Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox

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Mundos aparte - De ama a esposa - Maggie Cox Ómnibus Geral

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com uma roleta no meio e pediam as bebidas a uma bonita empregada que usava um vestido lilás. Pascual assegurara-se de que Briana se sentava ao seu lado no banco estofado com veludo vermelho. Aproximou a sua coxa da dela e sorriu, satisfeito, ao perceber como tremia. Ele também estava a sentir-se afectado pelo cheiro sedutor do seu perfume e pelo calor do seu corpo. Praguejou entredentes. Custava-lhe a acreditar que, tantos anos depois, continuasse a atraí-lo daquela forma.

      Entre eles havia uma química irresistível, isso era inegável.

      Ao captar um brilho ciumento no olhar de Steve Nichols, o argentino, pensou, irónico, que tudo era válido no amor e na guerra, e aproximou-se mais de Briana. Ela levantou o olhos cinzentos e corou violentamente.

      – Escolherás os meus números esta noite – disse ele, num tom de voz suave, enquanto o croupier distribuía as fichas.

      – Não sei se o jogo me convence – replicou ela. – E se perderes tudo por minha causa?

      Como se tivesse compreendido que esse comentário também podia aplicar-se à maneira como acabara a sua relação, mordeu o lábio inferior com força, sem conseguir esconder a sua inquietação.

      – Lamento – murmurou.

      Por um instante, Pascual esqueceu que não estavam sozinhos, mas num lugar público, embora supostamente discreto e frequentado por pessoas importantes em busca de privacidade. Teve de lutar com o impulso selvagem de reclamar a sua boca e beijá-la com paixão.

      Pensando que talvez isso fosse possível depois, incapaz de deixar de olhar para ela, esforçou-se por controlar o ritmo do seu coração. A ideia cresceu no seu interior, excitando-o.

      – Façam as vossas apostas – convidou o croupier.

      – O que vai ser? – perguntou Pascual à sua acompanhante, arqueando uma sobrancelha.

      Sem desejo de participar, mas consciente de que não podia negar-se, Briana franziu o sobrolho.

      – Seis vermelho – disse.

      – Porquê o seis?

      – Sempre me trouxe sorte – respondeu.

      Enquanto a pequena bola branca saltava pela roda, todos a seguiram com o olhar, como se estivessem hipnotizados. Pascual, que não se importava de ganhar ou perder, sentiu um aperto no coração quando a bola caiu no seis vermelho. Acabara de multiplicar a importância da sua aposta por trinta e cinco.

      Os seus anfitriões e outros dois casais aplaudiram com cortesia. Quando o croupier lhe entregou as fichas, Pascual pô-las à frente de Briana.

      – Volta a apostar – incitou, com um sorriso. – Tens outros números que te dêem sorte? O que ganhares será para ti.

      – Preferia não o fazer, se não te importares – com aspecto agitado, levantou-se. Vermelha como um tomate, parou uma empregada. – Podia dizer-me onde é a casa de banho, por favor? – pediu.

      Pascual, um pouco preocupado, levantou-se também. Agarrou Briana pelo cotovelo quando começava a afastar-se.

      – O que se passa? Sentes-te mal?

      – Não devia ter vindo aqui! – gritou ela. Os seus olhos prateados cintilaram sob a luz do lustre opulento que pendia do tecto. – Vim e arrependo-me de o ter feito.

      – Porquê? Incomoda-te tanto ganhar dinheiro?

      – Não estou a ganhar nada, Pascual! É o teu dinheiro que estás a arriscar à sorte e não quero saber mais do assunto.

      – Que princípios tão elevados! É uma pena que não fossem evidentes quando fugiste de mim há cinco anos, sem sequer me explicares porque tinhas decidido que não era suficientemente bom para ser o teu marido!

      – Vi-te a beijar outra mulher! – os ciúmes e a dor embargaram Briana com tanta força como no momento do incidente.

      Recordando onde estavam, olhou para trás de si e verificou que tinham audiência. Abanou a cabeça com angústia. Não tencionara reagir assim, mas a lembrança embargara-a desde que voltara a ver Pascual e já não conseguia ocultá-lo mais tempo. Deu um puxão para libertar o seu braço, tentando recuperar o equilíbrio perdido e restaurar a sua dignidade.

      – Quem? – perguntou ele, atónito. – Quem era essa mulher que me viste beijar?

      – Sabes muito bem! – exclamou Briana, num tom de voz baixo e trémulo.

      – Referes-te a Claudia, na noite da festa? Uma Claudia tão bêbada, que não sabia o que fazia!

      – Oh, sabia muito bem o que fazia, Pascual… E tu também, a julgar pelo que vi.

      – Porque não me disseste que tinhas visto isso? Foi por isso que te foste embora? Meu Deus!

      – Será melhor não montarmos uma cena aqui, à frente de todos. Daria muito má impressão aos teus anfitriões e também não faria nenhum bem à minha empresa.

      – No entanto, não pensaste na impressão que a minha família e amigos receberiam quando me abandonaste uma semana antes do nosso casamento.

      O coração de Pascual estava acelerado e quase não se importava de armar uma cena. A lembrança da traição de Briana continuava a magoá-lo muito. Além disso, horrorizara-o descobrir que fora testemunha do incidente desagradável com Claudia e que isso a fizera ir-se embora. Não entendia porque não o enfrentara, exigindo uma explicação e dando-lhe a oportunidade de lhe dizer que a ex-namorada estava bêbada e que detestara que se precipitasse sobre ele.

      Consciente de que não estavam sozinhos, preferiu não oferecer um espectáculo a todos os presentes. Falariam do assunto em privado. Inclinou a cabeça levemente, sem esconder a sua impaciência e irritação.

      – Vai à casa de banho. Quando voltares, direi ao motorista para nos levar para casa. Perdi todo o interesse em apostar esta noite!

      Briana tirou a escova da mala de couro e fez uma tentativa para arranjar o cabelo. A parede de espelho da casa de banho luxuosa impedia-a de esconder a sua tristeza. Sabia que devia ter controlado as suas emoções, mas não conseguira. Quando Pascual, tentador e indiferente, pusera o monte de fichas à frente dela, o facto de pensar que conseguiria pagar a renda de três meses com uma ficha, fora a gota de água. Enquanto ela estava doente de preocupação com a ameaça da bancarrota, Pascual agia como se o dinheiro não significasse nada para ele. Na verdade, dada a sua fortuna enorme, podia esbanjar sem limite.

      Se fosse honesta consigo própria, tinha de admitir que, naquele momento, as finanças não eram o que mais a preocupava. O belo rosto do seu filho, uma versão em miniatura do pai, não abandonava a sua mente nem um segundo. Como iria dar a notícia da sua existência a um homem que depois a desdenharia ainda mais. Escondera que ele era o pai de Adán. Pascual tinha o direito de a recriminar por isso.

      No entanto, Briana ficara devastada ao ver Claudia nos seus braços naquela noite. A sua atitude fora uma tentativa de se proteger, e também ao seu filho, de futuros sofrimentos… Pela primeira vez, o medo de ter tomado a decisão errada fê-la sentir um nó no estômago. Segundo ele, Claudia estava bêbada. Seria verdade?

      Suspirou com resignação e voltou para a sala de jogo. Pascual

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