Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox
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Preferia dedicar a sua atenção às soluções, em vez de se lamentar, deixou o passado de lado e reviu algumas das decisões a respeito do futuro, que tomara na noite anterior. Quando regressasse a Buenos Aires, dali a alguns dias, o filho iria com ele. Isso era indiscutível. «Quando te tornas pai», dissera-lhe o amigo Fidel uma vez, «tudo muda. De certa forma, o caminho torna-se mais claro. Preocupas-te menos com as tuas necessidades e ambições. Dedicas quase cada momento do dia à criança amada, que ajudaste a trazer a este mundo.»
Infelizmente, o amigo não vivera para ver o seu filho crescer. Visto que já tinha perdido os primeiros anos de infância de Adán, Pascual não queria que lhe acontecesse o mesmo. Se Briana criasse algum tipo de dificuldades, não hesitaria em empreender acções legais para reclamar os seus direitos. Mas tinha a esperança de que não chegasse a tal ponto. Seria muito melhor que compreendesse que tinha cometido uma grave injustiça com o filho e com ele, ao mantê-los afastados, e que estivesse disposta a rectificar o seu erro em vez de o piorar ao interpor-se no seu caminho.
Parou um momento, emitiu um longo suspiro e retomou a subida pelo caminho serpenteante. Quase tropeçou ao recordar o beijo que lhe roubara na noite anterior, antes de descobrir a existência do filho. Uma onda de calor queimou-lhe o ventre, perturbando-o. Não entendia que, depois de cinco longos anos de separação, ainda conseguisse despertar nele uma luxúria e um desejo tão intensos. Sentindo-se traído pelo seu próprio corpo, Pascual começou a andar mais depressa. Decidiu, com amargura, acelerar o passo para queimar a energia nervosa que vibrava no seu corpo. Se não o fizesse, o desejo inconveniente e traiçoeiro que sentia não lhe daria um momento de paz.
Tomara mais uma decisão. A ideia de assistir a um jogo num dos campos de pólo mais elitistas do Reino Unido já não o atraía, mesmo que fosse o final da época. Tinha coisas muito mais importantes na cabeça. A primeira, era pôr Briana ao corrente dos seus planos, depois, visitaria o seu filho.
Atónita, Briana olhou para a colega.
– Decidiu não ir ao jogo de pólo? Os outros estão lá fora, à espera no carro! Que razão te deu?
Tina, incomodada e também perturbada, franziu o sobrolho.
– Só disse que mudou que opinião, que tinha surgido uma coisa mais importante e que devia transmitir-lhes o seu pedido de desculpas. Disse que os veria no jantar, esta noite. Enquanto isso…
A jovem hesitou e Briana sentiu uma pontada de apreensão que lhe acelerou o coração.
– Enquanto isso, o quê? – exigiu saber, com um laivo impaciente provocado pelo medo.
– Enquanto isso, o senhor Domínguez gostaria de falar contigo em privado… No seu quarto.
A expressão de curiosidade da loira era uma pergunta e Briana resmungou mentalmente. Aquilo era a última coisa de que precisava. Tina a tecer conjunturas se havia alguma coisa entre o bonito argentino e a sua chefe! Ao recordar a pequena mancha rosada que tinha no pescoço, o presente de despedida de Pascual na noite anterior, uma labareda de vergonha e culpa assolou o seu corpo. Automaticamente, levou a mão ao colarinho da camisa de seda, para o subir um pouco.
– Bom. Então, terás de sair e transmitir a mensagem aos nossos clientes. E, claro, não menciones que Pas… O senhor Domínguez quer ver-me no seu quarto.
Briana, sentiu-se a corar por ter estado prestes a dizer o nome próprio dele, virou-se e, lentamente, como se tivesse chumbo nos sapatos, subiu as escadas e encaminhou-se para o patamar onde se encontrava a suíte de Pascual.
Mordiscando o lábio, bateu com os nós dos dedos na porta de carvalho.
– Entre!
Pascual lançou-lhe um frio olhar, crispou os lábios sensuais com desagrado e abriu a porta para a deixar passar. Vestido de preto dos pés à cabeça, projectava a imagem de um homem de virilidade indomável, habituado a dar ordens. Que Deus ajudasse quem se atrevia a opor-se a ele!
A ansiedade de Briana aumentou só de o ver. Pascual fechou a porta atrás de si e seguiu-a para o meio do quarto. A empregada enchera de flores frescas uma enorme jarra branca que estava sobre a secretária e, o seu cheiro, sobretudo o dos lilases, pairava no ar como um perfume exótico e embriagador. Briana só teve de dar uma olhadela aos olhos escuros como a noite, para saber que a esperavam problemas.
– Porque… Porque não queres ir ao jogo de pólo? – atreveu-se a perguntar.
– Porque as minhas prioridades mudaram, como tenho a certeza de que sabes muito bem porquê.
Ela não respondeu. O ambiente era tão eléctrico e perigoso como seria a chama de uma vela a titilar junto de um monte de palha.
– Fazes bem em guardar silêncio! – um músculo do seu queixo ficou tenso. – Porque aviso-te de que nada do que disseres mudará o rumo que decidi seguir. Quando voltar para Buenos Aires, dentro de dois dias, o meu filho e tu acompanhar-me-ão e passarão lá uma longa temporada de férias. Umas férias em que se celebrará o nosso casamento. O casamento que devia ter sido celebrado há cinco anos!
– O quê?
– Ouviste-me. E, quando regressares ao Reino Unido, será para pores a tua empresa em ordem e fechá-la.
– Fechá-la?
– Sim. Tem problemas, não tem? Será um alívio para ti deixá-la para trás. Quando estiveres de volta a Buenos Aires, em vez de gerires um negócio, terás de te habituar a desempenhar as funções que se esperam da minha esposa. Não te preocupes, Briana… – o olhar escuro de Pascual foi provocador em extremo. – Estarás mais do que ocupada a cumprir esse papel. E isso inclui partilhar a minha cama, cuidar do nosso filho, agir como anfitriã dos jantares e festas que celebrar, e ser uma acompanhante impecável em todas as funções sociais. Tenho a intenção de te integrar no meu mundo. Esse mundo que desprezas, ao ponto de não teres conseguido suportar a ideia de fazer parte dele! Podes esquecer a tua intenção de criar o nosso filho em Inglaterra, como mãe solteira. Isso é coisa do passado. Hoje é um novo dia e as coisas mudarão muito para ti. Podes contar com isso!
Sentindo-se como se uma tempestade acabasse de arrancar o telhado da sua casa, Briana perdeu o dom da palavra. Era como se o impacto do que acabava de ouvir a tivesse deixado muda.
– Não tens nada para dizer? – Pascual ergueu o queixo, particularizando a sua irritação.
– Sim… Claro – olhou para ele, inquieta. – Tenho muito para dizer. Mas tenho a certeza de que não me ouvirás.
– Ouvirei. Isso não significa que fique de acordo contigo ou mude de opinião.
– Entendo que queiras fazer parte da vida de Adán, é o teu direito como pai. Mas não podes querer que voltemos para Buenos Aires contigo ou que tu e eu nos casemos. Que necessidade tens de chegar tão longe? Além disso, custa-me acreditar que queiras casar comigo depois do que se passou entre nós. Não faz nenhum sentido.
– Bom, certamente, não é porque tenha descoberto que não posso viver sem ti, nem nada assim tão estúpido! – Pascual fez uma careta. – Não. Faço isto pelo bem do meu filho. O filho que me negaste nos últimos quatro anos. És a sua mãe e, embora não me tenhas