Atração De Sangue. Victory Storm
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Atração De Sangue - Victory Storm страница 16
«Falavas no sono. Continuavas a repetir tia, Ahmed, casa, quinta, vampiros. Também falaste no meu nome» informou-me, agarrando no seu telemóvel e enviando uma mensagem sabe-se lá a quem.
Sabia que falava enquanto dormia. A tia mo dizia sempre.
Foi sempre algo que me envergonhou e naquele momento fiquei ainda mais vermelha.
«Então, onde vamos?» perguntei-lhe para distraí-lo de mim, uma vez que começou a olhar-me curioso.
Esta pergunta fê-lo voltar a ficar sério.
«À minha casa».
«Onde?» voltei a perguntar estupefacta.
Blake não teve tempo de dizer mais nada, um clacson na estrada buzinou inesperadamente.
«São eles. Vamos» disse-me, voltando a agarrar-me pelo braço.
«Eles quem?»
«Vampiros, obviamente».
«Olha que para mim, um dá e chega. Não é preciso...» tentei fazê-lo mudar de ideias quanto a dar-me a comer aos seus amigos, mas ele soltou uma estrondosa gargalhada, que quebrou todas as minhas defesas.
Não podia acreditar. Tinha-o feito rir.
«Não tenho nenhuma intenção de partilhar-te com os meus amigos, se é isso que pensas» assegurou-me num tom de voz claro.
Levou-me à saída do edifício, avisando-me para não fazer cenas, uma vez lá fora.
«Os meus amigos não gostam de contratempos» aconselhou-me.
Obedeci.
Saímos. Estava a parar de chover.
Estávamos no centro da cidade, no meio de diversos passantes. Como é que ninguém se apercebia do perigo que corria ao passear tranquilamente pelas estradas de uma cidade apinhada de vampiros?
Deixei-me arrastar até um Ford azul, estacionado mesmo à nossa frente. Nos lugares de trás estavam duas pessoas, ou melhor vampiros. Ambos eram pálidos e loiros. O que ia ao volante era muito gordo e velho.
Tive muita vontade de correr pela estrada e afastar-me, mas a mão de Blake era muito forte.
«Nem tentes» disse-me. Será que conseguia ler o pensamento?
Num instante, Blake abriu a porta do carro e fez-me acomodar no banco detrás, sentando-se depois perto de mim.
Mal a porta se fechou, o condutor pôs o carro em andamento sem sequer pedir indicações acerca da direção, enquanto o outro vampiro ao seu lado começou a olhar-me fixamente.
Entretanto o carro partiu a toda a velocidade, fazendo-me balançar para a direita e para a esquerda, levando-me, a dada altura, a bater contra o braço do Blake, que acabou por tranquilizar-se com a minha instabilidade e decidiu abraçar-me contra ele.
Contudo, desta vez o seu aperto foi firme, mas delicado.
Encontrava-me com o rosto encostado à sua camisa, logo onde estava desabotoada.
Sempre tive um ótimo olfato e não podia não sentir o seu perfume, tão masculino e sensual.
Estava prestes a me deixar levar por aquela sensação descuidada de perigo, quando algo me chamou a atenção. O homem sentado à frente olhava-me intensamente.
«Blake, esta rapariga humana tem um odor fortíssimo! Nunca senti um cheiro desde tipo vindo de um humano. É mesmo avassalador. Está-me a deixar maluco!» o homem desabafou inesperadamente.
Inicialmente, preocupei-me por não me ter lavado bem naquela manhã, apesar do duche que tomei.
Depois, ao notar como o vampiro lambia os lábios, comecei a assustar-me seriamente. Involuntariamente escondi-me ainda mais no peito do Blake, que se apercebeu imediatamente do meu desconforto.
«Will, pára com isso!».
«Por favor, não digas que não te apercebeste do seu perfume» provocou-o.
«Apercebi-me. É particular. Eu também levei algum tempo antes de poder aproximar-me sem atacá-la, mas depois habituas-te» procurou tranquilizá-lo Blake, mas o outro vampiro parecia cada vez mais voraz e próximo.
Continuava a esticar-se sobre o banco da frente para cheirar-me melhor.
O meu coração começou a bater fortemente de medo.
Percebi demasiado tarde que aquela sensação o excitava ainda mais.
Num instante, dei por mim a ser agredida pelo Will que tentou atacar-me o pescoço com os caninos alongados e o olhar hipnotizado. Por sorte o Blake interveio mesmo a tempo e segurou-o pelo pescoço, antes que este pudesse chegar a mim.
«Controla-te!» gritou-lhe o Blake furioso.
«Não consigo! Este cheiro é demasiado forte» gritou por sua vez Will debatendo-se.
«Lembra-te daquilo que nos disse o cardeal Montagnard. O seu sangue é uma arma contra nós. Quero consultar Jack Marley antes de transformá-la em vampiro ou fazer outra coisa qualquer» avisou-o e Will voltou ao seu lugar.
Então era verdade que o cardeal Montagnard lhe tinha contado algo sobre mim. Ainda bem que lhes tinha avisado para não me morderem, assim podia ganhar tempo.
Estava ainda perdida nos meus pensamentos, quando o carro parou em frente a um antigo edifício abandonado com pequenas janelas.
Fui de novo tomada pelo medo de estar presa sozinha naquele casebre.
«Por favor, Blake, sai depressa e leva contigo essa rapariga antes que lhe salte em cima também eu» disse-nos o condutor, que até aí não tinha aberto a boca.
«Sim, desculpa. Obrigada, Peter» cumprimentou-o Blake, saindo do carro e ajudando-me a descer.
Dirigimo-nos para o edifício sombrio. Blake continuou a agarrar-me pelo braço, mesmo quando abria a porta de metal com as chaves que tirou do bolso do impermeável.
Fora do carro, fazia muito frio e comecei a tremer uma vez que trazia uma simples camisola de mangas compridas e um casaco de ganga, bastante leve.
Pouco depois fui levada para o interior da estrutura. Fiquei maravilhada pelo cenário com que me deparei.
Estava de repente num grande apartamento luxuosíssimo e aquecido. Havia um grande salão, com um grande sofá em pele branco virado para a parede, na qual estava encaixado um televisor plasma de cinquenta polegadas.
As paredes estavam decoradas com diversos quadros de variadas dimensões.
Por trás da sala, via-se uma cozinha moderna de forma arredondada. À esquerda, distinguia-se uma enorme mesa de doze lugares com outras tantas cadeiras, enquanto à direita, entre a sala e a cozinha, era possível vislumbrar uma espaçosa casa de banho, meio escondida por portas de vidro colorido e fosco.
Por