Atração De Sangue. Victory Storm

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Atração De Sangue - Victory Storm

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      «Falavas no sono. Continuavas a repetir tia, Ahmed, casa, quinta, vampiros. Também falaste no meu nome» informou-me, agarrando no seu telemóvel e enviando uma mensagem sabe-se lá a quem.

      Sabia que falava enquanto dormia. A tia mo dizia sempre.

      Foi sempre algo que me envergonhou e naquele momento fiquei ainda mais vermelha.

      «Então, onde vamos?» perguntei-lhe para distraí-lo de mim, uma vez que começou a olhar-me curioso.

      Esta pergunta fê-lo voltar a ficar sério.

      «À minha casa».

      «Onde?» voltei a perguntar estupefacta.

      Blake não teve tempo de dizer mais nada, um clacson na estrada buzinou inesperadamente.

      «São eles. Vamos» disse-me, voltando a agarrar-me pelo braço.

      «Eles quem?»

      «Vampiros, obviamente».

      «Olha que para mim, um dá e chega. Não é preciso...» tentei fazê-lo mudar de ideias quanto a dar-me a comer aos seus amigos, mas ele soltou uma estrondosa gargalhada, que quebrou todas as minhas defesas.

      Não podia acreditar. Tinha-o feito rir.

      «Não tenho nenhuma intenção de partilhar-te com os meus amigos, se é isso que pensas» assegurou-me num tom de voz claro.

      Levou-me à saída do edifício, avisando-me para não fazer cenas, uma vez lá fora.

      «Os meus amigos não gostam de contratempos» aconselhou-me.

      Obedeci.

      Saímos. Estava a parar de chover.

      Estávamos no centro da cidade, no meio de diversos passantes. Como é que ninguém se apercebia do perigo que corria ao passear tranquilamente pelas estradas de uma cidade apinhada de vampiros?

      Deixei-me arrastar até um Ford azul, estacionado mesmo à nossa frente. Nos lugares de trás estavam duas pessoas, ou melhor vampiros. Ambos eram pálidos e loiros. O que ia ao volante era muito gordo e velho.

      Tive muita vontade de correr pela estrada e afastar-me, mas a mão de Blake era muito forte.

      «Nem tentes» disse-me. Será que conseguia ler o pensamento?

      Num instante, Blake abriu a porta do carro e fez-me acomodar no banco detrás, sentando-se depois perto de mim.

      Mal a porta se fechou, o condutor pôs o carro em andamento sem sequer pedir indicações acerca da direção, enquanto o outro vampiro ao seu lado começou a olhar-me fixamente.

      Entretanto o carro partiu a toda a velocidade, fazendo-me balançar para a direita e para a esquerda, levando-me, a dada altura, a bater contra o braço do Blake, que acabou por tranquilizar-se com a minha instabilidade e decidiu abraçar-me contra ele.

      Contudo, desta vez o seu aperto foi firme, mas delicado.

      Encontrava-me com o rosto encostado à sua camisa, logo onde estava desabotoada.

      Sempre tive um ótimo olfato e não podia não sentir o seu perfume, tão masculino e sensual.

      Estava prestes a me deixar levar por aquela sensação descuidada de perigo, quando algo me chamou a atenção. O homem sentado à frente olhava-me intensamente.

      «Blake, esta rapariga humana tem um odor fortíssimo! Nunca senti um cheiro desde tipo vindo de um humano. É mesmo avassalador. Está-me a deixar maluco!» o homem desabafou inesperadamente.

      Inicialmente, preocupei-me por não me ter lavado bem naquela manhã, apesar do duche que tomei.

      Depois, ao notar como o vampiro lambia os lábios, comecei a assustar-me seriamente. Involuntariamente escondi-me ainda mais no peito do Blake, que se apercebeu imediatamente do meu desconforto.

      «Will, pára com isso!».

      «Por favor, não digas que não te apercebeste do seu perfume» provocou-o.

      «Apercebi-me. É particular. Eu também levei algum tempo antes de poder aproximar-me sem atacá-la, mas depois habituas-te» procurou tranquilizá-lo Blake, mas o outro vampiro parecia cada vez mais voraz e próximo.

      Continuava a esticar-se sobre o banco da frente para cheirar-me melhor.

      O meu coração começou a bater fortemente de medo.

      Percebi demasiado tarde que aquela sensação o excitava ainda mais.

      Num instante, dei por mim a ser agredida pelo Will que tentou atacar-me o pescoço com os caninos alongados e o olhar hipnotizado. Por sorte o Blake interveio mesmo a tempo e segurou-o pelo pescoço, antes que este pudesse chegar a mim.

      «Controla-te!» gritou-lhe o Blake furioso.

      «Não consigo! Este cheiro é demasiado forte» gritou por sua vez Will debatendo-se.

      «Lembra-te daquilo que nos disse o cardeal Montagnard. O seu sangue é uma arma contra nós. Quero consultar Jack Marley antes de transformá-la em vampiro ou fazer outra coisa qualquer» avisou-o e Will voltou ao seu lugar.

      Então era verdade que o cardeal Montagnard lhe tinha contado algo sobre mim. Ainda bem que lhes tinha avisado para não me morderem, assim podia ganhar tempo.

      Estava ainda perdida nos meus pensamentos, quando o carro parou em frente a um antigo edifício abandonado com pequenas janelas.

      Fui de novo tomada pelo medo de estar presa sozinha naquele casebre.

      «Por favor, Blake, sai depressa e leva contigo essa rapariga antes que lhe salte em cima também eu» disse-nos o condutor, que até aí não tinha aberto a boca.

      «Sim, desculpa. Obrigada, Peter» cumprimentou-o Blake, saindo do carro e ajudando-me a descer.

      Dirigimo-nos para o edifício sombrio. Blake continuou a agarrar-me pelo braço, mesmo quando abria a porta de metal com as chaves que tirou do bolso do impermeável.

      Fora do carro, fazia muito frio e comecei a tremer uma vez que trazia uma simples camisola de mangas compridas e um casaco de ganga, bastante leve.

      Pouco depois fui levada para o interior da estrutura. Fiquei maravilhada pelo cenário com que me deparei.

      Estava de repente num grande apartamento luxuosíssimo e aquecido. Havia um grande salão, com um grande sofá em pele branco virado para a parede, na qual estava encaixado um televisor plasma de cinquenta polegadas.

      As paredes estavam decoradas com diversos quadros de variadas dimensões.

      Por trás da sala, via-se uma cozinha moderna de forma arredondada. À esquerda, distinguia-se uma enorme mesa de doze lugares com outras tantas cadeiras, enquanto à direita, entre a sala e a cozinha, era possível vislumbrar uma espaçosa casa de banho, meio escondida por portas de vidro colorido e fosco.

      Por

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