A agua profunda. Paul Bourget

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A agua profunda - Paul Bourget

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semana vamos para Pont-Yonne…»

      – «Percebo, poseste as tuas visitas em dia. Onde foste então?»

      – «Oh! A dez casas differentes e só em duas deixei bilhetes.»

      – «A maior parte das familias das minhas relações são estrangeiras. É esta a sua estação em Paris; mas não se comprehende muito bem o que veem cá fazer, visto estarem sempre em casa.»

      Annunciava-se que ia ser servido o jantar, na occasião em que Valentina acabava de descrever a sua prima como tinha occupado toda a tarde d'esse dia, acompanhando a descripção com um sorriso tão infantil, tão fresco, que punha de parte qualquer idêa de mentira.

      As duas primas separaram-se.

      A senhora de Sarliévre, na qualidade de dona de casa, julgava faltar a um dever de delicadeza, se não proporcionasse a duas pessoas, suspeitas d'um amor clandestino, estando em sua casa, mais uma occasião de passarem algumas horas ao lado uma da outra. Reservou tambem, naturalmente, a Chalinhy o prazer de conduzir para a mesa a baronesa de Node. É o processo habitualmente empregado em Paris, pelas mulheres levianas, quando desejam que lhes façam o mesmo, e pelas mulheres honestas, quando querem recrutar frequentadores assiduos para os seus salões.

      Enganam-se muitas vezes, pensando que, procedendo por esta fórma, são agradaveis para com os seus convivas.

      Acontece frequentemente que estas complacencias obrigam amantes arrufados a uma visinhança deveras incommoda e impertinente. Acontece tambem que magoam certas susceptibilidades um pouco desconfiadas, como sendo uma indelicadesa. É mostrar muito claramente que se conhecem os segredos da sua vida. Chalinhy pertencia ao grupo dos amorosos susceptiveis.

      Vinte vezes Joanna de Node o tinha visto, em jantares como este, sentar-se junto d'ella com o mesmo aspecto melancolico, contrafeito, com os mesmos modos retrahidos d'um homem que se encontra n'uma situação falsa, e vinte vezes lhe disse, para o empolgar, para readquirir o imperio sobre elle, phrases de estimulante ternura como a que lhe murmurou, quasi em segredo, aproveitando o primeiro bulicio da instalação á mesa:

      – «É uma felicidade para mim passarmos juntos alguns momentos. Ha mais de uma semana que lá não vaes».

      – «Sabes perfeitamente que a culpa não é minha, tenho caçado quasi todos os dias…»

      – «Sei tambem que isso te não pode servir de desculpa,» disse galantemente. «Tinhas um ar tão contrafeito quando a Emiliana te pediu para me conduzires á mesa…»

      – «Respeito-te muito,» replicou, «por isso confesso-te que fiquei contrariado… Sempre que jantamos fóra, nos collocam propositadamente um junto do outro. Sei perfeitamente o que isto significa…»

      – «E eu tambem,» respondeu ella. «Sejamos francos, Norberto, não é a minha pessoa que te preoccupa…»

      – «Quem é então?..»

      Joanna lançou um olhar para o lado de Valentina, d'uma significação tão clara que Chalinhy respondeu vivamente:

      – «E se tiver por ella toda a consideração? Se desejar evitar-lhe um desgosto?»

      – «E imaginas que ella tem a teu respeito iguaes sentimentos?» replicou a amante. Depois, com uma expressão singular que ainda esse dia não tinha tido, deixou escapar dos seus labios um: «Estás bem certo d'isso?» que acompanhou com um sorriso ainda mais singular, e voltou-se para o visinho do lado, que lhe perguntou:

      – «O que está dizendo o Chalinhy que tanto a faz rir?..»

      – «Oh! nada», respondeu, «é a historia d'um marido. São sempre divertidas.»

      Poz-se a rir, mas mais alegremente, da enormidade da sua insolencia. Não pensou senão no effeito a produzir em Chalinhy, e, por acaso, o visinho a quem se dirigiu n'aquelles termos, era nem mais nem menos do que Paulo Moraines, o marido «mais marido» de toda aquella sociedade. Peor do que isso. Era publico e notorio que o luxo da sua esposa fôra pago primeiramente pelo velho Desforges e depois por um outro dos Mosé, o conde Abrahão. Mas Moraines não desconfiou nunca das galanterias venaes da sua Suzanna – da aventura com o elegante Casal, por exemplo, ou da ligação com o poeta René Vincy.

      A herança inesperada da senhora Bois-Daufraines – prima afastada de Suzanna Moraines – veio trazer ao casal dois milhões de francos, justamente no momento em que os Desforges e Mosé iam começar a fazer falta, agora que a idade chegava com o seu fatal cortejo: pontos dourados na alvura dos dentes, tranças postiças e espartilhos reparadores! Paulo Moraines tinha a mania de contar a toda a gente a historia d'essa herança, em todos os pormenores, e accrescentava invariavelmente: «Vejam o que é ter uma mulher inteligente. Quasi que nem chegámos a perceber que tinhamos alguns milhares de libras de renda a mais, tão boa dona de casa ella é!»

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