Atração De Sangue. Victory Storm

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Atração De Sangue - Victory Storm

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é o verdadeiro segredo que o cardeal Montagnard levou para o túmulo. Sei apenas que és especial por causa do teu sangue. Acreditas realmente que te manteria com aquela renda mensal por todos estes anos se não fosse por um motivo bem preciso? Ao que parece, a tua anemia torna-te única, mas creio que isto seja simplesmente devido ao facto que...» comentou o eclesiástico, mas antes de terminar a frase, ouviram-se disparos, do lado de fora da porta.

      Assustamo-nos todos ao mesmo tempo, antes que os dois homens arrombassem a porta, gritando-nos de escapar.

      «Como souberam que estavam aqui?» perguntou enlouquecido o abade, que tinha ficado em silêncio até agora.

      «Não importa. Depressa, Matt, leva a Vera para os subterrâneos. Atravessem a cripta. Ali encontrarão uma pequena porta, onde podem enfiar-vos. Sigam o túnel que vai dar a uma escada, que vos levará ao interior de um edifício abandonado de Change Lane» ordenou de forma autoritária o cardeal a um dos dois homens à sua direita. Sem perder mais tempo, Matt agarrou-me pelo braço e levou-me para fora da sala, mas eu não tinha nenhuma intenção de abandonar a tia. Ela era toda a minha família e não queria deixá-la.

      Tentei protestar, mas a minha voz foi abafada pelos gritos do padre August e pelas ordens do cardeal.

      Também a tia procurou alcançar-me, mas foi impedida pelo cardeal em pessoa.

      Por fim, gritei com todas as forças o nome da tia, procurando libertar-me do punho de ferro daquele homem.

      «Ela pertence à Ordem e deve combater» disse-me Matt, tentando arrastar-me pelo corredor até às escadas, à direita.

      Numa tentativa desesperada de rever a tia, que tinha ficado dentro do escritório do abade, voltei-me e vi pela primeira vez três homens encapuçados, que vinham do outro lado do corredor a correr na nossa direção. Mal chegaram à sala, tiraram o capuz.

      Os três tinham os cabelos negros. Dois deles entraram imediatamente na sala, soltando um grito arrepiante e desumano, que me provocou calafrios por todo o corpo.

      Ao invés, o terceiro homem parou e fixou-me. Por um instante, os nossos olhares se cruzaram.

      Notei os seus olhos azuis, quase cor de gelo, que me penetravam como um animal perante a sua presa.

      Senti-me atravessada por aquelas lâminas de gelo.

      Permaneci por um instante maravilhada pelo seu rosto. Era jovem.

      Não sei porquê, mas esperava um velho, não um rapaz que deveria ser da mesma idade do Kevin.

      Tinha um rosto muito belo, com exceção da expressão dura e ameaçadora. O meu olhar posou brevemente sobre a sua boca e li neles: «É ela».

      Não consegui decifrar mais nada, porque tropecei pelas escadas.

      Felizmente, o Matt segurou-me firmemente e agarrou-me para eu não cair.

      Corremos rapidamente pelas escadas abaixo, até chegar à cripta escura.

      Não via quase nada, mas o Matt continuava a correr, até chegar a uma zona um pouco mais iluminada.

      Aos poucos, os meus olhos habituaram-se àquela escuridão.

      O chão estava todo molhado e molhei os sapatos.

      A dada altura, o homem parou, olhando com atenção em redor.

      «O Blake está perto. Consigo senti-lo».

      Não ouvia nada, mas assustei-me na mesma quando vi que tirou a arma do coldre.

      Olhei à volta, mas não vi nada. Estava demasiado escuro.

      De repente, vislumbrei uma sombra cair sobre o Matt.

      Era o homem com os olhos azuis. Um vampiro.

      Matt apontou-lhe a arma e disparou, mas este deu-lhe um golpe veloz e potente contra a mão, que o fez perder a arma e o projétil disparou no escuro.

      «Foge!» gritou-me Matt, antes de defender-se de um novo ataque.

      Não foi preciso repetir duas vezes, ainda que fosse de novo encantada pelo olhar daquele vampiro que me fixava de forma ameaçadora.

      Sem perder tempo, corri rapidamente até ao fundo da cripta. Devia ser um lugar enorme.

      Estava cansada, assustada e sozinha.

      Por fim, cheguei à porta de que tinha falado o cardeal.

      Tentei abri-la, mas estava bloqueada.

      Dei cabo das minhas mãos ao tentar abri-la, mas não consegui fazê-lo, apesar dos meus esforços.

      Não sabia o que fazer, assim, acabei por desistir e pôs-me à procura de um esconderijo alternativo.

      Vi uma pequena sala escondida à minha esquerda e entrei.

      Estava vazia, mas havia uma pequena cavidade, pouco visível, mesmo ao lado da entrada.

      Decidi parar ali e esperar, agachada por terra. Esperava que o Matt me alcançasse em breve.

      Já não sentia praticamente nenhum barulho.

      Desejava voltar para junto da minha tia. Nunca me tinha afastado dela e não desejava certamente fazê-lo logo agora que estava em perigo. Estava também tremendamente preocupada com ela. Desejava com todo o meu coração que não lhe tivesse acontecido nada de mal.

      Sem me aperceber, senti escorrer-me pela face duas grandes silenciosas lágrimas quentes.

      Em breve, fui invadida por soluços e calafrios.

      Tinha medo.

      Queria voltar a casa, junto do Ahmed, com a tia e o padre Dominick.

      Sentia-me sozinha e desesperada.

      Tremia perante o pensamento que pudesse acontecer alguma coisa de mau a todos eles.

      E a culpa era só minha.

      Eu e a minha anemia.

      Porque tinha que acontecer logo a mim?

      Odiava-me. Com o meu nascimento tinha causado apenas preocupações e mortes. Desejava nunca ter nascido.

      Continuava tão embrenhada na minha dor entre os soluços, que nem me apercebi de como o tempo passou. Nem tive coragem de me mexer.

      Lembro-me apenas que a dada altura, alguma coisa me tocou, assustando-me de morte.

      Procurei por todo o lado uma figura humana, mas acabei por encontrar apenas um gato que me olhava com dois olhos lindíssimos que brilhavam no escuro.

      Procurei acariciá-lo e ele esfregou-se nas minhas pernas a ronronar.

      Aquele pequeno gesto, me fez sorrir.

      «E tu, que fazes aqui, pequenino?» sussurrei-lhe com a voz rouca do choro.

      O

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