Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox

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Mundos aparte - De ama a esposa - Maggie Cox Ómnibus Geral

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à hora do jantar. Os anfitriões tinham pedido que o jantar fosse proporcionado por um excelente restaurante local. Briana e Tina atenderam os supervisores do catering na enorme cozinha, enquanto os empresários se retiravam para os seus aposentos para se refrescarem.

      Briana agradeceu o facto de poder concentrar-se nos aspectos práticos do seu trabalho e livrar-se assim da maré de ansiedade e emoção que a assolava desde que vira Pascual. «Não poderás evitá-lo o tempo todo», pensou. Mais cedo ou mais tarde, exigiria explicações pela sua forma inesperada e abrupta de sair da Argentina.

      Exigiria um relato completo da razão por que se fora embora.

      A verdade era que as suas razões para se ir embora continuavam a causar-lhe dor, apesar do passar dos anos. Na verdade, às vezes pensava que a perseguiriam para sempre, arruinando qualquer possibilidade de ser feliz com outro homem… Embora nem sequer quisesse estar com outro homem. Pascual não podia ter nenhuma confiança nela, depois do que se passara. Perguntou a si mesma se acreditaria quando lhe explicasse toda a verdade.

      Já a meio da noite, depois de o sol se pôr, Tina saiu da sala de jantar privada, com vista para os jardins já escondidos por trás das pesadas cortinas de veludo. Briana levantou-se da poltrona ao vê-la.

      – Como estão a correr as coisas lá dentro? Todos contentes? – perguntou.

      – A comida tem um aspecto fantástico! Estão a gostar muito. Mas o nosso argentino deslumbrante parece aborrecido. Na verdade, parece que preferiria estar noutro lugar.

      Briana sentiu um nó no estômago. Assuntos pessoais à parte, se Pascual parecia aborrecido, os empresários que tinham contratado os serviços da sua empresa deviam estar incomodados e sentia-se responsável. De alguma forma, tinha de salvar a situação.

      – Estava a pensar que talvez queiram sair depois. Na cidade, há um clube privado com casino. Telefonei e adorariam receber os nossos clientes.

      – Boa ideia! Porque não entras para lhes dizer? – perguntou Tina, piscando-lhe um olho. – Certamente, preferirão ouvir a notícia dos teus lábios. Percebi que não tiram os olhos de cima de ti, sobretudo, o divino senhor Domínguez!

      – É imaginação tua.

      – Só sei que se tivesse metade da beleza que tu tens, Briana Douglas, tiraria o maior partido possível. Todos os homens que estão a jantar ali dentro são milionários e o senhor Domínguez, o mais bonito de todos, é multimilionário! Nunca sonhaste que um homem vergonhosamente rico e bonito se apaixonaria por ti e se casaria contigo?

      Briana ter-se-ia rido se a ironia do comentário da colega não a magoasse tanto. Levou a mão à face com um ar de indiferença. Depois, esticou o casaco de veludo preto, que vestia sobre uma blusa de seda branca e alinhou-o com a cintura da saia a condizer.

      – Irei falar com eles. Enquanto isso, Tina, podes ir buscar-me uma chávena de café e uma sandes à cozinha? Não me apetece jantar esta noite. Importas-te?

      – Estás louca, não vais provar a comida fantástica do catering? Trouxeram também para nós, suponho que sabes.

      – Podes comer a minha parte.

      Briana dirigiu-se para a sala de jantar, pensando que já ia custar-lhe muito comer uma sandes. Tinha um nó no estômago, que se apertava cada vez que pensava em manter uma conversa privada com Pascual. Inquietava-a ainda mais pensar no filho, a criança que ele não tinha consciência de ter concebido antes de ela abandonar a Argentina a toda pressa. Um homem com a riqueza e o estatuto social de Pascual poderia tirar-lhe Adán num abrir e fechar de olhos, se essa fosse a sua vontade.

      – Um casino? Uma ideia muito inspirada, menina Douglas! – Steve Nichols recostou-se na cadeira grandiosa de estilo Tudor. Enquanto os seus colegas corroboravam a sua opinião, piscou-lhe o olho novamente.

