Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox

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Mundos aparte - De ama a esposa - Maggie Cox Ómnibus Geral

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E os outros? – perguntou ela, nervosa. Olhou para a mesa da roleta, onde jogavam os três homens que os tinham acompanhado.

      – Darei instruções ao motorista para voltar e vir buscá-los. Não te preocupes, não os deixaremos aqui abandonados!

      A viagem de regresso a casa decorreu em silêncio. Ambos estavam dolorosamente conscientes do passado que se interpunha entre eles e não se atreviam a retomar o assunto. Seria como andar sobre vidros, com os pés descalços.

      Indevidamente, a tensão foi crescendo no banco traseiro do luxuoso Rolls, como uma tempestade pequena, mas letal, prestes a rebentar. Briana recordou a cena na sala de jogo, quando Pascual perdera a paciência, e soube que se aproximava o confronto.

      Cruzou os braços sobre a barriga, num gesto protector. O cheiro e o calor que emanava do corpo de Pascual estavam a inquietá-la ainda mais. Tudo o que sabia desse homem imponente enfatizava as diferenças que os separavam. Era rico, bonito, poderoso e inalcançável. Embora tivesse dito que a amava, sempre reservara alguma coisa… Isso confirmara o que Briana já pensava: Que não era suficientemente boa para ele. Quando o vira a beijar a modelo elegante, a ex-namorada, o seu medo de que a relação entre eles fracassasse aumentara.

      De volta a casa, Briana rezou para que o eminente confronto não tivesse lugar naquela noite. Sabia que era adiar o inevitável, mas sentia-se demasiado vulnerável para discutir com Pascual nesse momento. As acusações voariam como mísseis letais e algumas acertariam no alvo. Uma boa noite de descanso talvez lhe desse forças para suportar um confronto com ele no dia seguinte.

      Estavam junto da impressionante escadaria de estilo Tudor. Ela esticou o braço para o corrimão de carvalho, indicando a sua intenção de se retirar. Mas o olhar carrancudo e pensativo que Pascual lhe lançou confirmou que não ia deixá-la ir-se embora sem mais nem menos.

      – Quando saí de Buenos Aires, tive a sensação de que ia acontecer alguma coisa inesperada – comentou ele, num tom fraco.

      Briana sentiu um calafrio e esfregou os braços.

      – Não quero arruinar a tua viagem, Pascual, a sério. Sei que ainda te sentes muito magoado e ressentido comigo, mas…

      – Não duvides! – os seus olhos escuros cintilaram, como se as emoções que sentia fossem um fogo escondido por detrás de um véu fino. A qualquer momento, as faíscas acenderiam e começaria o inferno.

      – Escuta – continuou ela, rezando para que acedesse ao seu pedido, – amanhã, depois do jogo de pólo que organizaram para ti, terás tempo livre. Eu estarei aqui, a fiscalizar os preparativos para o jantar. Se quiseres falar comigo, prometo estar à tua disposição, durante o tempo que quiseres. Por favor, Pascual… Foi um dia muito longo e estou cansada.

      – Sempre conseguiste levar a tua avante, quando olhavas assim para mim.

      – Assim, como?

      – Como uma menina triste e perdida – os seus lábios curvaram-se com uma careta irónica, mas também amarga. Esticou o braço e pousou os dedos na face de Briana. – Podias fazer o que quisesses comigo, essa é a verdade!

      – A sério? – murmurou Briana. Sentiu que lhe gelava o sangue nas veias e um formigueiro estranho na barriga.

      – És parva se não sabias! – exclamou ele, com dureza. Mas, um momento depois, os seus traços suavizaram-se, enfeitiçando-a com a sua beleza. – Deixar-te-ei ir para a cama se me deres um beijo – disse, num tom rouco. – Pelos velhos tempos.

