Atração De Sangue. Victory Storm

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Atração De Sangue - Victory Storm

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o apartamento tinha sido decorado com um estilo industrial, como se podia notar pela forma das cadeiras, do sofá, da escada que conduzia ao sótão e da cozinha elétrica com o balcão em aço.

      «Este lugar é lindíssimo!» exclamei, ao caminhar lentamente no interior daquele grande open space.

      «És a primeira pessoa a dizê-lo» admitiu Blake, deixando-me espantada. Não podia acreditar.

      «Ficarás aqui por alguns dias, por isso põe-te cómoda. Nunca tive hóspedes não vampiros, por isso se precisares de alguma coisa, pede à vontade» acrescentou depois, tirando o impermeável. De repente, senti-me um hóspede e não uma prisioneira.

      Também Blake pareceu-me mais relaxado e sem nenhuma intenção de fazer-me mal, assim fiz-lhe a vontade fingindo estar cómoda. Para além disso, não acreditava que me quisesse fazer mal, caso contrário já me teria matado na cripta ou não me teria certamente salvado do Will. Uma pequena parte de mim, sentia-se segura com ele, ainda que não soubesse até quando.

      Sentei-me com calma no sofá em pele branco.

      Mal apoiei-me naquele sofá macio, dei-me conta do cansaço e das dores nos músculos que sentia. Encostei-me às costas do sofá, respirando profundamente.

      «Queres ir à casa de banho refrescar-te?» perguntou-me, tentando esconder o seu desconforto com a amabilidade.

      Surpreendeu-me muito esta sua mudança e por instantes pensei que não seria um animal bárbaro tendo aquela habilidade.

      Acima de tudo, até ao momento, ainda não tinha mostrado que queria fazer-me mal. Aparentemente parecia ser melhor do que aquilo que me tinha descrito o cardeal Siringer. De certeza que era menos perigoso que o Will.

      Precisava mesmo de um banho, mas não me atrevia a depositar assim tanta confiança.

      Levantei-me do sofá e notei imediatamente que tinha deixado uma enorme mancha suja na pele branca. Tinha dormido durante horas naquele buraco na cripta. Como pôde pensar que não estava assim tão porca?

      Se estivesse em casa com a tia, seria repreendida.

      «Oh, meu deus! Sujei o sofá. Peço desculpa, de verdade. Se me deres uma esponja, eu...» tentei pedir desculpa imediatamente com um ar culpado. Tinha acabado de arruinar o seu paraíso perfeito e temia que o tivesse irritado.

      «Está calma. Eu trato disto. Tu lavas-te que, entretanto, eu encomendo o jantar»

      «Porquê? Vocês vampiros comem?» deixei escapar sem me dar conta.

      «Geralmente não, mas tu sim, suponho. Tens preferências?»

      Queria recusar, mas os rumores da minha barriga e o cansaço levaram a melhor.

      «Carne vermelha, se possível» gaguejei envergonhadíssima, dirigindo-me à casa de banho, perguntando-me se me iria envenenar.

      «De acordo» disse-me, ao tirar o telemóvel do bolso das calças.

      Entretanto, fechei-me na casa de banho. Os azulejos eram verdes, como os do pavimento, se bem que de uma tonalidade mais clara.

      Podia escolher entre a banheira ou o chuveiro.

      Escolhi a coisa mais rápida. Não queria ficar muito tempo naquele banho e depois as paredes opacas do chuveiro proteger-me-iam de possíveis indiscrições.

      Despi-me rapidamente e meti-me depressa dentro do chuveiro. O jato de água quente caiu-me sobre a cabeças e as costas, relaxando-me instantaneamente.

      Permaneci muito tempo debaixo daquele jato antes de usar o shampoo com perfume de carvalho que encontrei na beira da banheira.

      Esfreguei o sabão em mim com calma, mimada por aquele perfume que me recordava vagamente aquele de Blake.

      Apercebi-me de estar tão cansada e trastornada que não consegui estar assim tão alerta como queria e devia.

      Depois de limpar-me, saí com cautela do chuveiro e apercebi-me que o Blake tinha pendurado duas toalhas e roupa limpa, mas enorme, na borda da banheira: uma camisola verde e calças desportivas pretas que se apertavam com um laço na parte inferior.

      Provavelmente queria certificar-se que não voltava a fazer porcaria, como a do sofá.

      Vesti-me rapidamente e saí do banho com os cabelos ainda molhados, que me escorriam sobre as costas.

      As roupas tinham o cheiro do Blake e aquele odor cobriu-me num ternurento abraço. Apesar de ser um vampiro, Blake tinha realmente um bom perfume. Era a primeira vez que estava em contato com a intimidade de um homem: a sua casa, a sua roupa, o seu perfume...

      Mal entrei no salão, viu-o atrapalhado com o fogão e a esvaziar dois sacos de compras, que estavam apoiados no balcão da cozinha.

      Aquela atmosfera tão familiar, quase íntima que se tinha formado, tranquilizou-me, por isso, decidi aproximar-me.

      Além disso, a tia Cecília dizia sempre que se obtinha mais coisas com boas maneiras, logo, decidi comportar-me de forma gentil.

      «Cá estou! Precisas de ajuda?» perguntei, vendo-o com dificuldades em acender o gás.

      Blake ficou a olhar fixamente para o fogão, antes de virar-se para mim. Tinha um olhar indecifrável, mas ficou a observar-me durante muito tempo. Por fim, aproximou-se, agarrou uma madeixa dos meus cabelos molhados e com um movimento muito lento começou a brincar com eles. Parecia hipnotizado, como eu estava pelos seus olhos magnéticos e pela inesperada carícia, que me fez arrepios por toda a coluna.

      Depois, de repente afastou a mão de mim, como se se tivesse queimado por aquele contato e continuou a olhar fixamente a sua cozinha imaculada.

      «Estás a pingar o chão. O secador está no armário debaixo da pia» murmurou com um tom de voz aborrecido, mas ao mesmo tempo perturbado.

      Resmunguei uma espécie de desculpa e fui a correr para a casa de banho buscar o secador. Enxuguei o cabelo o mais rápido possível, tentando penteá-lo como podia.

      «Trouxe-te isto» ouvi uma voz atrás de mim, que fez-me saltar de susto.

      Voltei-me e estava de frente com o Blake. Estava a passar-me uma bolsa.

      «Peter, o homem que nos guiou para cá, trouxe-te umas coisas pensando que te poderiam ser úteis» disse-me.

      Peguei no saco e abriu-o. Tinha um pente, uma escova de dentes, um creme hidratante e um pacote de pensos.

      «Obrigada» sussurrei, mas Blake já tinha saído da sala.

      Penteei-me à pressa, deixando que os cabelos me caíssem macios sobre as costas.

      Depois de ter-me preparado, senti-me muito melhor.

      Meti também um penso no joelho ferido e fui ter com o Blake.

      Mal me viu, informou-me imediatamente acerca do jantar.

      «Mandei o Peter comprar de comer. Espero que corra tudo bem. Mandei-o porque foi transformado em vampiro há poucos anos e conhece bem os hábitos

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