      Briana cerrou os dentes, irritada. Olhou para os outros e tentou captar a sua atenção com um sorriso. Mas encontrou o olhar de Pascual. Não parecia aborrecido, tal como Tina dissera, estava irritado! Perguntou-se se se devia ao facto de ela ter entrado na sala de jantar.

      Noutros tempos, o seu rosto iluminava-se sempre vez que a via entrar. Briana não conseguiu evitar ter saudades daqueles tempos felizes. Ser jovem e estar apaixonada pelo homem dos seus sonhos. Viver numa cidade vibrante e espantosa como Buenos Aires fora incrível. Às vezes, tinha de se beliscar para recordar que aquilo fora real. Parecia-lhe que tudo fora um sonho, porque se sentia agora muito sozinha. Mas bastava-lhe olhar para o rosto doce do seu filho para ver a semelhança com o seu pai carismático. Então, agradecia a Deus. Adán recordava-lhe que não perdera tudo. Tinha o seu adorado filho.

      – E o senhor Domínguez? – obrigou-se a perguntar. – Gostaria de ir ao casino?

      – Só se aceder a acompanhar-me, menina Douglas – respondeu ele, num tom de voz suave, arqueando uma sobrancelha. – Eu gosto de levar uma rapariga bonita quando vou ao casino… Para dar sorte, sabe.

      – Eu… Receio que tenha trabalho.

      Todos os olhos pousaram nela e Briana desejou que o chão se abrisse sob os seus pés. O que é que Pascual quereria ao convidá-la a ir com eles? Sem dúvida, sabia que era inapropriado e que a poria numa situação comprometedora.

      – Vá lá, menina Douglas – disse Mike Daniels, outro dos empresários. – O senhor Domínguez é o nosso convidado desta noite. Veio da Argentina para vir à reunião, o mínimo que podemos fazer é conceder-lhe o seu desejo, não acha? Considere-o um trabalho extra. Os meus colegas e eu pagaremos qualquer gasto.

      Ainda hesitante, Briana adivinhou que Pascual estava a divertir-se com o seu desconforto e vergonha. Desejou poder dizer a Mike Daniels, que fazer de acompanhante do seu convidado VIP não estava incluído nos serviços que a sua empresa prestava. Mas tinha a sensação de que o ex-noivo podia tornar a vida difícil a todos, se se recusasse a acompanhá-lo.

      – Não trouxe roupa apropriada para ir a um casino.

      – Essa roupa serve perfeitamente – o sorriso do seu torturador ampliou-se e os seus olhos escuros faiscaram, maliciosos, enquanto percorria o seu corpo de cima a baixo. O seu olhar parou na curva generosa dos seus seios, sob o casaco de veludo.

      Briana percebeu que tencionava envergonhá-la e humilhá-la o máximo possível. Teria deixado a sua raiva clara se estivessem sozinhos. Contudo, dadas as circunstâncias, via-se obrigada a conter-se. Fazer uma cena arruinaria a reputação de boa profissional que tanto lhe custara conquistar.

      – Está bem, então. Telefonarei para o casino para lhes dizer quantos somos.

      O clube privado estava situado numa elegante casa georgiana, numa rua tranquila, e receberam-nos de braços abertos. Habituado ao facto de o seu nome e a sua riqueza lhe abrirem todas as portas, Pascual encostou-se às costas esbeltas de Briana enquanto os conduziam para o casino privado, ao qual só alguns tinham acesso.

      Estava a anunciar a quem se incomodasse em olhar para eles, que ele era o seu acompanhante dessa noite, mas não parou para analisar porque se sentia tão possessivo a respeito de uma mulher que o tratara com um desdém imperdoável. Pascual só sabia que precisava de estar perto de Briana e também gostava de a incomodar. Magoara-o muito e, por puro instinto animal, queria encontrar uma forma de se vingar… De fazer com que pensasse duas vezes antes de voltar a agir assim.

      Quando

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