Conquista Da Meia-Noite. Arial Burnz

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Conquista Da Meia-Noite - Arial Burnz

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de empolgação e apreensão que a invadiu. Quantas vezes o marido a fez se sentir da mesma maneira? Quantas vezes ele a silenciou com uma mão pesada? Ver Ian sujeito a outra autoridade a fez querer pular de alegria. No entanto, seus membros tremiam ante a ideia de Ian descobri-la testemunhando este momento e vangloriar-se, em privado, ao discipliná-la. Ela lutou para permanecer em uma audiência silenciosa.

      A testa de Parlan se enrugou, pensativa, enquanto estudava Ian e Munro. Quando Munro pareceu satisfeito com o silêncio do filho, ele voltou-se para Parlan.

      — Temo que você esteja certo, Parlan. Eu esperava que ele restringisse os próprios gastos e gostaria de poder dizer para onde o dinheiro está indo… — ele olhou para o filho. — Contudo, concordo com o curso de ação sugerido.

      — Pai, eu tentei! — Ian contestou. — Não provei ser um marido melhor?

      Munro deu um passo à frente e deu um tapa no rapaz, fazendo com que a cabeça de Ian tombasse para o lado, espirrando sangue no chão de pedra. Uma medida de culpa pulsou na consciência de Davina por gostar da situação do marido. Ao mesmo tempo, ela ponderou o significado por trás de “um marido melhor”. Em verdade, Ian tornara-se ainda mais brutal nos últimos quatro anos e pouco. Ele acreditava que disciplinar a esposa com mais severidade era o que o tornava um bom marido? Munro ergueu o punho, e Ian se preparou para outro golpe.

      — Chega! — Parlan gritou. — Agora posso ver onde seu filho aprendeu técnicas de disciplina.

      Munro se ergueu, esticando o peito em desafio.

      — Disciplina severa é a única maneira de ele entender, Parlan. Confie em mim.

      — Talvez, pois não conheço seu filho o suficiente, mas conheço Davina, e essa forma de punição não é necessária com ela. Embora possa ser bastante dramática, ela é uma mulher razoável e uma conversa basta. Sei que um homem tem o direito de fazer o que quiser com a esposa, e algumas mulheres precisam ser disciplinadas com um elemento de força, mas minha filha não.

      Davina lutou para continuar a enxergar através das lágrimas que inundavam seus olhos ante a defesa do pai. Ela não sabia que seu pai sabia. O orgulho e um alívio maior em seu peito decerto a fariam explodir!

      — Firmamos esse contrato de casamento para benefícios mútuos. — continuou Parlan. — Como sou primo de segundo grau do Rei James, você conseguiu conexões valiosas. Os Russell têm riqueza para investimentos e oportunidades de negócios para mim e meu filho, Kehr. — ele deu um passo em direção a Munro, ameaça em seus olhos e a voz quase em um sussurro, e Davina se esforçou para ouvi-lo. — No entanto, não aceitei brutalidade com a minha filha como parte da troca.

      Munro voltou a olhar para o filho.

      — Mais uma vez, Parlan, devo implorar que perdoe meu filho. — ele se virou para o pai dela, mais arrependido. — E imploro que me perdoe por tudo o que eu possa ter feito para contribuir para o zelo excessivo de meu filho como marido.

      Um arrepio percorreu Davina.

      Embora Munro possa ter soado sincero, e a expressão de aceitação no rosto de seu pai indicava que ele acreditava no homem, o mesmo tom de humildade fingida vinha de Ian com frequência. No entanto, essa humildade sempre se provou ser um baile de máscaras elaborado. Até mesmo as palavras indicavam que ele não se considerava culpado de nada: “O que quer eu tenha feito…” Nos quatorze meses que Davina e Ian estiveram casados, ela notou esses sinais velados destinados a atrair simpatia e rendição, mas que, na verdade, indicavam a verdade por trás da fachada.

      Munro voltou os olhos penetrantes para Ian enquanto falava.

      — Para mostrar meus esforços em consertar a situação, Parlan, eu farei como sugere e fecharei meus cofres para meu filho.

