Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7). Amy Blankenship
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Читать онлайн книгу Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7) - Amy Blankenship страница 7
Chegaram por fim à porta e Trevor olhou de volta para Evey, reparando que uma árvore enorme no jardim da frente estava entre eles. Envy escolheu esse momento para atacá-lo e encarou-o ferozmente, tendo passado a viagem toda a pensar nisso. Espetou o dedo no peito dele com tanta força que Trevor teve a certeza de que ia ficar com um buraco quando terminassem.
“Era suposto aquilo ser uma piada? Porque, se era, não teve muita graça”, silvou Envy numa voz abafada, desconhecendo quão sensível o microfone do maldito carro era.
“Oh, é mesmo uma piada”, rosnou Trevor. “Mas era suposto atormentar-me a mim… não a ti. Sinceramente, tinha-me esquecido completamente daquilo até regressarmos ao carro”, explicou Trevor, passando a mão pelo cabelo. “Lamento que tenhas tido de ver aquilo.”
Ver a sinceridade nos olhos dele e ouvi-la na sua voz fez desvanecer o ataque de fúria de Envy. Ele estava a dizer a verdade… esperava ela. “Por que razão alguém te faria uma coisa dessas?”
Os olhos de cor prata azulada de Trevor escureceram ligeiramente enquanto fitava a sua alma gémea. “Porque toda a gente no mundo sabe que te amo e tu me odeias. Eles acham engraçado. Por que é que achas que o Chad estava a rir que nem um maluco durante a viagem toda?”
“Trevor.” Envy sentia o peito dolorosamente contraído com as palavras dele. “Isso não é verdade”, corrigiu suavemente. “Jamais conseguiria odiar-te.”
“Eu sei.” Trevor esboçou um ligeiro sorriso, que rapidamente se transformou numa expressão de desagrado. “Estou bem ciente de que estás apaixonada por nós os dois. O Devon também sabe disso.”
Envy arregalou os olhos e deu um passo para trás. Abanando vagamente a cabeça, sussurrou: “Por que pensas isso?”
“Nós somos metamorfos, Envy… conseguimos cheirá-lo”, insistiu Trevor, dando um passo em frente e aproximando-se. “Não digas que não me queres, quando sei que isso não é verdade. Amas-me tanto quanto o amas a ele porque tens duas almas gémeas.” Engoliu em seco, agora que tinha verbalizado tudo.
Envy permaneceu em silêncio, olhando para ele com olhos inocentes e sentindo que fora apanhada pelo seu radar. Não sabia como responder àquilo, porque a verdade era que… Trevor ainda conseguia dar-lhe a volta num piscar de olhos. Tinha estado até a forçar-se a ignorar a atração que sentia por ele, pelo facto de ter escolhido Devon.
“Diz-me que não me amas”, sussurrou Trevor, inclinando-se e ficando tão perto que os seus lábios quase se tocavam.
Desta vez foi Envy quem engoliu em seco. Obrigara-se a negar as palavras dele porque havia sentimentos enterrados que não o permitiriam. Ela detestava que lhe mentissem… então era quase incapaz de o fazer. Ainda o amava…, mas não estava certo estar apaixonada por dois homens ao mesmo tempo.
“Amo o Devon”, soprou ela nos lábios dele, ao mesmo tempo que se condenava por voltar a magoá-lo.
“Uma jogada inteligente… evasão”, disse Trevor passado um momento, e inclinou-se ligeiramente para trás para perfurar o olhar dela com o seu. “Porque, se me mentires… vou conseguir cheirar a mentira em ti.”
Envy recuou um passo enquanto Trevor pairava acima dela, bloqueando todo o resto, embora se tenha afastado. Esticando o braço atrás de si, a mão dela moveu-se atrapalhadamente, tentando encontrar a maçaneta da porta. Não queria pensar naquilo… estava a deixar-lhe o coração destroçado.