      Briana não teve tempo para responder. De repente, a boca de Pascual estava sobre a dela e sentiu a sua língua aveludada a introduzir-se dentro da sua boca e a iniciar uma dança erótica com a dela. Teve a sensação de que o seu sangue se transformava em fogo líquido e as suas pernas em gelatina.

      Ele agarrou as suas ancas, possessivo, e apertou-a contra o seu corpo. Afastou os lábios da sua boca e deslizou-os por um lado do seu pescoço. Quando Briana sentiu o toque dos seus dentes a mordiscarem a pele, emitiu um gemido. Sabia que estava a perder-se num mar erótico, que lhe despertava o desejo de nadar e não de se afastar. Se não pusesse fim àquela loucura, imediatamente, era indubitável que não passaria a noite sozinha.

      A ideia de partilhar a sua cama com ele aterrorizou-a. Pascual Domínguez era uma força da Natureza, a que não conseguia resistir, mas não podia ir para a cama com ele antes de lhe confessar que tinham um filho em comum. Se o fizesse, o seu pecado da omissão multiplicar-se-ia sem remédio.

      – Tens de parar! – ela ofegou. Pôs as mãos no peito dele, duro como o aço, e empurrou com tanta força quanto pôde.

      – Porquê? – uma madeixa sedosa de cabelo preto caía sobre a sua testa e a expressão do seu rosto era brincalhona, desafiante e sexy. – Assusta-te que te deixe acordada toda a noite, a fazer-te aquelas coisas que, segundo dizias, te deixavam louca de paixão, minha querida?

      Briana agarrou o corrimão à procura de apoio, com o rosto avermelhado. Todo o seu corpo ardia com a lembrança das imagens que as palavras de Pascual tinham conjurado. Na hora de fazer amor, a sua paixão e ardor sempre a tinham deixado sem respiração e louca de desejo. Tinha saudades daqueles momentos, mas tinha de ser forte!

      – Estou aqui para trabalhar, não para proporcionar diversão nocturna aos meus clientes! – exclamou, num tom indignado.

      – Alegra-me ouvir isso. Porque não duvido que o lisonjeiro senhor Nichols fosse o primeiro a fazer fila à tua porta.

      Briana tremeu.

      – Mesmo que tivesses razão, garanto-te que não sinto o mínimo interesse por esse homem.

      – Melhor.

      – Não gostas dele?

      – Até agora, não vi muito que me agrade – confessou Pascual. – Este acordo não está fechado, mesmo que isso te surpreenda. Como disse antes, não é só uma questão de dinheiro. Tenho de me certificar de que os meus cavalos estarão em boas mãos e receberão o tratamento e cuidados que merecem, dado a sua raça e treino excelentes.

      – A julgar pelo que ouvi, os seus estábulos em Windsor têm uma reputação impressionante.

      – Talvez… Mas os nossos três amigos adquiriram-nos recentemente. Acabaram de descobrir a sua paixão pelo pólo. Isso não é garantia de que saibam administrar um picadeiro com sucesso ou cuidar dos cavalos.

      – Mas haverá pessoas que se ocuparão de o fazer por eles, não é?

      – Mesmo assim… – Pascual encolheu os ombros. – Já chega de falar de negócios por esta noite.

      Aproximou-se mais e pôs as suas mãos esbeltas nos antebraços de Briana.

      – Sabes que me interessa muito mais convencer-te a passares a noite comigo.

      – Porquê? – olhou para ele, serena e controlada, embora tivesse o coração acelerado. – Pelos velhos tempos? Ou para demonstrar que podes? No caso de teres dúvidas, Pascual, dir-te-ei que continuo a achar-te atraente e que poderia deixar que me seduzisses. Mas, no fundo, ambos sabemos que não seria boa ideia e, provavelmente, acabaríamos por nos sentir mal. Não física, mas psicologicamente. O que tivemos faz parte do passado e, mesmo que tudo tenha acabado mal, penso que devia continuar a ser assim.

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