Atração De Sangue. Victory Storm

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Atração De Sangue - Victory Storm

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Dominick tentasse outra vez falar-me de justiça divina, comia-o vivo!

      Todavia agora estava ali. Presa naquela absurda realidade, perto da pessoa que, até há bem pouco tempo atrás, adorava mais que tudo, enquanto agora temia não a conhecer realmente.

      Não consegui mais estar calada.

      «Porque tomaste conta de mim em todos estes longos anos?» perguntei-lhe muito baixinho.

      Estava convencida que não tinha ouvido. Não porque dormia. Sabia que não dormia, uma vez que durante o sono ressonava imenso, mas sentia a garganta a arder e o peito pesado que me sufocava e as palavras saíram-me débeis e inseguras.

      «Não o imaginas?» respondeu-me com a sua habitual e familiar doçura.

      «Porque te ordenaram, certo?».

      «Não, tolinha. Porque gosto muito de ti. Ainda que realmente não o sejas, para mim, és a minha menina. És a coisa mais importante da minha vida. Esperava conseguir comunicar-te tudo isto em todos estes anos juntas».

      Sim, sabia que me queria bem. Sempre me ajudou nos momentos de dificuldade, esteve sempre pronta a apoiar-me e nunca me fez faltar nada, apesar das diversas restrições económicas. Em tudo o que fazia, demonstrava o seu amor por mim e eu sempre me apercebi disso e recebi-o de braços abertos.

      Tinha sido uma mãe, mas também uma amiga, uma vez que por causa da minha saúde, nunca consegui fazer amigos. Todos os meus companheiros sempre foram desconfiados em relação a mim, por viver com uma tia e estar frequentemente doente, para além de ser a inimiga número um de Patty Shue, a amiga número um de todos os outros.

      «Sei que me queres bem e também eu te quero bem, mas todas estas novidades fizeram curto-circuito no meu cérebro. Não sei mais quem sou, quem tu és...» desabafei.

      «Tens razão. Quis dizer-te a verdade tantas vezes, mas a Ordem proibiu-me terminantemente».

      «Podias ter-me dito às escondidas. Fazia de conta que não sabia de nada com o padre August e Dominick».

      A tia começou a rir.

      Também eu sorri e percebi que tudo tinha ficado como antes.

      Cecília era sempre a minha querida tia, que escutava as minhas tontices e se ria delas.

      «Escuta, Vera. Tenho muita pena de não te ter dito a verdade, mas fi-lo para o teu bem. Prometo-te que quando encontrarmos o cardeal Siringer, lhe pedirei autorização para te contar toda a verdade. A este ponto, é justo que saibas a história completa» disse a tia muito séria.

      «Pois, ainda devo saber quem me quer morta» tentei desdramatizar.

      «Nunca permitirei que te façam mal» afirmou determinada.

      Naquela noite, a tia não me quis dizer mais nada.

      Continuamos a falar toda a noite, mas acerca da nossa antiga vida na quinta, procurando consolo ao menos nas recordações.

      

      ENCONTRO

      Na manhã seguinte, a tia e eu levantamo-nos com uma grande fome e um sono terrível, todavia tínhamos todos os sentidos alerta.

      Enquanto mudávamos de roupa para descer ao restaurante do hotel para o pequeno-almoço, continuávamos a olhar a porta com medo de vê-la arrombada pelo padre Dominick, devido à enésima tragédia ou a uma nova inesperada fuga.

      Quando estávamos prontas para descer, a tia abriu a porta e encontrou diante de si um daqueles dois homens que estavam vestidos de preto, que nos tinham acompanhado a Dublin.

      Quando chegamos ao restaurante do hotel para o pequeno-almoço, a tia explicou-me que aqueles dois homens foram escolhidos para defender-me de ataques da parte deles.

      «Eles quem?».

      «São pessoas devotas ao mal e à obscuridade, prontas a sacrificar a vida dos demais pela deles» explicou rapidamente a tia, adicionando o seu toucinho ao bacon.

      «Isso não é instinto de sobrevivência?» perguntei desorientada.

      «Não, no caso deles...de qualquer forma agora come» ordenou-me a tia.

      Eu tomei um grande pequeno-almoço, mas antes de acabar, chegou o padre Dominick com o rosto tenso e exausto.

      Não tinha fechado os olhos toda a noite.

      «Bom dia» cumprimentamo-lo.

      «Bom dia. Como estão?».

      «Cansadas» sussurrou a tia.

      «Também eu. Estou de rastos. Para além disso, acabei de receber um telefonema do cardeal Siringer. Temos encontro marcado por volta das três horas, na velha abadia St. George Abbey, nos arredores de Dublin».

      Foram as três horas mais longas da minha vida.

      Eu, a tia e o padre Dominick estivemos confinados no nosso quarto, com os dois capangas à porta, até à hora marcada.

      No quarto não havia nem um televisor para se distrair e a tia e o Dominick mencionavam apenas pessoas das quais eu nunca tinha ouvido falar, que talvez estivessem presentes naquele encontro.

      Por fim, deitei-me na cama a pensar, mas a minha mente estava demasiado cansada e afetada por todos aqueles acontecimentos para poder raciocinar claramente.

      Adormentei-me ligeiramente e quando reabri os olhos, lá fora chovia a cântaros. Adorava chuva, mas naquele momento só serviu para tornar mais deprimente o pensamento acerca do encontro que iria ter daí a pouco tempo e que certamente mudaria o meu destino para sempre.

      Arrastei-me com relutância para a porta, onde dois homens estavam à nossa espera. Escoltaram-nos até à BMW preta que nos levaria a St George Abbey.

      Estava um ar húmido e sentia o frio penetrar-me até aos ossos.

      Não consegui acalmar o tremor nem mesmo dentro da cabina aquecida do carro.

      Meia hora depois estávamos em frente a um edifício de pedra muito velho. Acompanharam-me a uma porta secundaria que conduzia a uma escada. Fiquei curiosa quanto ao piso inferior, imerso na escuridão, do qual se ouvia o som da água que corria. Tentei aproximar-me, mas o padre Dominick empurrou-me para subir ao piso superior.

      Olhei-o desconfiada e ele explicou-me brevemente: «Velha cripta em desuso».

      Percorremos um longo corredor antes de chegar a uma porta.

      Os dois homens pararam.

      «Este é o escritório do abade Kirk, membro da Ordem. Entrem. Nós ficaremos aqui de guarda» disse o mais alto, posando a mão sobre o coldre da sua arma, que eu nem tinha notado antes.

      Em vez de tranquilizar-me, aquele gesto fez-me entrar em pânico.

      Até ali não me tinha dado conta do quanto pudesse estar em perigo.

      Entrei

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