Por fim, os seus dedos roçaram na maçaneta e ela rodou-a, abrindo a porta. Deslizou para dentro e ia fechar a porta, quando a mão de Trevor disparou e a impediu de o fazer.
“Sabes que tenho razão”, sussurrou Trevor. “Também o sentes.”
Envy sentiu borboletas na barriga e fechou a porta rapidamente na cara de Trevor. Rodando a fechadura, voltou-se e pressionou as costas contra a porta, à espera de ouvir Trevor ligar o carro e partir. Por alguma razão, era como se ele ainda permanecesse atrás de si, à espera de transpor a porta e de envolvê-la nos braços.
Trevor pousou as palmas das mãos na ombreira da porta, sentindo a presença dela… encostada ao outro lado da madeira que os separava. Conseguia ouvir o coração acelerado dela através da madeira espessa e respirou profundamente para se acalmar. O seu instinto gritava-lhe que irrompesse porta adentro e tomasse o que lhe pertencia…, mas estaria condenado antes de lhe dar uma razão para deixar de amá-lo.
Franziu a testa momentos depois, não a ouvindo afastar-se da porta. Inclinando-se para mais perto da barreira que os separava, pousou a testa na madeira fria e suspirou.
“Envy”, murmurou. “Amo-te.”
Foi então que a ouviu correr para o quarto.
*****
Jason sentou-se num banco de pedra que tinha sido colocado em frente de uma das criptas maiores para fazer uma pausa. Nos últimos três minutos não se tinha deparado com nada nem ninguém, o que era um recorde.
Batendo de leve no anel, desejou que aquela coisa voltasse a ligar-se de alguma forma. Sentia um nó no estômago por não saber onde Tiara estava, nem se estava bem. Baixando um pouco a cabeça, criticou-se mentalmente por não ter sido capaz de a retirar do mausoléu. Que grande protetor tinha sido. Ela teve até de pedir ajuda a um demónio.
“É melhor olhares para trás de ti”, disse de repente uma voz, de entre o silêncio circundante.
Os olhos de Jason dispararam para cima e viram um homem de longo cabelo negro parado a uma distância curta. Piscou quando assimilou por fim as palavras do homem.
Os cabelos da sua nuca ficaram em pé e saltou alguns passos para a frente, girando cento e oitenta graus para ver o que estava atrás de si. Quatro Skitters fitavam-no a apenas alguns centímetros de distância, com as suas bocas desprovidas de lábios arreganhadas e mostrando cada um dos seus dentes afiados.
“Oh, vá lá!”, gritou Jason, sentindo um pequeno rasgo de ira. Estava farto de batalhar contra aquelas coisas. “Vocês ainda não perceberam, seus idiotas? Se vivem num cemitério, é suposto estarem mortos.”
Angelica sorriu após ter alcançado Syn, mesmo a tempo de ouvir a irritação de Jason. “Ei, Jason, queres ver uma coisa fixe?”, perguntou ela, pondo-se ao seu lado e erguendo as mãos. Abriu a boca e começou a murmurar um feitiço que servia para os fazer implodir. Para seu desânimo, os Skitters recuaram subitamente, virando-se depois e fugindo para o interior da escuridão.
“Impecável”, disse Jason, pensando que aquilo tinha sido o feitiço.
“Raios partam, se parasses de os assustar, talvez tivesse conseguido fazer uma boa matança esta noite!”, explodiu Angelica enquanto se virava, encontrando Syn mesmo atrás de si. “Pareces um repelente de demónios.”
Jason sorriu assim que percebeu aquilo de que ela se estava a queixar. “Bandeira Negra para demónios”, murmurou, mas calou-se rapidamente quando Angelica o fitou com um olhar enfurecido. “Quero dizer… sim. Tens toda a razão.” Quando em dúvida, deve-se concordar sempre com as mulheres.
Syn riu brandamente. “Tudo o que fiz foi caminhar até ti, minha querida. Não posso