Recordações de um amor - Uma amante temporária. Emma Darcy
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– Sim, claro. Porquê?
– Alguma vez estiveste em Vancouver? Foi lá que nos conhecemos?
– Estive em Vancouver, mas não nos conhecemos lá.
– Então onde foi?
Dario hesitou. Menos de dez minutos na sua companhia e já estava de novo a atravessar um campo de minas.
– Tu estavas de férias em Itália.
– Sozinha?
– Não, com uma amiga.
– Em que zona da Itália?
– Em Portofino.
– Tu também estavas de férias?
– Poderia dizer-se que sim. Tenho um iate em Portofino e ia lá com frequência com os meus amigos.
– Antes de te casares comigo?
– Claro.
– E conhecemo-nos no teu iate? O que estava eu a fazer ali?
– Não, conhecemo-nos no casino – Dario sorriu ao ver a sua cara de surpresa. – Na mesa da roleta.
– O quê? Mas eu nunca gostei de jogar.
Também não gostava naquela noite, pensou Dario. Por isso pudera afastá-la da mesa e convidá-la para tomar um copo de champanhe. Nessa altura ele era um mulherengo e parecera-lhe divertido passar a noite com uma rapariga tão bonita. O que não esperara era ficar preso a ela para o resto da vida.
Capítulo 5
Ela chamara imediatamente a atenção dele. Com um leve vestido preto e um discreto colar de pérolas, aquela loira movia-se com a elegância e a dignidade de uma duquesa. Mas o que capturara o seu interesse não fora o seu estilo, mas a indiferença que viu nos seus olhos azuis quando o descobriu a olhar para ela.
Dario não estava habituado a ser ignorado pelo sexo oposto, especialmente no seu território.
A mulher que estava com ela, com um vestido muito chamativo, parecia a típica turista norte-americana, demasiado produzida e que chamava demasiado a atenção.
– Guarda-me o lugar, Maeve – pediu-lhe, reunindo as suas fichas. – Vou à casa de banho retocar a maquilhagem.
– É verdade que as mulheres vão mesmo retocar a maquilhagem? – perguntou Dario, sentando-se no lugar que ficara vago.
– Desculpe? – perguntara-lhe a duquesa.
– É mesmo verdade que as mulheres vão mesmo retocar a maquilhagem?
– Não faço ideia – respondeu ela. – E esse lugar está ocupado.
– Pela sua amiga, eu sei. Eu guardo-o até ela voltar – sorriu Dario. – Não vai apostar?
– Não, estou aqui para fazer companhia a Pamela e não tenho fichas.
Dario empurrou uma pilha de fichas na direcção dela.
– Agora já tem.
– Não posso aceitar. Nem sequer o conheço…
Divertido, e picado pela sua sinceridade, ele apresentou-se:
– Sou Dario Costanzo, um nome absolutamente respeitável, como poderá constatar.
A jovem ficou corada.
– Não queria ofendê-lo.
– Eu sei.
– Mas não posso aceitar o seu dinheiro.
– Não é dinheiro, são fichas.
– Mas não penso apostar porque não faço sequer ideia de como se joga a isto.
– Eu posso ensinar-lhe.
– Não, obrigada.
– Não se está a divertir muito, pois não?
– Não – admitiu ela. – Não estaria aqui se não fosse por causa da minha amiga. Eu não gosto de casinos.
– E de que lugares gosta?
– Lugares menos barulhentos e com menos gente.
– Então venha comigo, conheço o lugar perfeito.
A resposta a tal convite foi um olhar que teria deixado petrificado qualquer homem menos decidido.
– Não, obrigada.
– Continua a pensar que sou o estrangulador de Portofino?
Ela cerrou os lábios, mas não pôde disfarçar um sorriso.
– Tinha-me ocorrido, sim.
– Então permita-me que corrija o seu erro – Dario chamou o gerente do casino, um homem de cabelo branco e aspecto respeitável que o conhecia desde sempre. – Frederico, importas-te de dizer a esta jovenzinha que sou uma pessoa decente? Parece que não confia em mim.
Frederico encolheu os ombros.
– O signor Costanzo é um dos nossos melhores clientes, signora. Garanto-lhe que está em perfeita companhia.
– E então? – Dario sorriu enquanto o gerente se afastava. – Isto fez com que mude de opinião?
– Admito que me sentiria tentada se não fosse por Pamela. Não posso deixar a minha amiga sozinha.
Mas Pamela, com Dario imaginava, já tinha encontrado diversão com um homem que poderia ser seu pai e aproximou-se da mesa para se despedir.
– Vemo-nos mais tarde… ou amanhã, não tenho a certeza.
– Muito bem – murmurou a duquesa.
Dario sorriu.
– Podemos ir dar um passeio agora?
– É uma boa ideia. Aqui dentro não consigo respirar.
Embora o seu objectivo fosse levá-la para o iate, primeiro levou-a a um restaurante situado na piazzetta. O empregado, que o conhecia bem, acompanhou-os até uma mesa no pátio.
– Melhor, agora? – perguntou.
– Muito melhor – ela suspirou, tirando as sandálias de salto alto.
Encantado, Dario tirara a gravata e desabotoara o primeiro botão da sua camisa antes de pedir uma garrafa de champanhe.