Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox

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Mundos aparte - De ama a esposa - Maggie Cox Ómnibus Geral

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style="font-size:15px;">      – Traidora? – os olhos cinzentos de Briana arredondaram-se, expressando o seu protesto. – Nunca te enganei… Nunca! Se alguém demonstrou sentir atracção por outras pessoas, foste tu!

      – Continuas a dar voltas a essa cena ridícula com Claudia? – Pascual suspirou com impaciência. – O que posso dizer para te convencer da verdade? Juro-te que estava bêbada. Como estava zangada porque tinha acabado com ela, queria magoar-te, Nem sequer percebi que estavas a ver o que se passava! Se soubesse, teria falado contigo para te explicar a situação. Mas não me deste essa oportunidade, pois não?

      – Estava demasiado magoada e incomodada!

      – E, pelos vistos, achaste que eu era como o teu pai! Chamei-te traidora porque me prometeste que serias minha esposa, Briana. Não cumpriste a tua promessa. Em vez de o fazeres, foste embora, fizeste-me ficar como um estúpido à frente de toda a gente e, ainda por cima, escondeste que estavas grávida do meu filho. Desleal, falsa… Traidora é uma palavra tão válida como qualquer outra para descrever as tuas acções, não te parece?

      – Não podes esperar que aceite os teus planos sem protestar, que ceda às tuas ordens, Pascual. Não vivemos na Idade Média e não vou estar de acordo com tudo o que disseres só porque me sinto culpada devido ao que aconteceu há cinco anos.

      – Então, sentes-te culpada. Finalmente! Uma demonstração de arrependimento!

      – Claro que me sinto mal em relação ao que se passou. Dia após dia, ao ver Adán crescer, pensei no que estava a perder por não ter o seu pai por perto. Arrependo-me sinceramente da minha atitude nesse sentido. Mas não queria ser vingativa ou cruel quando decidi não entrar em contacto contigo. Nesse momento, considerando a tensão a que me via submetida, fiz o que achei ser correcto.

      – Do meu ponto de vista, nem sequer pensaste um momento. Reagiste! Sabia que podias ser impulsiva e gostava disso em ti, mas não teria imaginado, nem num milhão de anos, que a tua impulsividade te levaria a fazer o que fizeste – semicerrou os olhos. – Tenho uma pergunta para ti. Tencionavas falar-me de Adán? E se os negócios não me tivessem trazido aqui este fim-de-semana? E se não tivessem contratado os serviços da tua empresa para me atender? Terias deixado passar mais tempo? Terias esperado até o nosso filho ser um homem, para entrares em contacto comigo? Ou talvez fosses capaz de nunca o fazer?

      Era, sem dúvida, uma possibilidade devastadora. E fez com que Briana se sentisse como se tivesse cometido um crime merecedor de prisão perpétua. Não era a primeira vez que se sentia esmagada pela gravidade da decisão que tomara ao sair de Buenos Aires, há cinco anos. Mas nunca a ressaca da onda de dor e arrependimento fora tão intensa como naquele momento. Enfrentar a vitalidade e a beleza do homem que tinha à sua frente, fizera-a compreender o mal que lhe causara. Fora a culpada da sua humilhação e tortura no passado e, mais ainda, no presente. Em vez de seguir em frente com o casamento e comprometer-se com o homem que amava, deixara que o medo e a dúvida ganhassem o jogo. E a consequência era a cena que estava a viver, equivalente a uma tortura.

      Voltou a desejar ter tido uma referência masculina melhor do que o pai, sempre cruel e infiel. Independentemente do ponto de vista, a verdade era que negara a Pascual a oportunidade de ter uma relação com o filho. Mesmo se tivesse chegado a ser infiel no casamento, e Briana não podia esquecer como se sentira magoada ao vê-lo nos braços da ex-namorada, não teria merecido tal castigo. Briana suspirou com desalento e deu alguns passos na direcção dele. Desejava com todo o seu coração poder resolver as coisas, mas sabia que era impossível recuar no tempo e apagar o que se passara.