      Um sabor sutil de satisfação presunçosa tocou as feições de Munro enquanto ele mantinha esta posição de poder quanto ao filho. Davina reconheceu com facilidade o corpo de Ian tremendo de raiva oculta, os punhos cerrados atrás das costas. Um terror agourento fluiu através dela, como a água gelada de uma corrente de inverno levando-a para baixo em sua escuridão tenebrosa. Ela com certeza seria o alvo da frustração dele, assim que estivessem sozinhos e voltassem para mansão fria somente deles.

      Mantenha essa imagem de força, Davina entoou para si, como já fizera inúmeras vezes antes, sendo a voz e o rosto de Broderick essa força. Sempre que a tristeza ou o desespero ameaçavam consumi-la e deixá-la louca, ela se concentrava naqueles cabelos ruivos e flamejantes, em seu peito largo e nos braços fortes, envolvendo-a em um casulo de segurança, os lábios cheios pressionando um beijo reconfortante na testa dela. Broderick nunca a trataria como Ian, e ela encontrou refúgio na fantasia de ser a esposa do cigano. Naquele mundo, naquele reino de fantasia, Ian não poderia tocá-la, quebrar seu espírito, nem destruir seu orgulho.

      Girando nos calcanhares, Munro encarou Parlan mais uma vez e deu um breve aceno de cabeça que chamou a atenção de Davina.

      — Um conselho muito sábio, de fato, e estou envergonhado de não ter pensado nisso.

      — Responsabilidade envolve mais do que a gestão das finanças, Ian. — Parlan estava diante do genro, olhando carrancudo para o topo da cabeça baixa do rapaz. — Davina é de bom coração, tem uma alma amorosa…

      — Mais um motivo para eu estar muito feliz com a união. — interrompeu Munro, ficando ao lado de Ian. — Ela é a doce mão que vai acalmar a besta que vive dentro de meu filho. Tenho certeza de que você viu sabedoria nisso, por isso concordou com a união. Davina terá sucesso em tornar meu filho um marido e pai amoroso.

      O rosto de Parlan ficou sombrio, e se aproximou dos dois homens. Estudando-os, seus olhos pousaram em Ian, que encontrou seu olhar.

      — É difícil se tornar pai, Ian, quando se espanca aquela que vai carregar seus filhos.

      Davina usou a manga do vestido para segurar as lágrimas de alegria. A solidão havia sido sua única companhia sob as mãos brutais do marido, e o filho que ela perdeu foi uma dor mais triste do que ela poderia suportar. Ela não fazia ideia de que o pai sabia do que ela sofrera. Ian a ameaçava repetidas vezes, dizendo que só cumpria o dever de um marido disciplinando uma esposa indisciplinada, que se ela dissesse algo a alguém acerca da constante correção merecida, ela se arrependeria. Depois que lutar contra ele provou trazer mais de seu lado dominante à tona, ela começou a acreditar ser a culpada, e que sim, ela mesma atraía a ira dele para cima dela. Afinal, muitas de suas primas falaram sobre a disciplina que todas as mulheres devem suportar nas mãos dos maridos, até mesmo os métodos cruéis que alguns escolhiam para levá-las para a cama. Por que sua situação deveria ser diferente?

      Os humores inconsistentes de Ian a deixavam cautelosa o tempo todo. Em um momento ele demonstrava atenção amorosa, sussurrava promessas; e, no seguinte, a culpava por qualquer razão que o fizesse perder o bom humor. A mente dela girava com a torrente de várias acusações e razões para as mudanças de humor dele. Às vezes, Davina mal conseguia distinguir altos e baixos, e todas as racionalizações eram insuficientes para o caos de suas circunstâncias. Ao ver seu pai vir em sua defesa e saber que ele enxergava a verdade, ela agarrou-se à parede para firmar as pernas, dobrando-se de puro alívio.

      Ela não estava louca! Não era culpada!

      — Segure seu dinheiro, então, Munro, até que Ian possa provar ser mais gentil com Davina, ela voltará para minha casa, e aqui o cortejo recomeçará.

      Ian virou a cabeça

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