Conquista Da Meia-Noite. Arial Burnz

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Conquista Da Meia-Noite - Arial Burnz

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pediu a Davina, com gentileza, que se sentasse e, antes de sentar-se em seu banquinho, entregou a Davina dois copos de barro. Davina colocou o presente do irmão no colo para liberar as mãos. Amice estendeu a mão para trás e pegou uma pequena cesta. Polvilhando algumas folhas de chá nas xícaras, ela colocou a cesta de lado. Do toco cortado entre elas, que servia de mesa improvisada, Amice pegou um pano pesado para agarrar uma chaleira que estava sobre o fogo. Ela sorriu e despejou água quente nas duas xícaras de chá, enchendo uma apenas pela metade, que pegou para si, e deixando a cheia para Davina. O frio do ar noturno formigou nas bochechas de Davina, e ela segurou a xícara aquecida entre as mãos, soprando o líquido âmbar.

      Um rangido soou atrás, e ela se virou para ver uma jovem com cabelos dourados e emaranhados espiando pela porta da carroça cigana. A garota parecia apenas alguns anos mais nova do que os treze de Davina. Davina sorriu e deu um aceno tímido. A garota franziu a testa, mostrou a língua e voltou para dentro. Boquiaberta com o comportamento rude da menina, Davina se virou e fez uma careta para o chá.

      Mais da metade de sua xícara já havia sido tomada quando ela notou que Amice não tomara nada ainda, e recolocara a xícara no toco. Antes que Davina pudesse perguntar, Rosselyn saiu da tenda, esfregando a palma da mão e sorrindo.

      — Fascinante, milady!

      — Minha nossa! Foi rápido! — Davina lançou um olhar de pesar para Amice.

      Amice acenou para Rosselyn.

      — Venha, preparei uma xícara de chá para você. — inclinando-se, ela pegou a chaleira e encheu a xícara no toco. Com as folhas já maceradas, a água tornou-se uma xícara de chá bem quente.

      Que inteligente! Davina pensou.

      Enquanto Rosselyn e Amice se apresentavam, Davina deu um último gole no chá, com cuidado para não engolir as folhas soltas, e entregou a xícara a Amice para entrar na tenda. O aroma pungente de incenso flutuou pelo ar, e ela suspirou pelo aroma exótico. A iluminação fraca criara uma atmosfera relaxante. A luz externa lançada pelo fogo formava sombras nas paredes de tecido, criando um ambiente de sonho. Uma mesa estava localizada na outra extremidade com uma banqueta posicionada diante dela. Lâmpadas a óleo em suportes de ferro iluminavam uma cesta em um canto da mesa, e detrás dela não estava sentada outra velha ou cigana enfeitada como Davina esperava, mas o maior homem que ela já havia visto. E tão lindo! Seu coração inexperiente bateu forte dentro de sua figura esganiçada quando o olhar penetrante dele encontrou o dela.

      Este gigante fazia todo o ambiente parecer pequeno. Seu peito e braços pareciam dominar o tecido de linho da camisa dele. Uma pequena abertura no colarinho revelava uma massa de pelos ruivos cacheados, tão flamejantes quanto os fios em sua cabeça, impressionante à luz da lamparina. Rubor súbito aqueceu o rosto de Davina ante a mistura de emoções desconhecidas que a percorria com a simples visão dele, e ela estendeu a mão para a aba da tenda, pensando em fugir daquele homem encantador.

      — Por favor, moça. — ele disse, a voz profunda e suave, como creme, ele se inclinou, apoiando um cotovelo na mesa e estendeu a outra na direção dela, a mesa rangeu em protesto. — Deixe-me ler sua palma.

      Atraída pela voz sedosa e aqueles olhos semicerrados, Davina soltou a aba e sentou-se diante dele.

      — Meu nome é Davina. — ela comentou, tentando adiar o contato.

      — Uma honra conhecê-la, senhora. Meu nome é Broderick. — ele sorriu, e as entranhas de Davina derreteram como neve na primavera.

      — Broderick… — ela sussurrou, saboreando o nome.

      Limpando a garganta, ela reuniu suas forças, colocou o presente de Kehr na mesa e estendeu a mão.

      — Não há nada a temer, moça. — ele a assegurou, e quando ele tocou sua mão, a ansiedade desapareceu.

      Broderick fechou os olhos, deixando a cabeça cair um pouco para trás, o nariz aquilino sombreando uma bochecha cinzelada. Davina se inclinou em direção a ele, atraída por seus traços bonitos e a força que emanava de seu corpo. Ela não pôde deixar de compará-lo a seu irmão Kehr. Nenhum homem que ela já viu conseguia desbancar a visão que seu irmão representava: bonito, espirituoso, charmoso, engraçado, grande em estatura e caráter. No entanto, este gigante cigano era algo para se ver. Ele abriu um breve sorriso, e uma covinha atraente apareceu logo à esquerda de sua boca, induzindo-a a sorrir.

      — Tem uma vida feliz, moça. Uma família cheia de amor e carinho. Um lugar especial em seu coração para… Kehr.

      Davina arfou.

      Como ele sabia o nome do irmão? Ela torceu os lábios.

      — Rosselyn contou de meu irmão.

      Ele abriu os olhos e sorriu.

      — Bem, eu também vi o rapaz na vida dela, mas o que eu disse do seu irmão, aprendi com você. Não acredita em vidência?

      Davina pigarreou.

      — Não disse nada para me convencer de que é vidente, senhor.

      Uma risada retumbou desde o centro do peito dele, e o coração dela bateu forte contra as costelas. As pálpebras fecharam em concentração.

      — Mel. Tem uma paixão especial pelo mel. E seu irmão compartilha essa paixão com você. — ele abriu os olhos e balançou a cabeça. — Tsc, tsc, tsc… Ora, moça. Você e Kehr precisam ser mais cautelosos em seus ataques noturnos. Vocês dois se entregarão se comerem tanto de uma vez. Sugiro que reduzam os assaltos para evitar problemas.

      Ele piscou.

      O rosto de Davina ardeu de vergonha, mas logo deu lugar à admiração. Como ele poderia saber que ela e Kehr escapavam pelos corredores do castelo à noite para assaltar o suprimento de mel?

      Broderick se inclinou para frente e sussurrou:

      — Não tenha medo, moça. Seu segredo está seguro comigo.

      Davina baixou a cabeça, escondendo o sorriso, e depois ficou hipnotizada enquanto o gigante voltava a mão dela para a luz da lamparina e estudava as linhas. Ela deslizou para frente quando uma ruga se formou na testa dele.

      — O que vê, senhor?

      Seus rostos estavam muito próximos enquanto a voz profunda a advertia.

      — Não posso mentir para você, moça. Seria um desastre.

      — Um desastre?

      — Sim. — os olhos verde-esmeralda dele perfuraram os dela. — Tempos nada agradáveis estão para chegar. Mas não deve perder a fé. Possui muita força. Use essa força e segure com firmeza o que lhe é mais caro, pois é isso que a ajudará a atravessar os tempos difíceis que estão por vir.

      — O que está para acontecer, senhor? — ela o pressionou.

      — É desconhecido para mim. Não sei os detalhes. As linhas na palma da mão não revelam detalhes mais específicos, apenas dizem que há conflitos em seu futuro. Basta lembrar-se do que falei. Mantenha-se firme em sua força.

      Ele levou os lábios à mão dela e beijou os nós dos dedos antes de soltar. Aturdida e boquiaberta, ela olhou para ele, sentia-se enraizada na banqueta.

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