      – Sempre estiveste na minha mente, Pascual. Suponho que me perdi no dia-a-dia, nas exigências de tentar criar uma empresa e de ganhar o suficiente para que Adán e eu pudéssemos viver – explicou. – No fim, tinha passado tanto tempo sem falarmos, que tinha medo de te telefonar, de me desligares o telefone, e receava que, se fosse a Buenos Aires, me fechasses a porta na cara.

      – Sabendo que tinha um filho? Achas mesmo que teria sido capaz disso? – Pascual, incrédulo, deixou cair as mãos sobre as ancas estreitas e masculinas. – Cada vez tenho mais certezas de que não fazes ideia do tipo de homem que sou, Briana. O facto de pensares que não me interessaria saber que tinha concebido um filho contigo deixa-me sem fala!

      Briana encolheu os ombros, hesitante. Incomodava-a perceber que, na verdade, não conhecera Pascual tão bem como pensara. Envergonhou-se de si própria.

      – O que posso fazer para corrigir a situação?

      Pascual fixou nela o seu olhar de veludo preto e não hesitou antes de responder.

      – Para além de vires comigo para Buenos Aires, como disse antes, agora, podes pedir um carro com motorista para nos levar a tua casa. Assim, finalmente, poderei conhecer o meu filho!

      – Mas são três horas de viagem de ida e três de volta. Não chegarás a tempo para o jantar com os meus clientes, se fizermos isso.

      Ao ver como Pascual reagia face a essa informação, Briana arrependeu-se de ter expressado em voz alta os seus pensamentos. Mas a verdade é que não pensava apenas naquilo que os seus clientes diriam quando lhes comunicasse que Pascual não jantaria com eles. Acima de tudo, preocupava-se com o filho. Não sabia como reagiria se aparecesse em casa, de repente, com um homem desconhecido para ele e que afirmava ser o seu pai.

      – Achas que estou mais preocupado com um jantar de negócios do com que em ver o meu filho pela primeira vez? – gritou Pascual, com fúria. – Diz-lhes que nos veremos em Londres, amanhã… Onde eles quiserem. Podes alegar que me surgiu um assunto de suma importância. Porque não? – encolheu os ombros largos com indiferença. – É a verdade.

      – Então, terei de telefonar à minha mãe para lhe dizer que vamos. Está a cuidar de Adán enquanto estou fora.

      – Telefona e depois pede um carro. Quero partir o mais depressa possível.

      – Tenho o carro aqui. Posso conduzir.

      – Muito bem. Vai fazer a tua chamada e não percamos mais tempo, está bem?

      Dando o assunto por concluído, Pascual esticou o braço para o jarro de água que estava em cima da mesa do café e serviu-se de um copo. Briana, com a sensação de que as suas pernas se transformavam em água, dirigiu-se para a porta e saiu do quarto.

      Uma vez lá fora, no silêncio do corredor, apoiou-se na parede e tentou controlar a onda de medo e inquietação que a assaltara ao pensar em ir a sua casa. Sentia inquietação para saber o que aconteceria quando pai e filho se vissem pela primeira vez. O filho podia ser tímido e pouco comunicativo, mesmo com pessoas que conhecia e muito mais com os estranhos. Não sabia como Pascual reagiria se tivesse a sensação de que a criança o rejeitava.

      Preocupada com ambos, sentiu que as lágrimas se amontoavam nos seus olhos e começavam a sulcar suas faces. Limpou-as com a mão, afastou-se da parede e voltou para o seu quarto, para telefonar.

      A casa estava situada numa rua agradável, num dos distritos mais tranquilos de Londres. Estava pintada de branco e mais bem cuidada do que as casas vizinhas. Enquanto Pascual seguia a silenciosa Briana pelo caminho que levava à porta de entrada, que tinha uma bonita vidraça, a ideia de ver o seu filho causou-lhe uma descarga de adrenalina.

      Fizera-lhe perguntas sobre ele pelo caminho, mas mostrara-se renitente nas suas respostas, como se tivesse medo de que, se Pascual soubesse demasiado, fosse mais difícil reservar a criança para ela. Irritava-o profundamente que Briana continuasse a resistir a deixá-lo fazer parte das suas vidas,

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