Apenas negócios? - O segredo de alex. Maureen Child
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– Ah, sim? – a morena cravou nela os seus olhos azuis. – O meu pai é o presidente da empresa Parker.
O que era aquilo, uma batalha entre herdeiras? Além do mais, Nathan tinha-a apresentado como se fosse a filha de um sócio em vez de… quê? A sua amante, a sua namorada? O que era ela?
Emma fez um esforço para sorrir.
– Muito prazer em conhecer-te, Gabrielle – disse, olhando para Nathan enquanto abria a porta do escritório. – No café Carlhey’s às dez. Leva os meus brincos, por favor.
Com a sensação de que algo acabava de correr muito mal, Nathan foi ao corredor, ao ver Emma praticamente a correr para o elevador, teve de conter o desejo de ir atrás dela. Irritado, voltou a entrar no seu escritório para encontrar Gabrielle sentada, mostrando as suas fabulosas pernas.
– Vamos comer ou não? Estou morta de fome.
– Vai ver se o Max está livre.
– Não quero almoçar com o Max, quero almoçar contigo.
E isso significava que tinham discutido outra vez. Gabrielle e Max tinham uma relação que Nathan não entendia. Havia muitas mulheres em Houston, porque é que o seu meio-irmão aguentava as contínuas exigências e o mau génio de Gabrielle?
Só queria almoçar com ele porque achava que isso ia incomodar o Max, mas não era verdade.
– Não tenho tempo, lamento.
Chateado, Nathan sentou-se à secretária e levantou o telefone para dissimular.
– Max, a Gabrielle quer almoçar contigo.
Ela levantou-se de um salto.
– Disse que não…
– Ótimo – Nathan desligou o telefone. – Vem cá.
Esperava que fosse a última vez que Gabrielle o incomodava no escritório porque não estava nada interessado.
Na manhã seguinte, no escritório de Sebastian houve uma discussão muito acesa.
– Vi os números de Smythe e a mim parece-me um acordo muito sólido – estava a dizer o seu meio-irmão. – E isso significa que podemos esquecer a companhia petrolífera Montgomery.
Nathan bateu no caderno com a sua caneta de ouro, tentando acalmar-se.
– Telefonei a um colega de Chicago que se dedica a investimentos bancários e ele tem informação confidencial sobre Smythe… não vai vender.
– E supõe-se que devemos acreditar no teu colega? – replicou Max.
Nathan encolheu os ombros.
– A questão é que, se Smythe vendesse, não teríamos a mesma margem de lucro do que com a petrolífera Montgomery. E se vocês deixassem de agir como duas velhas, talvez entendessem o valor do risco.
– Não nos dês lições – replicou Max. – Não passas de um recém-chegado que não estaria aqui se não fosse porque…
Sebastian interrompeu-o com um gesto. Max sempre tinha sido muito direto. Ele, por outro lado, era mais calado e mais ofensivo.
– Tenho a certeza que o Nathan entende qual é a sua posição na empresa.
Sim, ele entendia muito bem a sua posição: era o estranho. Era indiferente que tivessem o mesmo apelido. A sua mãe tinha sido a amante de Brandon Case e tanto Sebastian como Max odiavam ter de partilhar o seu pai com ele. Além da empresa familiar, claro.
– Não deixem de lado o possível acordo com Montgomery – insistiu Nathan. – Disse-vos que tenho de solucionar umas quantas coisas antes de o assinar, deem-me mais umas semanas.
– Esquece – disse Max. – Tentaste e não saiu bem. Fim do assunto.
– Não sejas idiota. Tu viste os números e sabes quanto poderíamos ganhar – Nathan inclinou-se para a frente. – Sei que estás chateado porque o nosso pai não te consultou sobre a minha vinda para a empresa, tal como sei que queres que me vá embora. Mas isso não vai acontecer, portanto podes deixar de fazer esses joguinhos.
– Que joguinhos? – exclamou Sebastian.
– Desde que éramos crianças que vocês decidiram unir-se contra mim. E eu entendo, eu era o filho ilegítimo, a prova de que nosso pai tinha enganado a vossa mãe. Mas a minha mãe já morreu há vinte anos. Não acham que já vai sendo hora de esquecer tudo?
Os dois irmãos olharam-se, surpreendidos pela sua veemência. Nathan odiava que o deixassem de fora continuamente e isso renovava a sua determinação de ficar com o controlo da empresa.
– O que sabemos dessa tecnologia em que queres investir? – murmurou Max. – Nós não sabemos nada sobre tecnologia de ponta.
– Eu sim.
– Desculpa, mas não acredito em ti.
Sebastian silenciou o seu irmão mais novo com um gesto.
– Até falarmos com Smythe, tínhamos decidido dar-lhe a oportunidade de negociar com Montgomery sobre essa possível joint venture. O Silas ainda não tomou uma decisão e acho que deveríamos dar-lhe até meados de fevereiro.
– E eu acho que é melhor deixar esse tipo de investimentos para os peritos – replicou Max, sarcástico.
Nathan conteve o desejo de replicar como gostaria. Ele não tinha um mestrado em Gestão de Empresas nem as credenciais que tinham os seus meios-irmãos, mas ganhara muito dinheiro graças à sua habilidade para investigar companhias novas e descobrir o seu potencial.
– Porque é que não falam entre vocês? – sugeriu, levantando-se. – Eu tenho um encontro agora mesmo. Mais tarde contam-me o que decidiram.
Nathan agarrou no seu casaco e saiu do escritório. O café Carlhey’s ficava a três quarteirões dali e deixou que o frio acalmasse a sua fúria. Pela primeira vez em meses, talvez em anos, tinha um projeto no qual podia ferrar o dente e não o abandonaria por causa da timidez dos seus meios-irmãos, nem pela falta de imaginação.
Não estava de bom humor quando entrou no café, mas o seu pulso acelerou-se ao pensar que ia ver Emma. Um tempo depois, quando a empregada lhe perguntou se queria outro café, Nathan olhou para o relógio. Onde se teria metido? Eram dez e meia.
Chateado, tirou uma nota e deixou-a sobre a mesa, pôs o casaco e saiu.
Cody tinha-lhe dado a sua morada umas semanas antes porque, depois da festa de Clark, tinha pensado enviar-lhe flores, balões, algo tolo e romântico. E esse impulso perturbava-o porque ele não era dado a gestos românticos. Afinal não tinha feito nada e, depois ao ver que Emma não lhe devolvia as chamadas, alegrava-se por não o ter feito.
Nathan dirigiu-se ao seu loft e entrou sem ter que tocar à campainha graças a uma