair do limite da pobreza e a desfrutar do seu estilo de vida atual.

      A versão mais estéril era que o primeiro restaurante Kargas lhe servira de trampolim na vida.

      Mentira, tudo mentira.

      Mas não tinha motivos para contar isso a Cecelia.

      Luka não tinha de dar explicações à assistente pessoal.

      – E se te oferecesse mais férias?

      – Já aceitei um emprego.

      Ao ver que apelar à sua compreensão não funcionara, Luka tornou-se mais hostil.

      – Que emprego?

      – Não tenho obrigação de responder a essa pergunta.

      – De facto, Cece…

      – E não me chames Cece! – exclamou ela. – Luka, por um lado, dizes que aprecias muito o meu trabalho, no entanto, por outro, nem sequer te incomodas em chamar-me pelo meu nome.

      Finalmente, fizera com que ela explodisse.

      – Vais-te embora porque não te chamo pelo teu nome?

      – Não.

      – Então, porquê?

      – Não tenho obrigação de responder a isso.

      – De facto, Ce-ce-lia, se lesses bem o teu contrato, perceberias que não podes trabalhar na empresa de nenhum dos meus adversários e não podes…

      – Para, Luka – pediu ela. – Tenho todo o direito do mundo de sair desta empresa.

      Era verdade.

      – É claro. – Mas não gostava que o fizesse.

      – Segundo o meu contrato, tenho de continuar a trabalhar durante mais um mês. Nesse tempo, naturalmente, começarei a procurar uma substituta. A menos, é claro, que tenhas alguém em mente.

      – Vou deixá-lo nas tuas mãos.

      – Muito bem.

      Luka, com um gesto da mão, indicou que podia ir-se embora. Cecelia saiu do escritório, mas não se dirigiu para a secretária.

      Uma vez na casa de banho, apoiou-se numa das paredes de mármore.

      Fizera-o.

      Talvez fosse a pior decisão que tomara na sua vida profissional, mas depressa recuperaria o bem-estar mental e emocional.

      Durante o trajeto para o trabalho no metro, pararia de sonhar com ser a mulher deitada por baixo do corpo relaxado e bonito de Luka…

      Finalmente, deixaria de sentir cãibras na barriga cada vez que sorria.

      Reinaria a ordem sobre o caos que se apoderara do seu coração.

      Embora ainda não.

      Era verdadeiramente um dia terrível.

      Cecelia assinou a entrega do ramo de flores que tinham enviado a Luka e, estupidamente, leu o cartão.

      A oferta de Katia era extremamente explícita.

      Cecelia pôs o cartão no envelope e levou as flores para o escritório de Luka.

      – Isto é para ti.

      – De quem?

      – Não sei.

      Luka tirou o cartão do envelope, leu-o e atirou-o para o lixo.

      – Fica com elas, se quiseres – ofereceu, apontando para as flores.

      – Não, obrigada.

      – Então, deixa-as num sítio onde não as veja.

      Para evitar a tentação, quis perguntar ela.

      Mas, é claro, não perguntou.

      Então, a rececionista do vestíbulo cometeu um erro e passou uma chamada a Luka, mas, por sorte, Cecelia estava no escritório de Luka e atendeu o telefone.

      – Um momento, vou ver se está disponível… – Uma mulher, supostamente Katia, soluçou.

      – Lamento muito, o senhor Kargas não recebe chamadas que não foram programadas – desculpou-se Cecelia, num tom profissional.

      Luka nem sequer desviou os olhos do ecrã do computador.

      – A que horas sais do trabalho hoje? – perguntou ele, quando Cecelia desligou.

      – Não sei – respondeu Cecelia, surpreendida com a pergunta, Luka nunca se interessava por essas coisas. – Porquê?

      – Quero que adies a reunião com o García para que coincida com o fim do dia de trabalho.

      – Verei o que posso fazer.

      – E organiza o meu voo para Xanero para amanhã. Ficarei lá algumas semanas.

      – Algumas semanas? – Era a primeira vez que Luka ia ausentar-se durante tanto tempo. Para Luka, viajar era algo tão habitual como apanhar o metro.

      – Já te disse, a minha mãe está doente – replicou Luka, com aspereza.

      Depois de organizar o seu voo, Luka ligou a Sophie Kargas para lhe dizer que o único filho que tinha estaria lá no dia seguinte.

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